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O leite no mundo

Brasileiros visitam rebanhos de destaque em Nova Iorque

Brasileiros visitam rebanhos de destaque em Nova Iorque

 

Texto: Marlizi Marineli Moruzzi

 Um grupo brasileiro viajou para Nova Iorque, EUA, para participar do Showcase Alta Genetics, visitando rebanhos leiteiros progressivos, altamente tecnificados, considerados referência em seleção genética naquele país. Ao todo, participaram do tour mais de 240 produtores e técnicos, de 11 diferentes países, caracterizando um ambiente extremamente favorável para novos conhecimentos e troca de experiências.

 

Durante os dias 18 a 20 de novembro, 12 brasileiros uniram-se a um grupo de mais de 240 produtores e técnicos, de 11 diferentes países, para o Showcase Alta Genetics, no estado de Nova Iorque, EUA. O grupo, que representava um total de quase 1 milhão de vacas, visitou fazendas progressivas da região, integrantes do programa Alta Advantage, para conhecer não só o trabalho genético, como também a rotina destas fazendas.

Na primeira matéria sobre a viagem, publicada na edição de dezembro da Leite Integral (“Um show de genética, manejo e tecnologia”) foram apresentadas 3 das 7 fazendas visitadas. Agora, apresentamos outras quatro propriedades, escolhidas para o tour em função de seus excelentes resultados, tanto em seleção genética, como também no manejo reprodutivo, gestão e qualidade do leite.

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PATTERSON FARMS

Auburn, NY

Número de Vacas: 1.100

Produção de leite: 14.700 kg (305 dias)

Taxa de prenhez: 27%

CCS: 230 mil cél/ml

Culturas: milho, alfafa, gramínea e trigo

Número de funcionários: 26 em tempo integral, durante todo o ano. Até 40 funcionários durante a época de colheita.

 

Adquirida em 1832, a Patterson Farms está hoje sob o comando de Jon e Julie Patterson, a 6a geração da família, juntamente com a mãe de Jon, Connie. Depois de ter seu galpão incendiado em 1990, os Pattersons decidiram reconstruir o seu projeto para 350 vacas em lactação, com uma ordenha paralela duplo 12. Desde então, eles adicionaram outros galpões e ampliaram a sala de ordenha para uma duplo 18. Atualmente estão em lactação 1.100 vacas, com produtividade média de 42 kg/vaca/dia, e a CCS média do rebanho é de 230 mil cél/ml.

A fazenda sempre prezou pelo conforto e bem-estar das vacas recém-paridas e em lactação, mas faltava um maior cuidado com aquelas do período seco. Nesse sentido, o investimento mais recente foi a construção de um free stall para as vacas no período de transição, com baias de parição, sendo que os benefícios deste projeto já podem ser evidenciados por vacas em melhor estado no início de lactação, e a existência praticamente nula de problemas metabólicos no pós-parto. “Conseguimos um aumento de produção individual de 4,5 kg/vaca/dia. E em 2014 ocorreram apenas 2 casos de torção de abomaso”, ressaltou Jon.

As vacas secas são divididas em dois lotes, um para vacas entre 60 e 30 dias pré-parto, e outro dos 30 dias ao parto, recebendo dietas diferentes. Assim que nascem, as bezerras são levadas para casinhas individuais, e recebem através de sonda 4 litros de colostro. Seis horas depois, recebem mais 2 litros, além da aplicação de algumas vitaminas.

Outras medidas para oferecer maior conforto são a garantia de 76 centímetros de espaço de cocho por animal, e camas de free stall bem profundas, largas e compridas. O material utilizado nas camas são os próprios dejetos reciclados e um subproduto do biodigestor anaeróbico, implantado na propriedade em 2005.

Periodicamente, a fazenda recebe visitantes, que vão até lá para conhecer o sistema produtivo, o manejo dos animais, o processo de ordenha, enfim, a rotina de uma grande fazenda leiteira. “Recebemos desde crianças, até pessoas da 3a idade”, conta Julie Patterson. “Quem não nasceu em uma fazenda muitas vezes não faz ideia de como seja a rotina diária. E isso gera opiniões muito controversas, sem embasamento técnico. Por isso achamos muito importante realizar esse trabalho”, afirmou.

A fazenda também está muito presente nas redes sociais, comunicando aos usuários como funcionam as rotinas numa fazenda leiteira. Segundo ela, as perguntas mais frequentes dizem respeito ao alojamento das vacas (Elas não ficam pastando? Não saem dos galpões?), e à separação das crias logo após o nascimento (Por que não ficam com as mães? Elas sofrem com isso?). “Mas quando as pessoas vêm aqui, elas reconhecem que as vacas estão bem, estão felizes, e que o manejo visa sua saúde e bem-estar”, afirmou.

A fazenda preza também pela qualidade de vida e capacitação de seus funcionários. Constantemente são realizados treinamentos, e os mesmos recebem bonificações no pagamento em função da qualidade do leite e da alimentação do rebanho.

Outra área de muita importância na propriedade são as culturas. Jon coloca um pesado foco na qualidade dos alimentos que serão usados para seus animais, bem como em todos os trabalhos de campo que são feitos pela própria fazenda, de forma a gerenciar melhor a safra.

O plano genético da fazenda é dividido em 50% produção (sendo 40% proteína) e 50% saúde. Em saúde, um dos itens focados é a contagem de células somáticas. O proprietário da fazenda é um dos sócios do grupo Cayuga Milk Ingredients, e por esse motivo um dos maiores focos do plano genético está na produção de proteína. Nesse sentido, os touros dos acasalamentos possuem alta relação com os objetivos do plano da fazenda. Entre as fêmeas apresentadas estavam filhas de: AltaJOHNSON, com índices muito interessantes para produção e sólidos, com vacas muito produtivas; AltaSKODA, um touro que produz filhas muito uniformes, com alta produção de sólidos; AltaBANFF, animal excelente para DPR, baixa CCS, e muito bons úberes.

A Patterson Farms não mede esforços para garantir a excelente qualidade do leite do rebanho. Entre as medidas empregadas está a manutenção de lotes pequenos, o suficiente para que as vacas permaneçam o mínimo possível na sala de espera, algo que faz muita diferença no cuidado para manter o rebanho nos níveis atuais de produção. Além disso, desde 2013, um terço do rebanho é ordenhado 4 vezes ao dia. Essa ordenha adicional nas vacas recém paridas e nas de mais alta produção ajuda a manter a CCS mais baixa, um constante desafio para quem utiliza as camas cobertas com dejetos reciclados.

Outra questão diz respeito à forma como os casos de mastite são resolvidos. A pressão pela redução do uso de antibióticos é cada vez maior nos EUA. Pensando nisso, a fazenda está participando de um projeto que realiza um manejo diferenciado perante os casos de mastite clínica. Ao identificar uma vaca com mastite, uma amostra de leite do quarto infectado é coletada e enviada ao laboratório para realização de cultura. Essa vaca é levada para o lote de hospital, até que a fazenda receba o resultado da cultura (em 24 horas), e dependendo do agente isolado, é realizado ou não o tratamento. Nessas 24 horas, se a vaca se mostrar enferma, um tratamento de suporte é realizado (fluidoterapia, basicamente). “Não aplicamos medicamentos no úbere e nem intravenoso até que tenhamos o resultado da cultura”, afirma o veterinário responsável pelo projeto. “E mesmo com os resultados em mãos, nem sempre tratamos as vacas com medicamentos”, disse, explicando que há 3 decisões a serem tomadas, perante os resultados: descarte da vaca, nos casos de agentes altamente infecciosos; tratamento intramamário, para um determinado grupo de bactérias; e manutenção das vacas isoladas por certo período, mas sem realizar nenhum tratamento (apenas de suporte, quando necessário), esperando que elas “resolvam” a infecção por si só.

“Para operar um negócio no ramo agropecuário, bem diversificado, rentável, capaz de resistir às incertezas desse setor, nos baseamos em valores fundamentais: segurança, cuidado animal, integridade e meio ambiente. Nós fazemos um bom trabalho, mas estamos constantemente nos esforçando para faze-lo ainda melhor”, afirmou Jon Patterson.

 

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SCIPIO SPRINGS DAIRY

Union Springs, NY

Número de Vacas: 800

Produção de leite: 14.943 kg/lactação (305 dias)

Taxa prenhez: 24%

CCS: 220 mil cél/ml

Área: 600 hectares

Culturas: milho, alfafa, trigo

Número de funcionários: 13

 

Produtores de primeira geração, os proprietários da Scipio Springs, Bill Morgan e Jon Gilbert, conheceram-se em uma outra fazenda na qual trabalhavam juntos. Em 2002 decidiram fazer uma parceria e iniciaram a produção na Scipio Springs, com apenas 20 hectares, e ainda trabalhando como funcionários de outros rebanhos. Hoje, a área da fazenda compreende 600 hectares, com 800 vacas em lactação. Seu rebanho é um dos maiores em termos de produtividade dos Estados Unidos, e o maior do estado de Nova Iorque, com média de 46 kg/vaca/dia. Agora, em 2016, pretendem alcançar a produtividade de 47 kg/vaca/dia, e em 2018 buscam os 49,5 kg/vaca/dia.

Devido à experiência em outras fazendas, Jon e Bill criaram uma mentalidade “cooperativa” ao logo de sua vida. Eles também têm um outro parceiro, Diesel Hitt, que opera uma fazenda com 600 vacas, a qual eles chamam de “rebanho satélite”, situado a cerca de duas horas de distância da Scipio Springs.

Bill Morgan também é um dos sócios da Cayuga Milk Ingredients. Há três anos, reformulou o plano genético da fazenda, dando foco para Produção (70%), especialmente proteína, e Saúde (30%). O objetivo da fazenda é que cada vaca produza 3,2 kg de proteína combinada com gordura, o que é algo bem audacioso.

Desde o início de sua formação, a Scipio Springs é parceira da Alta Genetics. Praticamente todos os touros utilizados nos acasalamentos do rebanho são positivos para sólidos, em percentual, especialmente para proteína (em porcentagem e volume). Entre os animais apresentados no lote de desempenho, estavam filhas de AltaELLIOT, AltaCEO, AltaMETEOR e AltaJACKMAN.

Bill e Jon dão grande importância à capacitação de seus funcionários, e são muito orgulhosos da equipe que trabalha na fazenda. O gerente de rebanho, José Montalvo, está há 6 anos na fazenda, e ressaltou que o relacionamento dos proprietários com a equipe, assim como dos gerentes com seus subordinados, é o que garante o sucesso dos resultados. “Sabemos o que é ser profissional. E para isso, temos que trabalhar na educação da equipe, ou seja, capacitando e treinando os funcionários. E esse é um trabalho constante aqui na Scipio Springs”, afirmou José, contando que nos treinamentos, com participação de todos os funcionários, os focos principais são manejo de ordenha, observação de cio, torção de abomaso e motivos para descarte de vacas. Ele e o gerente de alimentação, Tom Yale, fazem parte de um grupo de gerentes de outras fazendas, de forma que eles podem conhecer como outros rebanhos estão sendo administrados.

A fazenda busca altos índices de taxa de serviço, e para isso oferece uma bonificação de 50 dólares mensais para todas as pessoas que detectarem vacas em cio.

A Scipio Springs foi uma das poucas fazendas visitadas que utiliza areia como material das camas nos free stalls. Segundo Bill Morgan, “trabalhar com camas de esterco requer muitos equipamentos para seu processamento, e a fazenda tem tido muito bons resultados com o uso da areia, principalmente em relação ao controle de mastite”.

 

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VANSRIDGE DAIRY

Scipio Center, NY

Número de vacas: 1.600

Produção de Leite: 13.450 Kg (305 dias)           

Taxa de prenhez: 23%

CCS: 200 mil cél/ml

Área: 1.000 hectares

Culturas: alfafa e milho

Número de funcionários: 20

 

Há pouco mais de dez anos, a família Van Nostrand ordenhava 60 vacas em um tradicional galpão de tie stall. Atualmente, seu rebanho possui 1.600 vacas em lactação, e é um dos que cresce mais rapidamente na região.

Em 2004, a família começou a expandir seu rebanho com a construção de um free stall com 250 camas e uma nova sala de ordenha. Seis anos depois, a ordenha foi reformada, com a instalação de um equipamento duplo 12 paralelo, e em 2012 foi expandido para duplo 20 paralelo. Outros galpões de free stall foram construídos, acompanhando o rápido crescimento do rebanho.

A família Van Nostrand colocou seu negócio leiteiro sob a posse da recém criada Sociedade Limitada, em 1o de janeiro de 2015. Dentro da sociedade familiar, Bill é responsável pela manutenção geral da fazenda, enquanto sua esposa Sharon cuida dos registros e contabilidade. Os três filhos também fazem parte da Sociedade Limitada, e são responsáveis por outras áreas da fazenda. Aaron, o filho mais velho, cuida de todos os aspectos referente aos animais e está envolvido nas finanças da fazenda. Matt e Brian se ocupam com as lavouras e o sistema de tratamento de dejetos. “Ter 3 filhos interessados no negócio leiteiro foi o principal motivador para crescer e aumentar o rebanho nessa proporção”, afirmou a mãe Sharon.

Nos 1.000 hectares de lavouras são produzidos milho e alfafa. “Fazemos dois tipos de silagem de milho, uma de alta digestibilidade, e silagem padrão. O clima da região permite apenas uma safra de milho ao ano. Após o corte da lavoura, é semeada aveia no local, no intuito de proteger o solo durante o inverno. Essa aveia não é utilizada, tendo como única função evitar a erosão do solo.

São feitos 4 a 5 cortes de alfafa anualmente para produção de pré-secado e feno.

Além das camas de areia, grandes e profundas, o sistema de resfriamento com ventiladores e aspersores proporcionam o máximo conforto animal dentro dos galpões. Além disso, garantem um espaço de bebedouro por vaca maior do que o recomendado.

Os corredores dos galpões são raspados várias vezes aos dias, e os resíduos seguem por canaletas até o sistema de tratamento, onde ocorre a separação da areia, e em seguida a separação das frações sólida e líquida dos dejetos. A fração líquida é armazenada em lagoas e, periodicamente, utilizada para adubação das áreas de lavoura, através de um sistema subterrâneo de irrigação. “Existe uma regulamentação sobre a época do ano e a quantidade que podemos utilizar desse esterco líquido para fertirrigação, em função dos teores de fosfato e nitrogênio”, explicou Brian.

A areia passa por um processo de reciclagem e é reutilizada nas camas.

O rebanho em lactação é ordenhado 3 vezes ao dia, enquanto que as vacas recém-paridas são ordenhadas 4 vezes, durante os primeiros 20 dias da lactação.

As bezerras permanecem na fazenda até os 3 meses de vida, quando são enviadas a um centro de recria terceirizado. As novilhas retornam à propriedade quando estão no sétimo mês de gestação, e já ingressam no pré-parto.

Para formar o rebanho atual, de 1.800 vacas em lactação, muitos animais foram adquiridos. E como o histórico dos mesmos não era conhecido, a fazenda optou por focar seu plano genético em Saúde (60%) - principalmente em vida produtiva - e Produção (40%).

Dentre os touros apresentados através de suas filhas no lote de desempenho, estavam: AltaBOWIE, um touro com alta característica de saúde, um dos touros mais altos para DPR e extremamente baixo para facilidade de parto; AltaELLIOT, com todos os índices de saúde muito significativos; AltaPRIVILEGE, um touro para alta vida produtiva e DPR, produzindo vacas com úberes muito bem sustentados; AltaBERING, também com expressivas características de saúde; AltaPHONIC, um touro com destaque para alta vida produtiva e DPR; AltaJUPITER, gerando vacas de alta produção e excelente habilidade de parto.

Dentro dos objetivos futuros da fazenda está a ampliação da sala de ordenha, para um equipamento duplo 30, e trazer a recria de volta para a fazenda, pois acreditam que podem fazer uma recria melhor e com menor custo.

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Sunnyside Farms

Scipio Center, NY

Número de vacas em lactação: 3.900

Produção de leite: 11.800 kg (305 dias)

Taxa de prenhez: 26%

CCS: 160 mil cél/ml

Área: 2.225 hectares

Culturas: Milho para silagem, alfafa e capim para feno

Número de funcionários: 60

 

A Sunnyside Farms é de propriedade da família Rejman desde 1939, quando Jim e Doris iniciaram a produção. O filho Jack assumiu a operação em 1969, e seus dois filhos, Greg e Neil, uniram-se a ele após a graduação na Universidade de Cornell.

Conforme a fazenda foi passando de uma geração para outra, muitas mudanças e expansões foram ocorrendo. A expansão mais recente fez o rebanho chegar próximo de 4.000 cabeças, ao mesmo tempo em que foi instalada uma ordenha rotatória de 100 postos, e construído um novo free stall, com todas as tecnologias necessárias para garantir o conforto animal, como ventiladores, aspersores e coçadores, além de camas grandes e corredores espaçosos. “A ordenha no sistema carrossel permite maior eficiência em relação ao tempo e à mão de obra. Conseguimos fazer uma ordenha muito mais rápida e tranquila, em comparação ao sistema paralelo”, explicou André Aguiar, da DeLaval. Em todas as ordenhas, o equipamento faz a pesagem do leite, mede a condutividade elétrica, detecta a presença de sangue, além de alertar se houve problemas físicos durante a ordenha. Além disso, os portões inteligentes da sala de ordenha facilitam a separação dos animais, caso haja alguma necessidade de manejo pós-ordenha.

O material utilizado nas camas dos galpões são os dejetos dos animais, após um processo de separação e secagem. “É uma forma inteligente de utilizar os dejetos, facilitando o manejo dos mesmos”, explicou Neil.

A fazenda também trabalha para reduzir o uso de antibióticos para o tratamento de mastite. Para isso, coleta amostras de leite das vacas detectadas com mastite na ordenha, as quais são levadas ao laboratório para realização de cultura. Cerca de 24 horas depois, e com posse dos resultados, são instituídos os tratamentos, ou outra opção mais viável dependendo do agente isolado. “Costumamos focar os tratamentos nas bactérias Gram positivas, que são, em sua maioria, os estreptococos”, explicou a técnica responsável pelas culturas. “No caso das Gram negativas (E. coli, principalmente) não se realiza nenhuma aplicação intramamária de antibióticos. É feito apenas o tratamento de suporte (fluidoterapia e analgésicos) se a vaca se mostrar doente.

O filho Neil afirma que a fazenda “gira em torno do DairyComp”. Eles usam o DairyComp 305, assim como o Pocket CowCard, para gerenciar com acurácia e eficiência todos os dados da fazenda, como movimentação do rebanho, análise de dados de saúde, identificação de vacas em cio, protocolos de vacinação, desempenho produtivo e reprodutivo, entre vários outros dados. Eles também utilizam o “FeedWatch” para monitorar os estoques de alimentos e a alimentação diária. A fazenda tem grande foco na eficiência de mão de obra. “Automatizamos tudo o que for possível”, afirmou Greg.

A recria é feita na própria fazenda. As bezerras são criadas em pequenos grupos, dentro de galpões, e são alimentadas com leite acidificado, o que, segundo os proprietários, é uma forma de tornar o trabalho mais eficiente, com bons resultados. Em relação à reprodução, a equipe da Sunnyside Farms utiliza um sistema de monitoramento de atividade que detecta cios, e 60-70% das inseminações são baseadas na atividade.

Vacas de primeira lactação são inseridas no programa Presynch/Ovsynch, e aquelas que mostram cio após a segunda aplicação de prostaglandina são inseminadas no mesmo momento. Vacas de segunda lactação ou mais entram no protocolo duplo Ovsynch e todos os primeiros serviços nessas vacas são baseados em protocolos de IATF. A checagem de prenhez é realizada entre os 35-41 dias após a inseminação.

O plano genético da Sunnyside contempla 68% em Produção e 32% em Saúde. Como proprietários integrantes do grupo Cayuga Milk Ingredients, o preço dos sólidos direciona sua decisão em focar seu plano genético principalmente em quantidade de proteína e gordura. Por este motivo, os touros apresentados através de suas filhas são animais com altos índices para produção, tanto em volume como em porcentagem de sólidos, e vida produtiva. Entre eles: AltaBERING, um touro ConceptPlus, que mostra em seus índices genéticos resultados muito positivos para vida produtiva e fertilidade das filhas; AltaPHONIC, um animal com altos índices para produção de sólidos e também características de saúde.

Além da Cayuga, Neil também faz parte de outras organizações da indústria láctea e grupos de interesse, com os quais se reúne várias vezes ao ano.

Pensando sempre no futuro, a Sunnyside mantém sua atenção às pegadas de carbono, e créditos de energia renovável. Seus dois biodigestores, instalados há 8 anos, tratam os dejetos do rebanho, ao mesmo tempo em que reduzem a pegada de carbono e melhoram o odor dos dejetos.

 

APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL

A Escola de Gerentes Leiteiros AltaU é mais um serviço diferenciado oferecido pela Alta Genetics. Seu programa compreende uma semana de treinamento intensivo, em que os alunos aumentam seu conhecimento em liderança e manejo dentro da fazenda, além de aprenderem práticas leiteiras inovadoras.

As aulas são ministradas por especialistas extremamente reconhecidos na indústria leiteira, que abordam temas como: liderança, organização do trabalho e manejo; criação de bezerras e novilhas; infraestrutura e conforto dos animais; manejo e nutrição de vacas em transição; saúde do úbere, qualidade do leite e manejo de ordenha; reprodução e inseminação artificial; registro e análise de dados na fazenda; genética, genômica e planejamento genético, entre outros.

A Escola AltaU está localizada em Watertown, Wisconsin, EUA, e por lá já passaram mais de 270 alunos, de 20 diferentes países. Os cursos, realizados cerca de 4 vezes ao ano e agora também em diferentes línguas, compreendem grupos de no máximo 16 pessoas, proporcionando um ambiente rico em aprendizado e troca de opiniões. “É uma excelente oportunidade para produtores e gerentes de todo o mundo discutirem a fundo aspectos de manejo e liderança nas fazendas leiteiras, diretamente com profissionais extremamente capacitados e, inclusive, mantendo o contato após o curso”, ressaltou Molly Sloan, Gerente Global de Treinamento e Programas Alta Genetics.

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PROGRAMA PEAK

Há quase quatro anos a Alta Genetics vem desenvolvendo o PEAK Program, um programa para produção de seus próprios touros, como também de fêmeas. Além de poder atuar mais intensamente na seleção dos animais, o objetivo da empresa é reduzir sua dependência de outros rebanhos. “Até 2009, ou seja, antes da genômica, buscávamos os touros desejados nos mais diversos rebanhos, avaliando a produção de suas filhas em produção. Ficávamos na dependência do produtor querer vender o animal, e muitas vezes pagando preços altíssimos. Agora, a Alta está produzindo seus próprios touros, assim como as mães das próximas gerações, com alto controle sobre as características desejadas”, explicou Fabio N. Fogaça, Gerente de Produto Leite Importado da Alta Brasil. Para isso, a empresa escolheu e adquiriu bezerras genotipadas, altamente selecionadas, as quais foram acasaladas com touros de alto padrão genético. Os primeiros produtos nascidos deste programa foram apresentados em abril deste ano, e agora esses touros genômicos entram para produção comercial de sêmen. “Além dos touros, temos também as fêmeas que nasceram destes acasalamentos, as quais serão as mães da próxima geração de touros do programa. Com isso a empresa começa a formar o próprio rebanho para produção de material genético”, disse Fogaça.

Essas fêmeas estão alojadas em fazendas parceiras e centrais nos Estados Unidos, onde são feitas as transferências de embriões e demais procedimentos reprodutivos. Atualmente há 60 fêmeas doadoras alojadas em cinco locais diferentes, e cerca de 4.000 embriões estão sendo implantados.

As receptoras são mantidas em fazendas de criação, assim como os produtos nascidos, até chegarem em sua fase de reprodução. “Neste ano possivelmente teremos embriões em escala comercial, disponíveis para criadores que queiram dar um salto genético em seus rebanhos”, afirmou Fogaça.

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