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Calf Day apresenta e debate os principais desafios da criação de bezerras no Brasil

Durante dois dias, um grupo seleto de técnicos e produtores de leite participou de um evento inovador no setor; veja como foi

Calf Day apresenta e debate os principais desafios da criação de bezerras no Brasil

Por Flávia Fontes, editora-chefe da Revista Leite Integral

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Durante dois dias, um grupo seleto de técnicos e produtores de leite participou de um evento inovador no setor. Muita troca de experiências, discussões profundas e algumas acaloradas deram o tom do I Calf Day, um encontro realizado pela Bayer, em Castro (PR), com o objetivo de discutir a fundo a criação de bezerras no Brasil.

A ideia do evento surgiu durante a última edição do Simpósio Internacional Leite Integral, a partir de conversa entre a professora da USP Viviani Gomes, Carlos Alberto Rodrigues, da Fazenda Agrindus, Sérgio Soriano, da Fazenda Colorado, a consultora Cristiane Azevedo, da Qualy & Calf, e Saul Hatem, gerente de produtos de leite da Bayer Brasil. Ao longo dos últimos meses, o Calf Day foi tomando forma e surpreendeu muito positivamente todos os participantes.

No primeiro dia, foram apresentados os sistemas de criação de bezerras das fazendas Colorado (Araras/SP), Agrindus (Descalvado/SP), Santa Luzia (Passos/MG), MelkStad (Carambeí/PR), bem como de sete fazendas assistidas pela Qualy & Calf Consultoria.

Após a apresentação de dados, abriu-se uma intensa discussão, envolvendo os números e custos de cada propriedade, rotinas de manejo, como colostragem e fornecimento de leite de descarte, e de bem-estar, como criação de bezerros machos e mochação. Também falou-se muito sobre a preocupação que a cadeia deve ter com a percepção do mercado consumidor acerca das práticas empregadas nas fazendas.

O dia contou ainda com excelentes apresentações internacionais. Amelia Woolums, da Mississippi State University, nos Estados Unidos, falou sobre diagnóstico, controle e prevenção das doenças respiratórias em bezerras.  Vivianna Parreño, do INTA (Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria), na Argentina, abordou a microbiologia e as estratégias de prevenção e controle das diarreias neonatais. Já Rodney Colina, consultor no Uruguai, falou sobre a ocorrência de rotavírus, norovírus e astrovírus em bovinos do seu país.

Saul Hatem, Gerente de Produtos Leite da Bayer Brasil e Raul Vázquez, da Bayer Alemanha, falaram sobre o programa de resiliência de bezerras e das soluções Bayer para a criação de bezerras, sempre com foco na prevenção das doenças.

No segundo dia, todos os participantes visitaram três fazendas – Rhoelandt, em Castro (PR); Frank’Anna, em Carambeí (PR); e Agropecuária Regia, em Witmarsum (PR). O foco das visitas foi o pré-parto, maternidade, cuidados com as recém-nascidas, fase de aleitamento e recria. O nível altíssimo das discussões também marcou esse segundo dia de evento.

PRINCIPAIS QUESTÕES DISCUTIDAS:

#1 Práticas de colostragem: o colostro fresco foi quase unanimidade como melhor forma de fornecimento. Levantou-se uma preocupação com a quantidade produzida na primeira ordenha, muitas vezes insuficiente para uma colostragem adequada. Sugeriu-se a implementação da “caixa de carinho”, como forma de estimular a produção pela presença da bezerra. Outro ponto de consenso foi a necessidade da avaliação do colostro e da colostragem. Um ponto que continua sem consenso é a utilização de sonda, em vez de mamadeira, para a colostragem.

#2 Fase de aleitamento: o fornecimento de leite de descarte (transição e antibiótico) para bezerras com menos de 30 dias de vida gerou grande discussão. Apesar de todos os possíveis problemas relacionados a essa prática, o fator econômico é um grande apelo para a adoção da mesma. Ficou como sugestão a restrição de uso nos primeiros 30 dias e uma futura destinação apenas aos bezerros machos.

#3 Criação de bezerros machos: todos concordam que a prática de descarte dos machos precisa ser revista por pressão do mercado consumidor. Alguns participantes que já adotam a prática apresentaram suas formas de criação. Ficou claro que o setor precisa desenvolver melhores formas de tornar rentável (ou ao menos de não haver prejuízos) e de criar um mercado para a carne desses animais. [Confira reportagem sobre esse assunto na edição de setembro da RLI]

#4 Doenças: ficou claro que a prevenção, por meio de vacinas ou produtos capazes de aumentar a resiliência, é a melhor forma de ação contra as diarreias e pneumonias – doenças que mais acometem as bezerras. Além de menos onerosas, as ações preventivas são as que trazem os melhores resultados. Participantes do Sudeste do país também evidenciaram o enorme desafio representado pela Tristeza Parasitária Bovina em seus rebanhos. Um ponto importante é que não existem “receitas de bolo” quando se fala em controle de doenças, pois cada propriedade tem seus desafios, sejam eles microbiológicos e/ou de manejo. Por isso, é importante que cada uma desenvolva, juntamente com o médico-veterinário responsável, o seu próprio esquema sanitário.

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