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Conexão total

Práticas tradicionais da pecuária estão sendo substituídas por novos modelos de gestão, que reduzem custos, aumentam a produtividade e a qualidade. Os app de troca de mensagens são um exemplo disso.

Conexão total

Edição #94 - Janeiro/2017

CONEXÃO TOTAL

Práticas tradicionais da pecuária leiteira estão sendo substituídas por novos modelos de gestão, que reduzem custos, aumentam a produtividade e a qualidade, abrindo espaço no exigente mercado consumidor. É uma evolução gradual, para a maioria dos produtores, mas alguns suportes tecnológicos mais simples já são vistos no bolso de quase todos os fazendeiros.

É o caso dos aplicativos de troca de mensagens, como o WhatsApp, que permite conversas em grupo entre os usuários, e que já faz parte do dia a dia de muitos produtores de leite.

Atualmente, é praticamente impossível fugir dos grupos de WhatsApp no Brasil. Um grupo é da família, outro dos amigos, outro do trabalho, do time de futebol, da turma da faculdade e tem até um para organizar a festa de 80 anos da vovó. As categorias não têm fim. Mas os objetivos são, provavelmente, os mesmos: aproximar as pessoas, facilitar a troca de informações e unir indivíduos que compartilham interesses em comum. E, realmente, esse uso social da tecnologia pode ser muito proveitoso. Além de ser econômico e descomplicado, é um mecanismo muito acessível e multifuncional, com recursos que vão desde o compartilhamento de arquivos até vídeo chamadas, utilizando apenas a conexão com a Internet.

Mas, também devemos nos lembrar que, da mesma forma que este é um meio facilitador da comunicação, a propagação de conteúdo impróprio ou ilegítimo é igualmente fácil.

Conversamos com os moderadores de dois grupos de WhatsApp, muito prestigiados entre técnicos e produtores de leite, para entender como este recurso tecnológico afeta o setor, na presente Era da Informação.

Silvano Carvalho Júnior, Médico Veterinário e Diretor Executivo da Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais, é o moderador do grupo “Jornal Holandês”, que atualmente possui 255 integrantes de todo o Brasil. O grupo, criado em maio de 2016, surgiu da necessidade de uma plataforma que fosse capaz de promover a interação entre criadores da raça Holandesa, técnicos, profissionais e pessoas ligadas ao setor, de forma que possibilitasse a troca de experiências, relatos do dia a dia nas propriedades, a cobertura de exposições e eventos, além de diversos assuntos relacionados à pecuária de leite. Silvano conta que não existe regra para entrar no grupo, mas que os participantes são, normalmente, incluídos por indicação de outros integrantes. O limite é determinado pelo próprio aplicativo e, por vezes, provoca fila de espera.

O papel de Silvano no grupo, se aproxima muito de sua função na Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais (ACGHMG). “Meu objetivo como gestor é atender, da melhor maneira possível, às necessidades de nossos associados e clientes, além de buscar a prospecção de criadores que ainda não usufruem das vantagens de ser um associado. Meu intuito é criar valor para o criador, fazendo com que nossos serviços lhe tragam o máximo de ganhos, além de sempre buscar melhorias e fazer com que a Associação evolua ainda mais em todos os aspectos”, explica. Ele acredita que as vantagens do recurso incluem a rapidez na comunicação, a acessibilidade e a área de abrangência ilimitada. “Em qualquer parte do mundo, o integrante tem acesso ao conteúdo. Como desvantagens, temos os assuntos polêmicos que são mal interpretados, levando à insatisfação de alguns participantes”, afirma. Por este motivo, Silvano e os administradores precisam, muitas vezes, agir como moderadores, para que o tema volte ao foco principal, que é debater assuntos técnicos. “As situações desagradáveis decorrem de postagens que não são de interesse do grupo, como assuntos relacionados à venda de produtos, um dos tópicos que mais causa polêmica no grupo”, explica. Mas, no geral, o balanço é positivo. “O objetivo do grupo é alcançado com sucesso, ao passo que os usuários demonstram grande satisfação diante dos assuntos abordados, e manifestam-se ativamente quando algum integrante sai, ou para de publicar”, conclui.

É PRECISO ESTABELECER ALGUMAS REGRAS PARA QUE O OBJETIVO DO GRUPO SEJA ATINGIDO

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Fred Magalhães Pereira, que é formado em Administração de Empresas e hoje cursa Medicina Veterinária, é o moderador do grupo “Pecuária Leiteira”, do qual participam, atualmente, 108 integrantes de várias regiões do Brasil, como Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Embora separados por centenas de quilômetros, produtores, veterinários, zootecnistas, agrônomos, professores, estudantes e representantes comerciais atualizam-se sobre o setor, tiram dúvidas e compartilham suas vivências em questão de minutos.

Fred e o pai, Roberto, administram uma fazenda com 720 animais da raça Girolando, localizada no município de Jaborandi/BA. Segundo ele, a ideia de criar o grupo surgiu em setembro de 2014, após participar de um curso realizado pela Rehagro e coordenado pelo Professor Dr. Marcelo Cabral. “Foi quando vi a possibilidade de continuar interagindo e trocando experiências com a turma sobre o setor”, conta. Ele acredita que esse recurso oferece muitas vantagens, como o compartilhamento de ideias e a divulgação de diversas oportunidades, mas é preciso estabelecer algumas regras para que o objetivo do grupo seja atingido. “Sempre que posso, acompanho todos os comentários, até mesmo para manter a ordem e ver se as regras propostas estão sendo observadas”, explica. “O grupo é muito seleto, e sempre conseguimos resolver situações desagradáveis com uma boa conversa. Mas, já houve um caso em que excluímos um participante, por reincidência em não atender as regras, e outro que saiu por conta própria, por não aceitar ser chamado à atenção”, relata Fred. Ele conta que é difícil acontecer alguma polêmica, pois esse tipo de assunto é evitado. “O grupo tem muita gente com conhecimento no setor agropecuário, e quem entra no assunto, entra pra somar”, completa.

Fred encerra deixando uma dica para outros grupos: “Foquem mais nos assuntos específicos do grupo. Falo para nossos participantes, que é melhor nosso grupo ficar ‘calado’ por semanas, ou meses, mas quando alguém postar algo, que seja produtivo e visto por todos”.

Nós carregamos uma grande responsabilidade quando compartilhamos qualquer conteúdo na internet. Devemos pensar que aquela informação pode influenciar, muitas vezes, de maneira definitiva, seu receptor, já que a primeira opinião que nós temos sobre determinado assunto é, frequentemente, difícil de ser mudada.

Mas, se toda forma de adquirir conhecimento é válida, devemos tirar proveito dessa importante ferramenta, da melhor forma possível, usando o bom senso e seguindo dicas úteis, não só aos grupos de WhatsApp, mas a qualquer conteúdo veiculado na Internet.

REGRINHAS DE OURO PARA A BOA CONVIVÊNCIA NOS GRUPOS DE WHATSAPP

O QUE NÃO SE DEVE FAZER EM NENHUM GRUPO

  1. Usar palavras ou expressões grosseiras, desrespeitando um ou mais membros do grupo;
  2. Enviar correntes;
  3. Mandar imagens desejando “bom dia”;
  4. Focar em assuntos relacionados à política, temas religiosos, futebol e afins, a não ser que esse seja o tema do grupo;
  5. Enviar vídeos com piadinhas bobas;
  6. Repassar mensagens antes de pesquisar a veracidade das informações;
  7. Usar os grupos de WhatsApp como mercado, a não ser que seja um grupo de vendas;
  8. Usar o grupo para tratar de assuntos do próprio interesse;

O QUE SE DEVE FAZER EM TODOS OS GRUPOS

  1. Tratar os demais participantes com gentileza e respeito;
  2. Não cair nos boatos de internet;
  3. Manter o foco no assunto principal;
  4. Tentar trazer conteúdos relevantes e confiáveis para discussão;
  5. Evitar mandar vídeos, mensagens e áudios muito grandes;
  6. Participar ativamente, ou sair, caso não seja do próprio interesse permanecer no grupo;

 

CECÍLIA SUCASAS
Médica veterinária e editora-assistente da Revista Leite Integral

 

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