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Genética

Estudo compara desempenho de vacas holandesas puras e cruzadas

Estudo compara desempenho de vacas holandesas puras e cruzadas

 

Texto: Amy Hazel, Brad Heins e Les Hansen

Um estudo de 10 anos comparando vacas Montbeliarde x Holandês e Viking Red x Holandês com Holandesas puras, durante a primeira lactação, está sendo realizado com 8 rebanhos leiteiros de grande escala e alto desempenho em Minnesota. O final de 2015 marcou a conclusão do 8o ano do estudo. O interesse no uso de cruzamentos de raças por produtores de leite serviu como motivação para essa pesquisa. 

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Um estudo de 10 anos sobre cruzamento de raças está sendo realizado com 8 rebanhos leiteiros de grande escala e alto desempenho em Minnesota. O final de 2015 marcou a conclusão do 8o ano do estudo de 10 anos. O interesse no uso de cruzamentos de raças por produtores de leite serviu como motivação para essa pesquisa. Os produtores de leite frequentemente expressam desapontamento com a saúde, a fertilidade e a sobrevivência de suas vacas holandesas (HO) puras. Além disso, os proprietários/gerentes dos 8 rebanhos leiteiros participantes desse estudo estavam cientes da maior lucratividade dos cruzamentos resultantes do HO com Montbeliarde e Viking Red, comparados com vacas HO puras, devido a um estudo de campo anterior realizado na Califórnia.

A raça Viking Red é o resultado da combinação de programas de melhoramento genético de populações de Swedish Red, Finnish Ayrshire e Danish Red previamente separadas. O objetivo do estudo é avaliar a lucratividade do cruzamento, rotacionando 3 raças, usando para isso as raças HO, Montbeliarde e Viking Red (ProCROSS) comparado com as fêmeas HO puras.

Entretanto, esse trabalho fornece os resultados somente do desempenho na primeira lactação das mestiças de duas raças, comparado com os rebanhos de HO puras. O rebanho leiteiro ProCROSS resulta da rotação de três raças, de forma que os resultados desse trabalho são apenas para a primeira geração do sistema de cruzamentos, que posteriormente fornecerá bovinos leiteiros ProCROSS. Além disso, como somente o desempenho na primeira lactação foi revisado nesse trabalho, uma análise dos tratamentos de saúde não foi realizada ou reportada. As diferenças nos tratamentos de saúde para vacas mestiças versus vacas HO puras são previstas como sendo muito mais substanciais para vacas em sua segunda e posteriores lactações. Dessa forma, a análise dos tratamentos de saúde seguirão no futuro, quando as vacas tiverem a oportunidade de completar pelo menos três lactações nos 8 rebanhos leiteiros.

 

Delineamento do estudo

As fêmeas HO puras (3550 novilhas e vacas) de 8 rebanhos leiteiros foram inscritas pela Universidade de Minnesota como fêmeas “de base” durante 2008. Dois rebanhos adicionais foram inicialmente inscritos no estudo mas, posteriormente, tiveram sua participação descontinuada – um rebanho decidiu implementar um programa de cruzamento a partir de um projeto próprio e o outro preferiu trabalhar somente com vacas HO puras.

Os 8 rebanhos leiteiros estão localizados em Minnesota e são rebanhos de elite para a produção leiteira do estado. Coletivamente, esses rebanhos atualmente têm uma produção média de leite de 13.794 quilos de leite por lactação, 545 quilos de gordura e 428 quilos de proteína, com 3 ordenhas diárias. Todos os proprietários/gerentes dos rebanhos tiveram experiências positivas anteriores ordenhando algumas vacas mestiças junto com vacas HO puras em seus rebanhos, e seus sucessos anteriores com vacas mestiças estimularam seu interesse em participar do estudo. Os 8 rebanhos leiteiros tinham tamanhos que iam de 275 a 1940 vacas.

O projeto de cruzamento é o primeiro desse tipo para um estudo genético com rebanhos cooperando – é absolutamente único. Os produtores ofereceram principalmente novilhas e vacas HO puras de primeira lactação ou segunda lactação para servirem como fêmeas HO puras de “base” para o estudo. Pesquisadores da Universidade de Minnesota distribuíram essas fêmeas de base em um dos dois grupos genéticos – mestiças ou HO puras. As novilhas e vacas de base foram agrupadas e distribuídas nesses 2 grupos genéticos, baseados na idade (para novilhas), número de lactações (para vacas), progenitor e nível de produção. Nos oito rebanhos, aproximadamente 56% das fêmeas HO puras de base foram cruzadas ou com touros Montbeliarde ou Viking Red por inseminação artificial (IA) com exatamente metade de touros de cada uma das duas raças durante a primeira geração, para iniciar uma rotação de 3 raças. As outras aproximadamente 44% das vacas HO puras de base foram cruzadas com touros holandeses por IA, como foram as gerações subsequentes de descendentes durante os anos do estudo.

Somente touros provados das 3 raças (pelo desempenho das filhas), com mérito genético muito alto, foram utilizados para IA das novilhas e vacas. Os produtores escolheram os touros de serviço para cada raça após consulta com 2 consultores em genética contratados pela Minnesota Select Sires Co-op, Inc. Para as raças Montbeliarde e Viking Red, todo o sêmen foi importado para os Estados Unidos pela Creative Genetics da Califórnia. Os touros tinham classificação alta entre aqueles que estavam disponíveis nos Estados Unidos para o índice French ISU e pelo índice Nordic Total Merit, que são índices nacionais para as raças Montbeliarde e Viking Red, respectivamente. Para touros HO puros, foram usados touros provados para IA comercializados pela empresa Select Sires, e os produtores de leite foram solicitados a selecionar touros que tiveram classificação entre os 10% melhores entre os outros disponíveis pelo índice de Mérito Líquido.

Novilhas e vacas foram inseminadas artificialmente por dois consultores em genética, e as fêmeas em cada grupo de raça foram corretivamente cruzadas para conformação. Além disso, a proteção contra consanguinidade foi fornecida pelos cruzamentos de HO puros. Alguns dos rebanhos cruzaram vacas no quinto serviço ou mais com touros não provados, por IA ou monta natural, mas nenhuma das progênies resultantes foi incluída no estudo.

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Análise de dados

Durante os 8 primeiros anos dos 10 anos de estudo, mais de 6.000 bezerras nasceram, e cada rebanho atualmente contém cruzamentos de primeira, segunda, terceira e quarta gerações de fêmeas mestiças das 3 raças junto com seus rebanhos de animais HO puros. O grupo completo de mestiças de duas raças e de animais HO puros do mesmo rebanho agora tiveram a oportunidade de completar seus primeiros 305 dias da primeira lactação.

Para análise, 548 Montbeliarde × Holandês (M×H), 583 Viking Red × Holandês (V×H) e 1134 vacas HO puras pariram pela primeira vez entre dezembro de 2010 e abril de 2014. Todas tiveram a oportunidade de ter 305 dias em leite em sua primeira lactação. Para todas as características, as vacas foram excluídas se sua lactação começou com um aborto, e isso removeu 9 M×H, 17 V×H e 33 vacas HO puras.

Os touros a serem utilizados nas vacas nesta análise foram selecionados entre 2008 a 2011, ou seja, 5 a 8 anos atrás. A lista de touros, a seguir, tinha pelo menos 45 filhas analisadas para produção para as raças Montbeliarde, Viking Red e HO puras, e suas filhas eram compostas por 78% de vacas com pai Montbeliarde, 79% de vacas com pais Viking Red e 44% de vacas HO puras. Os touros mais frequentes de vacas MxH foram Plumitif (112), Patinage (93), Micmac (75), Papayou (66) e Redon (53). Os touros mais frequentes de vacas VxH foram Orraryd (95), B Jurist (91), O Brolin (74), Peterslund (67), So?rby (56) e Gunnarstorp (46). Os touros mais frequentes das vacas HO puras foram Michael (117), Million (97), Moscow (74), Elias (52), Plato (47) e Colby (45). O ano médio de nascimento para os pais de vacas por grupo de raças foi 1999 para mestiças MxH e VxH, mas foi 4 anos mais jovem (2003) para vacas HO puras. Dessa forma, os touros para fêmeas HO puras nesse estudo provavelmente tinham uma vantagem para nível genético com relação à raça.

Para a análise de 305 dias de produção para as primeiras lactações, a produção foi calculada a partir de registros mensais feitos nos dias de coleta de leite, e reportados em uma base real (não como equivalente ajustado). Vacas ordenhadas por mais de 305 dias foram limitadas aos primeiros 305 dias. Algumas vacas ficaram prenhes rapidamente após o parto, o que resultou em uma lactação de menos de 305 dias, ou deixaram o rebanho antes de 305 dias em lactação. A produção para essas vacas foi projetada para 305 dias. Todos os 8 rebanhos rotineiramente ordenhavam suas vacas 3 vezes por dia; entretanto, 4% das observações dos dias de teste foram para vacas ordenhadas duas vezes por dia em dias específicos de testes. Os grupos de raças não diferiram para porcentagem de observações que foram de 2 vezes ou 3 vezes por dia nos dias de testes. Todas as vacas precisavam ter observações de pelo menos dois dias de testes para serem incluídas na análise de produção.

Vacas cruzadas com touros que não seguiram o projeto de cruzamento rotacional foram excluídas das análises das características de parto e fertilidade. Além disso, vacas vendidas para propósito leiteiro durante a primeira lactação foram removidas das análises de sobrevivência. Dias abertos foram especificados a um máximo de 250 dias, como comumente ocorre, de forma que intervalos entre partos extremamente longos para um pequeno número de vacas não impactaram de forma injusta nos resultados. Três estações de partos foram definidas, sendo de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro, dentro de cada rebanho. As vacas que pariram durante as estações dentro de um rebanho com menos de 3 vacas mestiças e 3 vacas HO puras foram removidas da análise para cada característica. O número de vacas analisadas variou um pouco para características individuais.

Todas as características foram analisadas usando modelos estatísticos que responderam por efeitos de rebanho-ano-estação em que cada vaca pariu, bem como o grupo de raças da vaca (MxH, VxH ou HO pura). Além disso, o modelo estatístico considerou os efeitos dos touros dentro da raça. O sexo dos bezerros foi incluído somente para características do parto. O efeito do touro de serviço foi incluído para características do parto e de fertilidade.

Análises estatísticas fornecem valores de probabilidade, que medem a chance de as diferenças reportadas serem grandes o suficiente para serem levadas a sério. Nas tabelas apresentadas, a probabilidade de P<0,05 (simbolizada com 1 asterisco) indica que uma diferença observada tem 95% de certeza de ser real ao invés de ser devida ao acaso. Similarmente, um P<0,01 (simbolizado com 2 asteriscos) e um P < 0,001 (simbolizado com 3 asteriscos) indicam que uma diferença observada tem 99% e 99,9% de certeza, respectivamente, de serem reais ao invés de serem devidas ao acaso. A ausência de asterisco indica que as diferenças podem ser devido ao acaso apenas.

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Resultados

 

Produção

Grupos de raças foram essencialmente idênticos para idade ao primeiro parto (Tabela 1). A produção de leite fluido, em volume, não foi estatisticamente diferente para vacas MxH e HO puras. Entretanto, vacas MxH tiveram significativamente mais produção de proteína (+3%) e de gordura + proteína (+3%) do que as vacas puras. As vacas VxH tiveram significativamente menor produção de leite fluido, em volume, do que as vacas HO puras. Entretanto, apesar de numericamente maior, as vacas VxH (749 kg) foram estatisticamente similares aos animais HO puros dentro do mesmo rebanho (741 kg) para produção de gordura + proteína, que foi devido às maiores porcentagens de gordura e proteína em seu leite.

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A maioria dos rebanhos leiteiros dos Estados Unidos recebe o pagamento por sólidos no leite ao invés de pelo volume fluido total. Para repetir, as vacas híbridas MxH produziram significativamente mais sólidos do leite (kg) do que os rebanhos HO puros nesse estudo, e as vacas VxH não tiveram perda de sólidos (kg) do que os rebanhos HO puros durante os primeiros 305 dias de lactação. O escore de células somáticas não diferiu de forma significativa para os grupos de raças; entretanto, os problemas com a mastite são mais comuns para vacas durante a segunda e a terceira lactações do que durante a primeira lactação.

  

É importante notar que a análise para produção não foi ajustada para diferenças no status de prenhes (fertilidade) entre os grupos de raças e, em média, as vacas mestiças pariram mais cedo em seu segundo parto do que as vacas HO puras. Devido a essa vantagem para fertilidade, as vacas mestiças também retornaram ao pico de produção mais rapidamente na segunda parição do que as vacas HO puras do mesmo rebanho.

 

Características do parto

Vacas de primeira lactação tendem a ter baixas taxas de gemelaridade comparado com vacas mais velhas, e não foi detectada diferença entre os grupos de raças para a taxa de gemelaridade nesse estudo (Tabela 2). O tempo de gestação foi significativamente mais longo para vacas MxH (cruzadas via I.A. com touros Viking Red) e vacas VxH (cruzadas via I.A. com touros Montbeliarde) do que para vacas HO puras. Esse resultado era esperado porque o tempo de gestação é determinado pela genética do bezerro, e os bezerros das mestiças das 3 raças tinham ou 25% ou 50% de genética Montbeliarde. A raça Montbeliarde (assim como suas raças “primas”, Brown Swiss e Fleckvieh) tem em média gestações com 7 dias a mais do que as outras principais raças leiteiras.

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As dificuldades no parto foram classificadas de forma subjetiva dentro dos rebanhos, de 1 a 5, sendo 1 como “sem assistência” e 5 como “extremamente difícil”. A dificuldade no parto foi significativamente maior (+0,2) para vacas VxH que pariram bezerros de pais Montbeliarde, mas a diferença resultou de uma maior dificuldade para os bezerros machos, porque as bezerras nascidas de vacas VxH tiveram menos dificuldade no parto, numericamente, entre todos os grupos de raças. 

Como esperado, os bezerros machos tiveram maiores taxas de natimorto do que as bezerras para cada um dos grupos de raças. Ambos os grupos de mestiças tiveram taxas significativamente menores de natimortos comparados com vacas HO puras. Apesar da maior dificuldade no parto comparado com bezerros HO puros, os bezerros machos Montbeliarde x (VxH) (8%) não foram maiores para taxa de natimortos do que os bezerros machos HO puros (11%). Claramente, a maior dificuldade das mestiças no parto dos bezerros machos não impactou negativamente na taxa de natimortos. Esse resultado não era esperado, porque a dificuldade no parto tipicamente tem uma relação positiva com a taxa de natimortos dentro de raças. Possíveis explicações para estes resultados de dificuldade no parto e taxa de natimortos, que parecem ser conflitantes, são: a) os funcionários podem ter fornecido assistência no parto muito rapidamente, baseados na percepção do tamanho do bezerro (isto é, circunferência do pé exposto do bezerro); b) maiores escores de dificuldade no parto podem ter sido subjetivamente associadas com bezerros maiores após o nascimento, independentemente da dificuldade real, e c) os bezerros mestiços Montbeliarde x (VxH) têm superioridade genética para longevidade comparados com bezerros HO puros.

Os produtores de leite estão acostumados com taxas de natimortos de mais de 8% para bezerros HO puros. Aplicando um valor fixo de US$ 500 para todos os bezerros vivos, a vantagem de 4% a 5% mais bezerros vivos para mestiças equivale a mais de US$ 22.000 de lucro adicional nos 997 bezerros mestiços nesse estudo. Além disso, na maioria dos casos, os bezerros machos mestiços são vendidos a um preço maior comparados com os HO puros.

 

Condição corporal e conformação

As características de condição corporal e conformação (Tabela 3) foram classificadas uma vez entre 2 a 110 dias após o parto (média de 32 dias) durante a primeira lactação. Ambos os grupos mestiços mantiveram significativamente mais condição corporal do que as vacas HO puras e, como esperado, a diferença foi maior para vacas MxH. Pesquisa anterior tinha documentado que um aumento na condição corporal de vacas mestiças, comparado com vacas HO puras, fornece vantagens para a fertilidade. Ambos os grupos mestiços também tiveram significativamente menor estatura do que as vacas HO puras, bem como menos profundidade corporal, que podem levar a menos complicações de saúde. Muitos produtores de leite estão insatisfeitos com a tendência contínua de estaturas mais altas de vacas HO puras. Vacas com corpos profundos são documentadas como tendo maior frequência de deslocamento do abomaso do que vacas com corpo pouco profundo.

As vacas VxH não diferiram das Holandesas puras para ângulos de pés, mas as vacas MxH tiveram significativamente um ângulo podal significativamente mais inclinado do que as vacas VxH ou HO puras. Além disso, ambos os grupos mestiços tiveram mais inclinação de garupa, que é geralmente associada com melhor funcionalidade.

Entre as principais características do úbere, as vacas MxH e VxH tiveram úberes significativamente mais profundos do que as vacas HO puras no começo da primeira lactação. A diferença no escore de profundidade do úbere (1,4 ponto) entre vacas MxH e HO puras é equivalente a cerca de 3,5 cm. Além disso, as vacas MxH e VxH tiveram uma disposição mais larga dos tetos posterior do que as vacas HO puras, e as vacas MxH tiveram comprimento significativamente maior dos tetos do que as vacas HO puras durante a primeira lactação.

Durante os últimos anos, os produtores de leite identificaram que tetos traseiros muito próximos ou muito curtos constituem problemas funcionais de vacas HO puras, especialmente para sistemas de ordenha robótica. Aparentemente, diferenças nas características do úbere entre os grupos de raças de vacas nesses 8 rebanhos leiteiros não foram críticas para a funcionalidade, porque os descartes por conformação do úbere não foram diferentes (P > 0,75) para os grupos de raças.

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Fertilidade

Não surpreendentemente, ambos os grupos mestiços foram superiores às vacas HO puras para fertilidade durante a primeira lactação (Tabela 4). A grande maioria das vacas durante os anos do estudo foram emprenhadas através de protocolos de sincronização de cio; dessa forma, houve pouca diferença entre os grupos de raças para dias para o primeiro parto. Dito isso, as vacas MxH deram cria 2 dias antes que as vacas HO puras durante a primeira lactação.

As vacas VxH tiveram taxa de concepção ao primeiro serviço significativamente maior (+9%) do que as vacas HO puras. Entretanto, ambas as mestiças, MxH e VxH, tiveram maiores taxas de concepção (46% e 43%, respectivamente) do que as vacas HO puras (38%) durante as cinco primeiras inseminações. Além disso, as vacas MxH foram inseminadas significativamente menos vezes (2,07) do que as vacas HO puras (2,30) e as vacas VxH tenderam a ser inseminadas menos vezes (2,15) do que as vacas HO puras (2,30). Por fim, ambas as mestiças MxH e VxH tiveram significativamente menos dias em aberto durante a primeira lactação do que as HO puras dos mesmos rebanhos, com 12 dias em aberto a menos para vacas MxH e 8 dias a menos para vacas VxH.

Entretanto, é importante ter em mente que os dias em aberto não podiam ultrapassar os 250 dias para vacas individuais para essa análise; dessa forma, as diferenças entre os grupos de raças para dias em aberto são conservadoras, porque uma maior porcentagem de vacas HO puras tiveram dias em aberto maiores do que 250 dias.

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Sobrevivência

A sobrevivência de vacas para 60 dias em lactação (DEL) foi similarmente alta (96% a 97%) para todos os grupos de raças (Tabela 5), indicando que, independentemente da raça, as vacas jovens tiveram uma boa transição para a primeira lactação nos rebanhos bem manejados desse estudo.

Uma proporção significativamente maior de vacas mestiças pariram novamente dentro de 14 meses após o primeiro parto (+9% e +7% para mestiças MxH e VxH, respectivamente) do que as vacas HO puras. Além disso, significativamente mais mestiças MxH e VxH (+7% e +5%, respectivamente) iniciaram a segunda lactação dentro de 17 meses após o primeiro parto comparado com os rebanhos HO puros. Dessa forma, as vacas mestiças retornaram ao pico de produção de leite mais cedo após o primeiro parto do que as vacas HO puras.

Outras vacas em cada raça pariram após 17 meses na primeira lactação e, no final das contas, uma proporção significativamente maior de mestiças MxH (84%) sobreviveu ao segundo parto comparado com as vacas HO puras (80%).

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Principais conclusões

  • Vacas MxH produziram 3% mais gordura e proteína (kg) durante os primeiros 305 dias de suas primeiras lactações do que as vacas HO puras, e as vacas VxH foram similares (+1% numericamente) às vacas HO puras para produção de gordura mais proteína (kg).
  • Nenhuma diferença foi detectada entre os grupos de raças para contagem de células somáticas (CCS). Problemas de saúde do úbere tendem a surgir mais a partir da segunda lactação do que durante a primeira lactação.
  • As vacas mestiças tiveram 3 a 4 dias a mais de gestação, o que era esperado para a rotação de raças, que inclui “raças dos Alpes”, como a Montbeliarde.
  • As dificuldades no parto para bezerros machos filhos de pai Viking Red nascidos de vacas MxH foram similares às dos bezerros HO puros; entretanto, os bezerros machos filhos de touros Montbeliarde nascidos de vacas VxH tiveram escore de +0,5 pontos a mais para dificuldade no parto do que os bezerros de touros HO puros.
  • Os bezerros mestiços das três raças tiveram uma menor taxa de natimortos (4% a 5%) comparados com os bezerros HO puros (9%) quando nascidos de vacas de primeira lactação.
  • As vacas MxH e VxH tiveram maior condição corporal (+0,50 e +0,25, respectivamente), menor estatura e menos profundidade corporal durante a primeira lactação do que as vacas HO puras.
  • Ambos os grupos de mestiças tiveram maior profundidade de úbere do que as vacas HO puras; entretanto, as vacas MxH e VxH tiveram uma disposição dos tetos posteriores mais ideal do que as vacas HO puras. As vacas MxH também tiveram tetos mais longos do que as vacas HO puras. Nenhuma diferença foi observada entre os grupos de raças para descarte devido à conformação do úbere durante a primeira lactação.
  • Todas as medidas de fertilidade favoreceram os dois grupos mestiços durante a primeira lactação, e a magnitude da diferença foi de 8 dias em aberto a menos (VxH vacas) para 12 dias em aberto a menos (vacas MxH), comparado com vacas HO puras.
  • Significativamente mais vacas MxH (+4%) sobreviveram ao segundo parto comparado com as HO puras.

 

Discussão

As mestiças de duas raças foram competitivas com relação às HO puras durante a primeira lactação, e certamente cumpriram com as expectativas de desempenho das fazendas leiteiras de alta produção em Minnesota. O retorno econômico das mestiças versus as HO puras ainda não foi avaliado. No futuro, o lucro total durante o período de vida das vacas nos grupos criados, incluindo os custos de tratamentos de saúde, serão comparados. Entretanto, os resultados da primeira lactação sugerem que as vacas MxH e as vacas VxH devem ser mais lucrativas do que as HO puras porque pariram mais bezerros vivos, demandaram menos custos reprodutivos e tiveram maiores taxas de sobrevivência. Além disso, as mestiças produziram pelo menos tanto sólidos do leite (kg) quanto as HO puras e retornaram ao pico de produção mais cedo na segunda lactação.

O programa de cruzamento rotacional de 3 raças ProCROSS deve criar um rebanho muito estável porque, ao longo das gerações, as vacas terão características misturadas das raças Holandesa, Montbeliarde e Viking Red. Dessa forma, os resultados para as vacas mestiças de duas raças representam uma geração única nesse estudo, que os rebanhos leiteiros experimentam apenas uma vez, como um primeiro passo em sua transição para o programa ProCROSS. Entretanto, o desempenho das mestiças de duas raças fornece uma indicação da lucratividade para gerações futuras de vacas leiteiras ProCROSS de três raças. Dessa forma, as futuras gerações de vacas mestiças, que tiveram uma composição misturada de três raças, são necessárias para avaliar totalmente o mérito do programa ProCROSS nesses 8 rebanhos.

 

Agradecimentos

 Os autores expressam gratidão aos proprietários/gestores das 8 fazendas leiteiras por sua participação nesse estudo, e por fornecerem dados das vacas em seus rebanhos. Os autores também querem agradecer à Minnesota Select Sires Co-op, Inc. por sua contribuição no acasalamento das novilhas e vacas, escolhendo os melhores touros para I.A. e avaliando características de conformação. O financiamento para esse projeto foi fornecido pela Coopex Montbeliarde, France; Viking Genetics, Denmark; Creative Genetics of California; Select Sires, Inc., Ohio; e Minnesota Select Sires Co-op, Inc.

 

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