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Nutrição

Hipocalcemia subclínica em vacas leiteiras

Hipocalcemia subclínica em vacas leiteiras

Texto: Prof. Dr. Rodrigo de Almeida (Universidade Federal do Paraná)

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Muito frequentemente, em visitas técnicas a rebanhos leiteiros que tenho feito, ao tentar convencer o produtor que ele deveria incluir sais ou concentrados aniônicos às suas vacas no pré-parto, é comum ouvir depoimentos como: “Não uso porque febre do leite não é um problema no meu rebanho!”. Mesmo concordando que na maioria dos rebanhos leiteiros, a incidência de hipocalcemia clínica pode ser sim baixa (normalmente abaixo de 3%), o que muitos produtores ainda não reconhecem é que a incidência de hipocalcemia subclínica é bastante alta, chegando muitas vezes a superar 50% das vacas recém-paridas!

Vacas com hipocalcemia subclínica produzem menos leite, são mais propensas a apresentarem outras doenças metabólicas (cetose, torção de abomaso, etc.) e infecciosas (metrite, mastite, etc.) e têm pior reconcepção. Como a hipocalcemia tipicamente se manifesta antes que as demais enfermidades típicas do período de transição, ela tem sido considerada como fator predisponente às demais doenças citadas acima. Estimativas conservadoras sugerem uma perda de receita de R$400,00 a R$500,00 para cada ocorrência de hipocalcemia subclínica.

No diagnóstico desta enfermidade obviamente uma amostra do soro sanguíneo da vaca recém-parida deve ser coletada, de preferência nas primeiras 24-48h após o parto, e analisada para

Ca total em laboratório. Os limiares da hipocalcemia subclínica estão ficando mais altos; 10-20 anos atrás, concentrações de Ca total abaixo de 7,5 mg/dL eram usadas; na década passada, abaixo de 8,0 mg/dL; e mais recentemente já há publicações que sugerem que este limiar passe a ser de 8,6 mg/dL. Tipicamente, três estratégias são adotadas para minimizar a ocorrência de febre do leite nos rebanhos: 1) redução drástica do Ca dietético no pré-parto,

2) ajuste parcial da DCAD (diferença catiônica-aniônica da dieta) fornecendo forragens de baixo potássio, e 3) aliar forragens com baixo K com a adição de suplementos aniônicos no pré-parto, tendo como meta valores de DCAD entre -5 e -15 mEq/100g MS. Muitos produtores de leite, principalmente os menos especializados e com gado cruzado, acham que dietas aniônicas somente são necessárias em rebanhos confinados de alta produção.

Estão enganados! Dietas aniônicas no pré-parto deveriam ser adotadas por qualquer produtor de leite. Muitos destes produtores, por serem incapazes de diagnosticar corretamente a hipocalcemia subclínica, ou não fazem nada ou simplesmente adotam a estratégia de diminuir o cálcio da dieta no pré-parto. Trabalhos de pesquisa e experiência prática mostram que esta estratégia mais simples não funciona por duas razões; primeiro, porque para funcionar o cálcio

dietético deveria ser reduzido a quantidades inferiores a 15 g/vaca/dia, o que na prática é impossível alcançar com nossas dietas. E segundo, artigos recentes têm mostrado que mesmo que estas dietas fossem alcançadas, Ca baixo no pré-parto até pode reduzir a incidência de hipocalcemia clínica, mas não reduz a incidência de hipocalcemia subclínica.

Assim, concluindo, para a redução tanto da forma clínica (febre do leite) como da forma subclínica da hipocalcemia, recomendamos a adoção da terceira estratégia citada acima, ou seja, aliar forragens com baixo potássio com a adição de suplementos aniônicos no pré-parto.

Detalharemos toda esta discussão com muito mais profundidade durante o curso on-line “Manejo e Nutrição de Vacas em Transição”, que começará no dia 07/11 no EducaPoint. Salientamos, ainda, que este curso foi recentemente regravado e um material completamente novo será ofertado aos inscritos.

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