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Gestão

O dilema da equipe

O dilema da equipe

 

Texto: Greg Booher

Encontrar bons funcionários não é tarefa fácil; retê-los na fazenda pode ser ainda mais difícil. O que podemos aprender com outras indústrias?

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Se você está tentando lembrar porque aumentou tanto sua fazenda leiteira a ponto de precisar ter uma grande equipe, saiba que você não está sozinho. Quando você expande seu rebanho e aumenta o volume de trabalho, é fundamental atualizar-se sobre as leis trabalhistas e seguir os procedimentos recomendados para contratação e treinamento de novos funcionários. Contínua avaliação, motivação, programas de educação continuada da equipe e desenvolvimento são também importantes para a saúde financeira da sua empresa.

Recentemente, minha maior demanda tem sido a assistência a gerentes de fazenda leiteiras para solucionar seus dilemas com a equipe de trabalho. Mas é este o caminho que as equipes de trabalho da agropecuária precisam ter? Eu tenho procurado saber se outras indústrias estão lidando com os mesmos problemas de emprego. Essa luta trabalhista nas fazendas leiteiras seria um resultado da nossa indústria láctea não tratar seus funcionários de forma suficientemente profissional? Os empregos no setor lácteo são relativamente inferiores em relação à remuneração, comparados a outros setores? Será que nossa indústria tem uma percepção sobre esses empregos menor que o desejável?

Para ter uma visão sobre estas questões, entrevistei duas fazendas leiteiras muito bem manejadas, e uma fábrica manufatureira com quase 2.000 funcionários na linha de produção.

Eu descobri que as duas fazendas estão fazendo um bom trabalho de implementação das técnicas de emprego recomendadas por profissionais de recursos humanos. Ainda, as duas fazendas estão tendo mais dificuldade em encontrar e manter a equipe de ordenhadores.

Elas acham que é extremamente importante contratar pessoas que possuam boas atitudes. Elas também fazem perguntas estratégicas para saber se o candidato ocupou posições em seu passado, nas quais tinha verdadeira paixão pelo trabalho.

É vital também criar um ambiente de trabalho com objetivos comuns, sendo que o treinamento contínuo é obrigatório. Mesmo assim, seus melhores funcionários provavelmente o deixarão, a menos que o seu negócio possa proporcionar crescimento contínuo ou uma oportunidade de sociedade para manter seu entusiasmo pelo trabalho na empresa.

 

Olhando além da agropecuária

Minha próxima parada foi na fábrica manufatureira. Eles aprenderam a implementar as práticas de recursos humanos quando necessário, mas perceberam que devem desenvolver suas próprias técnicas para encontrar e manter os funcionários desejados. A falta de interesse no trabalho industrial tem sido um problema, na medida em que eles buscam funcionários confiáveis. Este parece ser um problema para a indústria láctea também. A contratação em tempo integral incentiva um fluxo contínuo de candidatos, o que melhora as chances de encontrar os funcionários mais adequados.

A indústria de manufatura tem sido capaz de reduzir sua rotatividade anual para menos de 5%, implementando um regime rigoroso de triagem de potenciais novas contratações, e enviando os candidatos para um rigoroso programa de treinamento. O gerente de recursos humanos que eu entrevistei indicou que uma alta porcentagem deste 5% desistem dentro de poucos meses de completar o treinamento da nova contratação. Essas pessoas muitas vezes foram capazes de “encantar” os olhos do gerente de recursos humanos durante o processo inicial de entrevista.

Esta empresa tem uma atitude muito otimista sobre as pessoas que estão contratando devido aos resultados que estão obtendo. Da mesma forma, conforme indicado pelos nossos melhores produtores, a criação de um ambiente de trabalho no qual os funcionários sintam-se motivados em relação ao seu sucesso pessoal conduz ao sucesso do negócio.

Não se torne negativo por causa dos problemas com emprego. Mesmo que você se sinta mantido como refém pelos funcionários que demandam salários mais altos, o aumento dos custos trabalhistas por quilo de leite produzido pode rapidamente enterrar seu negócio. Salários mais elevados devem resultar em melhoria do desempenho financeiro.

Dan Wenzel, da Consultoria Dairy Business, New London, Wisconsin, apresentou uma análise de trabalho do seu banco de dados com média de 1.000 vacas por rebanho, no leste de Wisconsin. O resumo indica que os salários, especialmente para a mão de obra hispânica e latina, subiram rapidamente em 2015. Novas contratações para o setor de ordenha encontram-se a partir de US$ 10 a US$ 11 por hora.

O custo trabalhista por 100 libras (45,36 quilos) de leite produzido pelas 1.000 vacas leiteiras, em fazendas com produção própria de alimentos e criando suas novilhas, foi de US$ 3,48 por 100 libras (US$ 0,077/quilo) de leite em 2014. Este valor inclui a remuneração do proprietário, pagamento de impostos, encargos, seguro saúde e de vida, e outros benefícios. No resumo do trabalho do Wenzel, com todas as fazendas em seu banco de dados, e considerando valores médios de mercado para alimentos e compra de novilhas, a média ficou em US$ 3,07 por 100 libras (US$ 0,070/quilo) de leite em 2014.

Wenzel salienta a necessidade de se considerar cuidadosamente essas variáveis de trabalho antes de chegar a qualquer conclusão em relação a sua competitividade. Ele disse que “jogar dinheiro no desafio do trabalho não é uma solução. Nós devemos empregar pessoas que compartilhem do nosso compromisso com a indústria. Tratá-las como profissionais, com a expectativa de diminuir nossos custos de trabalho por libras (quilos) de leite”.

Em contraste, a grande fábrica manufatureira está pagando US$ 11,75 por hora, como um salário inicial. Parece que as fazendas leiteiras estão pagando um salário inicial competitivo, mas muitas fazendas não estão combinando os incentivos oferecidos pela indústria de manufatura. Por exemplo, a fábrica paga um incentivo de 50 centavos de dólar por hora noturna trabalhada com desempenho satisfatório, novos associados recebem um aumento de salário de até 58 centavos de dólar por hora, a cada 26 semanas, até alcançarem um nível máximo de pagamento. Depois que o funcionário alcançar com sucesso uma posição avançada, ele receberá todos os benefícios trabalhistas.

 

Ordenhar vacas custará mais

É claro que os custos trabalhistas necessários para ordenhar vacas irá aumentar num ritmo mais rápido do que muitas fazendas poderão suportar; por isso, nós temos que obter uma maior produção para cada dólar gasto. Para isso, defina os objetivos de custos de trabalho tanto por litro de leite produzido em período integral, como também por litro de leite produzido por hora de trabalho.

Para começar, você pode calcular quantos quilos de leite estão sendo produzidos em período integral equivalente (PIE), por funcionário. Uma meta de 680.000 quilos de leite produzidos por ano por período integral equivalente, baseado em 2.500 horas trabalhadas por ano por PIE, seriam 272 quilos de leite produzidos por hora. Estes números provavelmente irão colocar sua fazenda entre as 10% melhores propriedades no Alto Meio Oeste.

Em segundo lugar, tanto a produção agrícola quanto o agronegócio devem transmitir aos jovens a grande oportunidade de carreiras no setor que existe. A necessidade de trabalhadores com e sem qualificações específicas é enorme.

Independente de ser uma carreira em engenharia agrícola, ou como gerente de rebanhos, integrante da indústria láctea ou técnico do setor, as carreiras agropecuárias são desejáveis e competitivas. Vamos então fazer um esforço para mudar a percepção sobre os empregos no nosso setor.

 

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