RESOLVA, SE PUDER de março já está no ar!

RESOLVA SE PUDER! 

Neste mês, colocamos em pauta uma doença que está tirando o sono de muitos produtores. Ainda há desconhecimento sobre a enfermidade que tem acometido algumas vacas e, por isso, propomos este desafi o. Será que você consegue desvendar esse mistério? Acompanhe a descrição do caso e resolva, se puder!

A fazenda leiteira do senhor Lúcio começou a registrar alguns problemas há cerca de um mês, e isso estava preocupando muito o proprietário e o médico veterinário responsável pelo atendimento técnico na propriedade. As 200 vacas em lactação reduziram o consumo e emagreceram, e a produção média de leite caiu de 4.000 L/dia para 2.300 L/dia. Ocorreram alguns casos de ceratoconjuntivite, e, por isso, os animais foram vacinados contra a enfermidade. Até então, haviam ocorrido nove óbitos de vacas em lactação. A alimentação dos animais estava sendo feita a pasto, e a suplementação, com silagem de cana e ração (farelo de soja, fubá e polpa cítrica).

Você foi até a fazenda, devido à urgência do caso, e, durante a anamnese, o senhor Lúcio levantou a possibilidade de o problema estar relacionado à ração fornecida ao rebanho, pois os problemas tiveram início logo após a chegada de uma nova partida do produto. Ele notou que as vacas começaram a recusar o alimento e, passados dez dias, ele pediu a troca da mercadoria. A mudança do suprimento foi feita, e os animais voltaram a comer melhor, mas os problemas não desapareceram.

O senhor Lúcio informou também que há aproximadamente um ano ele comprou cem animais e que eles não pareciam ter adoecido como os outros.

Também foi realizada outra compra, de 50 vacas, no mês anterior ao aparecimento do problema.

A propriedade adotava vacinação contra febre aftosa, raiva e clostridioses e usava uma polivacina para doenças reprodutivas e respiratórias , como IBR (rinotraqueíte infecciosa bovina), BVD (diarreia viral bovina), PI3 (parain? uenza bovino tipo 3), BRSV (vírus sincicial respiratório bovino), leptospirose e campilobacteriose.

Durante um mês, além das mortes, ocorreram dois casos de aborto e também o aumento do número de casos de ceratoconjuntivite. O curso da doença nos animais que  morreram geralmente era considerado longo, durava alguns dias. Apenas dois animais morreram rapidamente. O médico veterinário informou que, logo após o aparecimento dos primeiros sintomas, havia pesquisado a presença de Trypanosoma sp. em cinco animais pela técnica de esfregaço sanguíneo, e o resultado foi negativo.

Em todas as ordenhas, as vacas recebiam ocitocina via intravenosa com compartilhamento de seringa e agulha. Entre uma vaca e outra, a seringa era lavada por aspiração de água, mantida em recipientes colocados na mureta do fosso de ordenha. Não foi observada a adição de desinfetante na água utilizada para a limpeza da seringa.

No dia em que você visitou a fazenda, mais uma vaca foi encontrada morta no pasto, totalizando dez animais mortos em apenas um mês. Durante a inspeção do rebanho, foi observado que a maior parte das vacas apresentava baixo escore corporal e rúmen com pouco preenchimento. Além disso, havia muitos animais apáticos. Duas vacas mais doentes estavam separadas das demais. Elas foram examinadas, e houve a necessidade de realizar eutanásia em uma delas devido ao prognóstico ruim. Foi feita a necropsia desse animal e da vaca encontrada morta.

Foram coletadas amostras de sangue de 42 vacas em lactação e de dez vacas secas. Ao todo, 26 animais apresentavam anemia (volume globular menor que 24).

Agora, veja as fotos a seguir e tente tirar suas conclusões. Com base no caso descrito e nas fotos apresentadas, responda: qual o melhor diagnóstico e o que fazer como prevenção e tratamento?

Envie sua resposta para o e-mail [email protected] ou deixe o seu comentário em nossas redes sociais: @revistaleiteintegral. A melhor solução do desafio será publicada na edição de abril.