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Animais Jovens, Manejo, Sanidade

Elanco apresenta: Manejo estratégico para o desenvolvimento de bezerras leiteiras

As primeiras fases da vida das bezerras são essenciais para garantir um futuro produtivo.

Elanco apresenta: Manejo estratégico para o desenvolvimento de bezerras leiteiras

A fase de cria e recria é crucial para a eficiência futura das bezerras leiteiras. Com alta taxa de morbidade, a criação inadequada compromete o desempenho produtivo e eleva os custos. Uma novilha que pare aos 24 meses é financeiramente mais vantajosa do que uma aos 30 meses, representando menor custo de manutenção.

Dados do Reino Unido mostram que 58% das novilhas não chegam à terceira lactação devido a problemas enfrentados na criação. O manejo adequado reduz a mortalidade e otimiza o retorno financeiro, uma vez que a criação representa cerca de 20% do custo total da atividade leiteira.

Cuidados iniciais com as bezerras leiteiras

Os cuidados com as bezerras começam ainda no pré-parto das vacas, pois fatores como estresse térmico, falta de alimento e dieta desbalanceada podem comprometer o desenvolvimento dos animais. Bezerras nascidas de vacas estressadas tendem a ser mais leves, adoecer mais e produzir menos leite na fase adulta. Portanto, é essencial oferecer um ambiente adequado para as vacas, com sombra, boa alimentação e água limpa.

Ao nascimento, a avaliação do vigor das bezerras é crucial. Parâmetros comportamentais e fisiológicos devem ser monitorados conforme a Tabela 1.

Além desses parâmetros, outros sinais que devem ser observados incluem reflexos fracos, mucosas cianóticas, hemorragias e petéquias de esclera ou conjuntiva, cabeça e línguas inchadas, e coloração de mecônio. Em casos mais críticos, pode ser necessária a realização de procedimentos de ressuscitação.

Fisiologia da passagem de imunidade para as bezerras

A placenta dos bovinos, do tipo sindesmocorial, impede a passagem de imunoglobulinas da mãe para o feto, o que faz com que as bezerras nasçam sem anticorpos (agamaglobulinêmicas). Para adquirir imunidade, elas dependem inteiramente da ingestão de colostro logo após o nascimento, que é rico em imunoglobulinas (IgG, IgA e IgM), além de nutrientes (gordura, proteínas, vitaminas e minerais), leucócitos, citocinas e fatores de crescimento.

A absorção adequada do colostro oferece inúmeras vantagens, como menor risco de morbidade e mortalidade no período pré-desmame, melhor taxa de ganho de peso, redução da idade ao primeiro parto, e aumento da produção de leite na primeira lactação. A concentração de imunoglobulinas no colostro está diretamente ligada à sobrevivência das bezerras. O fornecimento inadequado de colostro pode aumentar em até 74 vezes o risco de mortalidade das bezerras nos primeiros 21 dias de vida.

Colostragem

A colostragem é essencial para a saúde das bezerras, e alguns fatores devem ser considerados: qualidade imunológica, quantidade de colostro e rapidez no fornecimento. A qualidade do colostro é determinada pela quantidade de imunoglobulinas (IgG), sendo recomendados mais de 50 g/L de IgG ou uma leitura superior a 22% no refratômetro de Brix. Alguns programas mais avançados de criação de bezerras já utilizam o parâmetro de 25% como referência de boa colostragem de bezerras leiteiras no Brasil.

Para os animais que não recebam colostro de qualidade adequada, existem alternativas, como o banco de colostro e o colostro bovino em pó. No banco de colostro, os de melhor qualidade são congelados, identificados e descongelados em banho-maria quando necessário. O colostro em pó pode ser diluído em água quente ou utilizado para enriquecer colostros de baixa qualidade antes de ser fornecido às bezerras.

O volume ideal de colostro é cerca de 10% do peso vivo da bezerra na primeira mamada e 5% na segunda. A primeira mamada deve ocorrer em até duas horas após o nascimento, já que a capacidade de absorção das imunoglobulinas diminui com o tempo, tornando-se ineficaz após 24 horas.

Além da qualidade imunológica, a higiene é essencial para evitar a transmissão de patógenos. Testes como a contagem padrão em placa (CPP) e a contagem de coliformes ajudam a avaliar a qualidade sanitária do colostro, e valores ideais de CPP devem ser inferiores a 100.000 UFC/mL.

Após a colostragem, a eficácia da transferência de imunidade passiva deve ser confirmada por análise sanguínea entre 24 horas e 7 dias de vida, com um valor mínimo de 9,4% no refratômetro de Brix para animais excelentes.

Cura do Umbigo

A cura adequada do umbigo das bezerras é essencial para prevenir infecções que podem causar doenças graves, como pneumonia, diarreia e até sepse. O coto umbilical está diretamente ligado a órgãos vitais, como o fígado, a bexiga e a aorta, tornando-se uma porta de entrada para microrganismos.

Fatores de risco para inflamação umbilical incluem falhas na transferência de imunidade passiva e ambientes inadequados, como bezerreiros coletivos. Para reduzir esses riscos, é recomendada a utilização de antissépticos e pisos de borracha, que ajudam a minimizar a contaminação.

O procedimento ideal para a cura do umbigo envolve a imersão imediata do coto umbilical em tintura de iodo a 7% por cerca de 30 segundos, utilizando um copo aplicador de pós-dipping, normalmente utilizado na ordenha. Após a imersão, recomenda-se a aplicação de produtos que auxiliem na secagem e proteção da pele. Esse processo deve ser repetido duas vezes ao dia, por três dias consecutivos, ou até que o coto esteja completamente seco.

Após a imersão no iodo, a aplicação de Intra Repiderma™, que cria uma camada protetora sobre o cordão umbilical, é recomendada. Esse produto ajuda a preservar a integridade da pele e acelera a secagem local, prevenindo infecções. A aplicação do Intra Repiderma™ deve ser repetida duas vezes ao dia até a completa cicatrização do umbigo.

Aplicação de produto antisséptico no umbigo da bezerra: prática essencial para prevenir infecções e garantir a saúde da recém-nascida 

Secagem

Após o nascimento, as bezerras devem ser secas imediatamente para evitar perda excessiva de calor, já que possuem baixa massa corporal em relação à superfície do corpo. A secagem pode ser feita com toalhas, pós secantes ou secadores industriais. Depois, as bezerras precisam ser mantidas em ambientes protegidos do vento e frio, como baias aquecidas ou caixas de aquecimento. Outra opção é vesti-las com jaquetas específicas, desde que estejam completamente secas.

APÓS A IMERSÃO NO IODO, A APLICAÇÃO DE INTRA REPIDERMA™, QUE CRIA UMA CAMADA PROTETORA SOBRE O CORDÃO UMBILICAL, É RECOMENDADA. ESSE PRODUTO AJUDA A PRESERVAR A INTEGRIDADE DA PELE E ACELERA A SECAGEM LOCAL, PREVENINDO INFECÇÕES

Testagem para Diarreia Viral Bovina

Uma das principais viroses que afetam os bovinos atualmente é a BVD (do inglês, Bovine Viral Diarrhea). A doença causa prejuízos significativos para a pecuária leiteira, incluindo morte de animais, falhas reprodutivas, abortos, maior predisposição a infecções, redução de até 1,7 litros de leite por dia, aumento de 7 a 13% nos casos de mastite clínica, além de elevação nos custos operacionais. No Brasil, sua prevalência é estimada entre 60% e 85% de animais soropositivos.

A principal forma de disseminação do vírus ocorre por meio de secreções e fluidos corporais de animais infectados, principalmente dos animais persistentemente infectados. Esses animais nascem soronegativos e sem sinais clínicos, mas eliminam grandes quantidades de vírus em suas secreções ao longo de toda a vida.

O diagnóstico da doença é feito por meio da coleta de cartilagem da orelha das bezerras ao nascimento, com posterior envio para análise laboratorial utilizando o teste imunoenzimático direto ELISA (do inglês, Enzyme Linked Immunosorbent Assay). É fundamental que a coleta seja realizada com materiais adequados e imediatamente após o nascimento, para que os animais positivos sejam identificados juntamente com suas respectivas mães e demais possíveis fontes de infecção.

Em suma

O manejo adequado das bezerras desde o nascimento contribui para o desenvolvimento saudável e o futuro produtivo do rebanho. Cuidados fundamentais como a colostragem, cura do umbigo, secagem e proteção térmica, além de estratégias preventivas contra doenças como a BVD, contribuem significativamente para a redução da mortalidade e a maximização da produtividade futura. Investir em práticas corretas de manejo, aliadas a tecnologias e produtos como o Intra Repiderma™, promove a saúde das bezerras e o retorno econômico mais rápido e sustentável para a propriedade. Com atenção criteriosa às primeiras fases de vida, o rebanho leiteiro terá mais chances de alcançar melhores índices produtivos e longevidade.


Autora - Marcela Severo de Moura / Consultora de Demanda Ruminantes da Elanco


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