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Reprodução

Cinco pontos essenciais para o sucesso reprodutivo - Parte II

Cinco pontos essenciais para o sucesso reprodutivo - Parte II

Texto: Paul M. Fricke

Na última edição,  o autor apresentou os dois primeiros pontos relacionados ao sucesso reprodutivo, enfocando a importância de inseminar as vacas rapidamente após o período voluntário de espera e no momento correto em relação ao cio e à ovulação. Nesse artigo, veremos a importância de se melhorar a eficiência da inseminação artificial (IA), da identificação rápida de vacas não prenhes e de ter uma postura agressiva em relação à re-inseminação.

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Ponto 3:  Melhorar a eficiência da IA – quem está inseminando as vacas?

Pesquisas mostraram, consistentemente, que as pessoas responsáveis por conduzir a IA em uma fazenda podem ter um efeito profundo nos índices de fertilidade.

Um teste de campo foi conduzido para determinar vários fatores relacionados à eficiência na IA. Os resultados mostraram que as taxas médias de concepção foram maiores quando a IA era feita por profissionais do que quando era executada por funcionários da fazenda (45 vs. 27%, respectivamente; Tabela 1), e essa diferença não teve nenhuma relação com a produção de leite, paridade, número de serviço ou estágio de lactação. É interessante notar que a sequência de inseminação também não afetou a taxa de concepção (Tabela 1), indicando que quatro palhetas de sêmen podem ser descongeladas simultaneamente, desde que o tempo transcorrido do descongelamento à inseminação não exceda 15 minutos. Esses dados apoiam fortemente a necessidade avaliar a capacitação dos inseminadores, quando suspeita-se que a técnica de IA seja uma causa do baixo desempenho de concepção em uma fazenda.

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Ponto 4: Identificação de vacas não prenhes logo após a inseminação (mas, não muito precocemente)

Uma tecnologia que torna possível a detecção de vacas não prenhes, precocemente após a inseminação, é a ultrassonografia transretal (TU), uma tecnologia que tem sido adotada por profissionais que trabalham com bovinos em certas regiões dos Estados Unidos e ao redor do mundo. O diagnóstico precoce da prenhez melhora o desempenho reprodutivo, reduzindo o intervalo entre os serviços sucessivos de IA, e unindo o diagnóstico de não prenhez a uma estratégia agressiva para rapidamente re-inseminar essas vacas.

Apesar de ser aceito por muito tempo que o status de prenhez deve ser determinado assim que possível após  a IA, a precisão dos  resultados do diagnóstico é reduzida por perdas embrionárias subsequentes.

As perdas de prenhez diminuem os benefícios do diagnóstico precoce da gestação de duas formas. Primeiro, devido às altas taxas de perda de prenhez que ocorrem no início da gestação. Dessa forma, quanto mais cedo é feito o diagnóstico após a IA, menos vacas não prenhes são identificadas, já que as perdas ocorrerão posteriormente. O segundo, e mais importante motivo, é que as vacas diagnosticadas prenhes logo após a IA têm maior risco de uma perda subsequente de prenhez, quando comparadas com vacas diagnosticadas mais tarde.

Se não forem identificadas, as vacas diagnosticadas como prenhes logo após a IA, que posteriormente perdem a gestação, reduzirão a eficiência reprodutiva, estendendo o intervalo do parto à concepção.

A precisão dos resultados de prenhez, utilizando ultrassom, foi avaliada por um teste de campo. As avaliações de prenhez foram feitas por um veterinário, em vacas Holandesas em lactação (877 animais) 27 dias após a primeira inseminação artificial em tempo fixo (IATF) pós-parto. Os resultados foram categorizados como:

- prenhe (PG) = corpo lúteo (CL), fluido uterino normal, embrião visualizado;

- prenhez questionável 1 (QP1) = CL, fluido uterino normal, embrião não visualizado;

- prenhez questionável 2 (QP2) = CL, fluido uterino anormal, embrião não visualizado;

- perda de prenhez (PL) = embrião não viável;

- não prenhe (NP) = sem CL e/ou fluido uterino.

Os resultados dos diagnósticos de ultrassom, categorizados como PG ou NP, foram confrontados com análises laboratoriais, utilizando amostras de plasma coletadas no momento do diagnóstico via ultrassom (Tabela 2). Os resultados concordantes foram considerados corretos, enquanto as vacas que tiveram resultados discordantes foram reavaliadas, utilizando ultrassom 32 dias após a IATF. Esses resultados demonstram que os diagnósticos precoces de prenhez,  utilizando ultrassom 27 dias após a IATF, foram menos precisos do que aqueles nos quais o ultrassom foi utilizado 32 dias após a IATF.

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Ponto 5: Re-inseminar agressivamente vacas não prenhes

Apesar do uso da sincronização da ovulação e da IATF reduzirem o impacto da detecção ruim do cio, frequentemente, tem-se um período de tempo que excede 60 dias antes que vacas que falharam em conceber sejam detectadas e re-inseminadas.

Como as taxas de concepção para IATF em vacas confinadas nos Estados Unidos são, em média, de 40% ou menos, 60% ou mais das vacas falharão em conceber e, dessa forma, necessitarão de uma estratégia de re-sincronização para que se inicie agressivamente os novos serviços de IA.

Uma ampla gama de estratégias de manejo reprodutivo foi desenvolvida para se adequar aos vários sistemas de produção de leite que são encontrados ao redor do mundo. Um dos primeiros experimentos de campo que comparou diretamente os intervalos da primeira IATF para a re-sincronização da ovulação, incorporando ultrassonografia transretal para diagnóstico precoce de prenhez, foi conduzido pelo nosso grupo de trabalho. Vacas em lactação (711 animais) em uma fazenda leiteira comercial participaram desse estudo após um protocolo de IATF (Presynch-Ovsynch), e foram aleatoriamente distribuídas em cada um dos três grupos de tratamento para re-sincronização (Resynch). No primeiro tratamento (D19), todas as vacas receberam uma injeção de GnRH 19 dias após a IATF, e continuaram o protocolo Ovsynch se diagnosticadas não prenhes por meio do ultrassom 26 dias após a IATF. As vacas do segundo (D26) e terceiro (D33) tratamentos iniciaram o Resynch se diagnosticadas não prenhes usando ultrassom 26 ou 33 dias após a IATF, respectivamente. De forma geral, a relação Prenhez/IA para Resynch foi de 32%, e foi maior para vacas D26 e D33 do que para as D19. Dessa forma, o intervalo Resynch mais agressivo (D19), testado nesse experimento, resultou em uma baixa e inaceitável taxa de fertilidade, quando comparado com o adiamento em 7 a 14 dias.

A união do diagnóstico de prenhez com uma estratégia de manejo para reiniciar rapidamente a IA pode melhorar a eficiência reprodutiva, reduzindo o intervalo entre os serviços.Contudo, a perda precoce da prenhez e a efetividade do Resynch iniciado em certos estágios fisiológicos após a inseminação podem limitar a efetividade das estratégias de re-sincronização precoce testadas até agora. Dessa forma, uma estratégia de re-sincronização justificável é o protocolo Resynch-32 (Tabela 3), no qual todas as vacas são pré-tratadas com GnRH, 7 dias antes do diagnóstico de prenhez realizado 32 dias após a IATF. Adicionalmente, identificam-se as vacas que falharam em conceber e administra-se PGF2α naquelas diagnosticadas como não prenhes 39 dias após a IATF, e completa-se o protocolo Resynch (Tabela 3). Essa recomendação é baseada em dados nos quais intervalos mais precoces de Resynch, de 19 a 26 dias após a IATF, não ocasionaram maior fertilidade, e na noção de que a avaliação do status de prenhez deve ser adiada até o último momento possível após a IATF e durante a re-sincronização para garantir que os resultados dos diagnósticos usando ultrassonografia transretal não sejam prejudicados por perdas subsequentes de prenhez.

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