Este site utiliza cookies

Salvamos dados da sua visita para melhorar nossos serviços e personalizar sua experiência. Ao continuar, você concorda com nossa Política de Privacidade, incluindo a política de cookie.

Novo RLI
x
ExitBanner
Comportamento

Efeitos das metrites no consumo, produção de leite e risco de descarte

Efeitos das metrites no consumo, produção de leite e risco de descarte

Texto: Marina Von Keyserlingk e Daniel Weary

As metrites podem ter impactos negativos sobre o comportamento e consumo de vacas em período de transição, reduzindo a ingestão de matéria seca por um período que pode ir de 2 semanas antes do parto até mais de 21 dias após o parto. As metrites reduzem ainda a produção de leite e aumentam o risco de descarte de vacas multíparas.

As metrites são doenças comuns e onerosas que afetam as vacas leiteiras no pós-parto imediato (Figura 1). Os pesquisadores do Centro de Bovinos Leiteiros, da University of British Columbia, finalizaram uma série de estudos que investigaram as relações entre saúde e comportamento de vacas durante o período de transição, e observaram que, tanto o comportamento alimentar, quanto a ingestão de matéria seca (IMS) podem ser utilizados como parâmetros para a detecção precoce de doenças. Um desses estudos caracterizou o comportamento pré-parto e a IMS de vacas que desenvolveram metrite após o parto. Em comparação com as vacas saudáveis, aquelas que apresentaram metrite após o parto gastaram menos tempo no cocho de alimentação e consumiram menos matéria seca (MS) até 2 semanas antes do parto (aproximadamente 3 semanas antes do aparecimento dos sintomas clínicos de metrite).

foto Nina.jpg (985 KB)

Embora esse trabalho tenha evidenciado que as metrites podem ter impactos negativos sobre o comportamento e consumo de vacas em período de transição, existem poucos estudos sobre os efeitos de longo prazo dessas alterações sobre a produção de leite e risco de descarte.

Para explorar as consequencias de longo prazo das metrites, dados de dois experimentos prévios foram combinados. Utilizando apenas dados de vacas multíparas, foram identificadas duas populações: (1) 43 animais saudáveis, sem febre ou outros sinais clínicos de doença aos 21 dias pós-parto, e (2) 16 animais com metrite, apresentando descarga vaginal fétida e febre aos 21 dias pós-parto. O consumo individual de MS foi monitorado por 21 dias após o parto em todos os animais do experimento, utilizando sistema de alimentação automática. Durante esse período, todas as vacas tiveram acesso ad libitum a alimentação e água.

As metrites que ocorreram no pósparto imediato tiveram impacto negativo sobre toda a lactação subsequente das vacas. Esses animais produziram menos leite que aqueles que permaneceram saudáveis, e essa redução não foi observada apenas durante o quadro clínico de metrite, mas nas 20 primeiras semanas de lactação, apesar de todas as vacas terem recebido cuidados veterinários (Figura 2).

Captura de tela 2016-10-11 a?s 12.20.35.png (63 KB)

As vacas com metrite apresentaram também queda de consumo durante os primeiros 21 dias após o parto (Figura 3), o que pode explicar a redução na produção de leite. Entretanto, não se sabe se essas vacas mantiveram o menor consumo por mais de 3 semanas após o parto.

Captura de tela 2016-10-11 a?s 12.20.40.png (62 KB)

O risco de descarte foi 3,8 vezes maior para as vacas com metrite, quando comparadas às saudáveis. Os animais descartados produziram menos leite durante as 12 primeiras semanas de lactação.

A decisão de descarte foi tomada antes de qualquer indicativo de problemas reprodutivos, já que a maior parte das vacas com metrite foram descartadas antes de um novo acasalamento. Isso indica que a decisão de descarte parece ter sido baseada no status sanitário e menor produção de leite, ao invés de baixo desempenho reprodutivo. 

Compartilhar:


Comentários

Enviar comentário


Artigos Relacionados