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Fazenda Ipê Morro Grande - São João Batista do Glória/MG

Fazenda Ipê Morro Grande - São João Batista do Glória/MG

Texto: Marlizi Marineli Moruzzi

 No comando da Fazenda Ipê – Morro Grande desde 1986, Mauro tem investido fortemente no melhoramento genético do rebanho, na implementação de novas tecnologias, e melhorias na infraestrutura e manejo geral da fazenda. Com parcerias consolidadas, Mauro reúne um time altamente qualificado, que o auxilia nos projetos de crescimento e faz da fazenda uma referência numa das principais bacias leiteiras de Minas Gerais.

 

 Mauro Paim Beraldo vem desenvolvendo projetos audaciosos na Fazenda Ipê – Morro Grande, localizada em São João Batista do Glória, numa das principais bacias leiteiras de Minas Gerais. No comando da fazenda desde 1986, quando decidiu deixar a faculdade de Economia e dedicar-se integralmente à atividade desenvolvida pela família, Mauro tem investido fortemente no melhoramento genético do rebanho, na implementação de novas tecnologias, e melhorias na infraestrutura e manejo geral da fazenda.

Quando ingressou na fazenda, o rebanho era mestiço, Girolando ½ sangue e ¾, e a produção atingia 300 litros diários. Os animais eram mantidos a pasto, recebendo suplementação alimentar no cocho. O primeiro passo para melhorar a produtividade e o desempenho dos animais foi iniciar um processo de seleção genética, instituindo a inseminação artificial a partir de 1988.

A ordenha era com balde ao pé; posteriormente, o produtor reformulou a sala e construiu um fosso, fazendo na sequência várias reestruturações do equipamento e contenção, conforme o rebanho crescia. “Quando eu consegui comprar um tanque de 1.500 litros, eu pensava que o ápice seria conseguir enchê-lo”, conta emocionado o produtor, relembrando a trajetória de crescimento do seu negócio. Em 1995, a produção alcançava 1.500 litros diários, e outros tanques maiores foram comprados ao longo dos anos.

O primeiro free stall, uma estrutura simples, de madeira, foi construído em 2000. Hoje, dos 6 lotes de vacas em lactação, cinco estão alojados em três galpões com camas individuais de areia, em sua capacidade máxima de lotação. O lote de menor produção permanece em piquete. “É hora de um novo investimento ser iniciado...”, diz o produtor.

 

 

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Parceiros na seleção

A produção atual da Fazenda Ipê – Morro Grande atinge 12.800 litros de leite diários, entregues à Danone. As 400 vacas em lactação alcançam uma produtividade média de 32 litros/dia, com animais que superam os 50 litros diários.

Há 20 anos, Mauro Beraldo mantém uma sólida parceria com a ABS PecPlan, tendo o acompanhamento e orientação constantes dos técnicos da empresa no trabalho de seleção que vem sendo realizado no rebanho. “Sempre quis vacas de alta produção, com bons úberes e aprumos. Desde o início temos trabalhado com este planejamento genético, e hoje também buscamos mérito líquido, vida produtiva e fertilidade das filhas”, conta o produtor.

“O Mauro é um grande conhecedor de touros. Ele gosta de estudar os animais, suas características, e muitas vezes ele demanda material genético de animais que nem estão em nossa bateria no Brasil”, conta Raul Andrade Neto, Gerente do Departamento Técnico Leite da ABS PecPlan. “Genética é uma das minhas paixões”, ressalta o produtor Mauro.

O gerente Raul explica que uma das características de maior herdabilidade é a estatura, e que o produtor considera esse fator em seu plano genético. “O Mauro já vem trabalhando com touros que transmitem boa saúde, alta vida produtiva, baixa contagem de células somáticas, procurando sempre escolher touros de estatura mediana, com bons compostos de úberes, pernas e pés”, explica.

O médico veterinário responsável pelo manejo reprodutivo, Ricardo Rosique Lara, faz o acompanhamento quinzenal do rebanho. “Através do exame por palpação retal e ultrassonografia, ele faz o diagnóstico das vacas prenhas, e as vacas vazias recebem tratamento hormonal para indução de cio ou entram nos protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF)”, explica Mauro, contado que, atualmente, 62% das vacas do rebanho estão prenhes. “Esta é uma das melhores fazendas, dentro do nosso acompanhamento reprodutivo, em relação à observação de cio e taxa de serviço”, diz Raul.

Grande parte destes índices deve-se ao trabalho do gerente da fazenda, Silvio José Correa, que está na propriedade há mais de 20 anos. “Silvio é muito experiente e está sempre atento ao comportamento dos animais”, diz Mauro.

As novilhas são inseminadas por volta dos 13-14 meses, quando atingem os 350 quilos de peso vivo. O gerente Silvio também avalia se o tamanho e estrutura corporal das novilhas estão adequados, antes de insemina-las.

A fazenda utiliza o GMS® - Sistema de Manejo Genético, da ABS PecPlan. “O GMS® é um amplo sistema de manejo que otimiza o progresso genético e simplifica o processo de criação, oferecendo recomendações de acasalamento sólidas, e não tendenciosas, baseando-se em características de produção e tipo de importância econômica para obter vacas mais duráveis”, explica Raul Andrade. “Aqui na Fazenda Ipê – Morro Grande, o GMS® é uma ferramenta que orienta o produtor na escolha e indicação do touro correto, a fim de auxiliá-lo principalmente em relação à consanguinidade”, diz Raul.

Em relação à genética utilizada, duas famílias se destacam no rebanho da fazenda, sendo elas provenientes dos touros Picston Shottle e Boliver-ET, ambos com mais de 1 milhão de doses de sêmen vendidas. Atualmente, 80% dos touros utilizados nos acasalamentos são genômicos, e 20% touros provados.

Complementando o aporte de ferramentas de manejo, Mauro faz uso do ABS Monitor, para monitoramento da reprodução de seu rebanho. “A ABS oferece essas ferramentas e serviços aos clientes e parceiros, e o ABS Monitor tem como objetivo auxiliar a rotina reprodutiva da fazenda. É um programa bem simples, com registro de informações básicas como coberturas, parições, diagnósticos de gestação e produção de leite, e que instiga o produtor a atingir suas metas. É muito fácil de ser utilizado e interpretado pelo produtor, junto ao técnico da ABS e o veterinário da fazenda, dando alertas que nos indicam se estamos no caminho certo ou não”, explica o gerente Raul.

O produtor conta que o que mais gosta de ver no sistema são os gráficos gerados, como taxa de concepção em função do DEL (dias em leite), taxa de concepção por tipo de serviço, distribuição de DEL à primeira inseminação, taxa de concepção por inseminador, enfim, gráficos que mostram como está o desempenho reprodutivo em função das metas estabelecidas. “Numa das análises percebemos uma diferença grande na taxa de concepção em um dos inseminadores, e isso nos alertou para a necessidade de um novo treinamento. Com isso, o desempenho dos funcionários melhorou significativamente, retornando aos índices desejados”, conta Mauro.

“Touros bons todas as centrais têm. Mas o que mantém essa parceria com a ABS é a relação que firmamos, a confiança que tenho na equipe técnica e na assistência que tenho dentro da fazenda”, afirma Mauro Beraldo.

 

 

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O manejo

Todo o volumoso utilizado na alimentação do rebanho é produzido na fazenda. Mauro é responsável pela parte pecuária, sendo o setor agrícola conduzido por seus irmãos Sérgio e Cláudio Beraldo.

As vacas em lactação são divididas em seis lotes, de acordo à produção e idade. Cada lote recebe uma dieta (totalmente misturada), formulada de acordo à produtividade animal, tendo como base silagem de milho, farelo de soja, caroço de algodão, polpa cítrica, grão de milho úmido e núcleo mineral.

O consumo médio dos lotes em lactação é de 45 kg de dieta total por dia, por vaca, divididos em dois tratos diários. A dieta atual equivale a um custo médio de R$ 12,92/vaca por dia.

As vacas secas passam por dois lotes, o primeiro dos 60 aos 30 dias pré-parto, e o segundo dos 30 dias pré-parto até o parto. Neste último, recebem uma dieta aniônica.

As novilhas são mantidas a pasto, e recebem suplementação com silagem de milho, farelo de soja e núcleo mineral. “Quando notamos lotes de novilhas com sobrepeso, e até mesmo de algumas vacas secas, passamos a usar silagem de cana-de-açúcar na dieta, visando equilibrar o peso dos animais”, explica o produtor.

As bezerras são criadas em baias suspensas, individuais. Assim que nascem, recebem o colostro em mamadeira, o mais rápido possível após o nascimento. “Temos um banco de colostro, e caso a mãe da bezerra não produza colostro suficiente ou de baixa qualidade, fornecemos de nossa reserva, no mínimo 3 litros por bezerra”, diz o produtor.

Até os 45-50 dias, as bezerras recebem 6 litros de leite, divididos em duas mamadas, e ração inicial. Após os 50 dias, elas saem das casinhas e passam a compor lotes com no máximo 15 bezerras, e recebem leite somente de manhã, porém um volume maior (4 litros). “Adotamos há pouco tempo esta prática, e tem sido muito positiva. As bezerras aumentam muito o consumo de concentrado”, conta Mauro, explicando que o fornecimento do leite nesta fase é feito em canzil. Por volta dos 80 dias são desmamadas.

O manejo sanitário da fazenda envolve um completo calendário de vacinação do rebanho, exames semestrais de brucelose e tuberculose, e casqueamento preventivo, além do uso de pedilúvio três vezes na semana.

 

 

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Um novo sistema

O último investimento da fazenda foi a troca do equipamento de ordenha, agora com 24 conjuntos (duplo 12), paralelos. “Projetamos esta sala de ordenha já considerando a meta da fazenda, de dobrar sua produção atual, e instalar mais 8 conjuntos, formando um duplo 20”, diz Mauro. A sala de ordenha conta com uma área para resfriamento dos animais, com ventiladores e aspersores. “Como ainda não temos aspersão nas linhas de cocho dos galpões, trazemos os lotes de maior produção 2 vezes ao dia para esta sala, além das 3 ordenhas, para um resfriamento adicional de 30 minutos”, explica.

Mauro Beraldo conta que possui cerca de 200 novilhas para entrar em produção ainda este ano. O projeto da fazenda é atingir o volume de 30.000 litros por dia, até 2020. Como a capacidade de lotação dos 3 free stalls está no limite, será preciso construir uma nova estrutura. “A princípio pensei em um compost barn, para alojar as vacas no pré e pós-parto, ou então um free stall, que é um sistema que já tenho domínio. Até fizemos a terraplenagem do terreno. Mas considerando o investimento em ventiladores, e também a necessidade de colocar aspersores nos outros galpões, percebi que talvez seja mais viável partir para um outro tipo de sistema, alojando todos os animais em um galpão com sistema de ventilação cruzada (cross ventilation)”, explica Mauro.

O produtor está avaliando a construção de um galpão com ventilação cruzada, ainda este ano, para 600 animais. “Preocupa-me muito as vacas no pós-parto, e é principalmente para elas que estou pensando neste novo sistema”, diz o produtor.

Segundo ele, o galpão fechado permite um maior controle do ambiente, oferecendo melhores condições de conforto aos animais.

O sistema de tratamento de dejetos está quase concluído, contemplando a captação dos dejetos, separação da areia para reutilização nas camas, e uso dos resíduos líquidos e sólidos na lavoura. “Deixamos o espaço para construção de um biodigestor. Este pode ser um passo futuro também”, conta Mauro.

 

 

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Gestão para o presente e futuro

A produção de leite da Fazenda Ipê - Morro Grande emprega 17 funcionários. O produtor Mauro é consciente da importância do treinamento de sua equipe, com capacitações periódicas sobre as várias rotinas de manejo da fazenda. Para isso, foi construída uma sala exclusiva, onde são ministrados os treinamentos. “Pelo menos uma vez por mês realizamos algum treinamento, e periodicamente fazemos uma reunião geral”, diz.

O gerenciamento da fazenda é feito pelo produtor, junto aos técnicos que o assessoram nos diversos setores da fazenda (reprodução, nutrição, genética e qualidade do leite). O produtor também faz parte do projeto Educampo, em parceria com a Danone. “O técnico do Educampo me auxilia muito na gestão financeira da propriedade”, conta Mauro.

O produtor valoriza a atividade, ressaltando a necessidade de um bom gerenciamento para obtenção de resultados satisfatórios. “Tendo alta eficiência, com total controle administrativo e financeiro, a atividade leiteira é muito vantajosa. Mas repito: é preciso ser eficiente!”, alerta. Hoje, a rentabilidade do produtor, com a terra, é de 10,54% ao ano.

Ao lado da esposa Joseli e dos filhos Tiago (20) e Lara (6), Mauro faz planos para aumentar o negócio da família, vislumbrando um futuro cheio de realizações. “O que mais me motiva a seguir investindo na atividade, com tanto entusiasmo, é pensar que temos grande possibilidade das futuras gerações darem sequência ao negócio. Meu filho Tiago está estudando Zootecnia, e poderá vir trabalhar conosco, sendo meu braço direito aqui na fazenda”, diz o produtor.

“Desde criança, lidar com gado é minha paixão. Eu gosto das vacas, gosto de ver as bezerrinhas nascerem, crescerem, ver vacas bonitas e produzindo com saúde. Isso é minha vida, é o que eu gosto de fazer”. São produtores com este perfil inovador, cheio de entusiasmo, que motivam tantos outros a dedicarem-se a esta nobre atividade.

 

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