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Profissionais do setor traçam os caminhos que a pecuária leiteira deve percorrer em 2025

Quais são os caminhos que a pecuária leiteira deve seguir em 2025? Para responder, ouvimos profissionais que são referência no setor.

Profissionais do setor traçam os caminhos que a pecuária leiteira deve percorrer em 2025

Tudo muda o tempo todo. Essa máxima, que bem poderia ser o mantra da vida, encontra na pecuária leiteira seu reflexo mais puro. E, convenhamos, isso é motivo para otimismo. O início de um novo ano sempre carrega a urgência de refletir estrategicamente, identificar tendências e planejar o futuro com confiança. Assim, a Revista Leite Integral reuniu depoimentos de profissionais que são referência em diferentes elos da cadeia do leite. Suas perspectivas nos ajudam a vislumbrar os caminhos que se desenham para 2025, reafirmando que seguir adiante é mais que uma necessidade; é a essência de quem constrói o progresso todos os dias.


Flávia Fontes
CEO da Fair Food

“Recentemente, assisti a um vídeo que conta a história da Chobani, a marca número 1 de iogurtes dos EUA, que vale hoje 10 bilhões de dólares. O que mais me impressionou foi que o sucesso da marca não veio do tamanho (imenso) de sua operação, mas da diferenciação, da qualidade dos seus iogurtes. Essa história só reforçou a minha convicção de que o setor leiteiro precisa, cada vez mais, atender aos anseios de um consumidor em constante transformação. Precisamos nos adequar a um público, em rápido crescimento, que busca diferenciação, origem, transparência e responsabilidade na produção de alimentos. Acredito que, em 2025, daremos passos mais rápidos em relação à adoção de comunicação e de práticas de bem-estar animal e sustentabilidade ambiental, respaldadas por certificações. E esse movimento deve ser feito por todos os elos da cadeia produtiva do leite, a começar pelos produtores, com respaldo da indústria e do varejo”.

Maria Antonieta Guazzelli
Sócia-proprietária da Agropecuária Rex

“Quando falamos sobre tendências, é impossível não destacar a importância de adotarmos medidas sustentáveis. O tripé ESG — sustentabilidade ambiental, econômica e social — deve ser o alicerce de qualquer fazenda produtora de leite. É um processo contínuo, que exige olhar constante para melhorias, seja na redução do uso de insumos, como antibióticos e anti inflamatórios, seja na adoção de práticas regenerativas. A agricultura regenerativa, intrínseca à produção de volumosos, é essencial para avançarmos, integrando biofertilizantes, biogás e compostagem dos resíduos, maximizando a eficiência e a sinergia entre pecuária e agricultura. Além disso, um grande desafio que enfrentamos é a questão social, especialmente relacionada à retenção de mão de obra qualificada. Ir além das obrigações trabalhistas e legais exige compreender o que cada funcionário valoriza, promovendo um ambiente que realmente incentive sua permanência e satisfação. Outro ponto crucial são as medidas estruturantes do setor. A heterogeneidade entre produtores altamente tecnificados e aqueles com acesso limitado a técnicas e tecnologia é um gargalo que precisamos resolver. Melhorar o manejo, disseminar conhecimento e investir em genética são passos fundamentais para reduzir essas desigualdades. E quando pensamos em produtividade, precisamos ir além do volume de leite. É essencial focar também na saúde e desenvolvimento de bezerras, otimizando os sistemas de parto, cria e recria. Por fim, o combate à desinformação é uma luta que precisa ser intensificada. Muitos mitos e barreiras ainda cercam o agro, especialmente na produção de leite, e educar o consumidor é essencial para romper essas barreiras. Em resumo, devemos nos concentrar no que está ao nosso alcance: sustentabilidade, eficiência e comunicação clara para assegurar um futuro mais sólido para a pecuária leiteira.”

Túlio Ramalho
Head de Ruminantes Brasil, Paraguai e Uruguai, dsm-firmenich

“As tendências que transformarão o setor leiteiro em 2025 já estão em curso e refletem movimentos amplos do agronegócio: sustentabilidade, bem-estar animal e gestão de dados. A sustentabilidade, mais do que meta, é estratégia de negócio. Ferramentas como o Sustell™ permitem que os produtores meçam a pegada ambiental de suas fazendas e implementem ações que efetivamente reduzam impactos, enquanto aditivos como o Bovaer® auxiliam na mitigação de emissões de gases de efeito estufa. No campo do bem-estar animal, práticas como o uso de sêmen de corte em vacas leiteiras — o chamado beef on dairy — estão crescendo no Brasil. Essa estratégia dá um destino econômico e sustentável aos machos de leite, reforçando o compromisso com a produção ética e eficiente. Já a gestão de dados é fundamental para garantir a saúde financeira e a longevidade do negócio. A pecuária leiteira é uma atividade de alto investimento, com custos elevados em terra, instalações e manejo. Por isso, a tomada de decisão baseada em dados, com o suporte de softwares, como o Farmtell™ Milk e consultorias especializadas, tornou-se indispensável. Ferramentas que permitem ao produtor ter controle da fazenda na palma da mão são os alicerces para a gestão eficiente, sustentável e lucrativa.”

Denis Teixeira da Rocha
Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite

“A atividade leiteira no Brasil continuará sua trajetória de consolidação da produção, com redução do número de produtores e concentração geográfica da produção em algumas bacias leiteiras mais estruturadas. Esse produtor que continuará na atividade será cada vez mais profissional na condução de seu negócio, prezando pela busca constante da eficiência técnica e econômica. Nesse quesito, a evolução tecnológica, orientada por assistência técnica e extensão rural de qualidade, é fator fundamental. Essa tendência não é necessariamente excludente em relação aos pequenos produtores, visto que mesmo produtores com volumes diários de leite menores também podem se manter competitivos, primando pela eficiência em seus sistemas de produção. Como tendência tecnológica, acredito que temas como pegada de carbono, sustentabilidade e bem-estar animal serão cada vez mais comuns no dia a dia da atividade leiteira, de modo a nos tornarmos mais competitivos como cadeia produtiva.”

Tales Lelis
Diretor de Negócios de Ruminantes da América Latina, Evonik Animal Nutrition

“Para 2025, as tendências da pecuária leiteira no Brasil apontam para três pilares fundamentais: economia de escala, conforto animal e nutrição de precisão. O mercado está em processo contínuo de consolidação, com produtores maiores e mais tecnificados permanecendo na atividade, enquanto produtores amadores têm deixado o setor. Essa concentração promove o uso de tecnologias avançadas, genética aprimorada e estratégias de manejo que aumentam a competitividade e a produtividade dos rebanhos. O conforto animal se consolida como investimento indispensável. Ambientes como Compost Barns e projetos modernos de Free Stall têm demonstrado resultados significativos na produtividade e reprodução das vacas leiteiras. Oferecer conforto adequado não só melhora o bem-estar animal, mas também maximiza o retorno econômico para o produtor. Na nutrição, o foco está no ajuste fino das dietas, impulsionado por modelos nutricionais mais avançados, como o CNCPS e pelo lançamento do NASEM, em 2021. A atenção vai além dos componentes básicos, abordando digestibilidade, qualidade de fibra e perfis de aminoácidos. Essa precisão na nutrição é essencial para atender à demanda por maior produtividade, conectando economia de escala, manejo adequado e alimentação eficiente. No entanto, desafios persistem, como o baixo consumo interno de leite, que pode ser impactado por preços mais altos. Esse cenário exige ainda mais eficiência dos produtores, que precisam buscar inovação constante e integração das melhores práticas para se manterem competitivos em um mercado cada vez mais exigente.”


Caroline Ryden

Customer Service & Marketing Manager LatAm, DeLaval

Em 2024, a DeLaval celebrou 65 anos de história no Brasil, uma trajetória marcada pela paixão pela produção de leite e pelo compromisso em melhorar a vida dos produtores. Este marco não é apenas uma celebração do passado, mas um ponto de partida para um futuro em que a sustentabilidade e a eficiência são mais do que objetivos; são imperativos. Apesar de um ano desafiador para o agronegócio, as perspectivas para 2025 no setor leiteiro são promissoras. O mercado brasileiro oferece inúmeras oportunidades, e a DeLaval está comprometida com ele. Estaremos ainda mais próximos dos produtores, oferecendo suporte técnico em todas as etapas de cada projeto, o atendimento ao cliente ainda mais proativo e soluções inovadoras, inclusive através de nossos distribuidores. Essas soluções desempenham papel crucial na transformação da pecuária leiteira, como por exemplo, as tecnologias que permitem que os produtores gerenciem suas fazendas de maneira mais abrangente, concisa e clara, facilitando a rápida tomada de decisão. Além disso, e seguindo os pilares da DeLaval, acreditamos que o bem-estar animal é fundamental para uma produção eficiente e sustentável, e estamos empenhados em oferecer soluções que estejam alinhadas a esse propósito. A Certificação Empresa Amiga do Bem-Estar Animal (ABEA), recentemente adquirida pela DeLaval em toda a América Latina, é exemplo disto. Conforme avançamos, é essencial que todos os envolvidos na cadeia produtiva do leite trabalhem juntos para construir um futuro mais sólido e inovador. A DeLaval está pronta para liderar esse caminho no Brasil, como faz globalmente, oferecendo soluções que não apenas atendem às necessidades atuais, mas também preparam o setor para os desafios futuros. Convidamos todos os produtores e parceiros a se juntarem a nós nesta jornada, onde a sustentabilidade e a eficiência são metas e a base de um futuro que já é presente para a pecuária leiteira no Brasil.


Antônio de Salvo
Presidente do Sistema Faemg Senar

“É essencial para o futuro do setor leiteiro mineiro e brasileiro a adoção de pacotes tecnológicos eficientes voltados aos pequenos e médios produtores. A sustentabilidade e a lucratividade da produção de leite dependem de um tripé bem estruturado, composto pela gestão da propriedade e pela utilização de tecnologias modernas. Nesse contexto, a tecnologia se apoia em dois pilares principais: a oferta contínua de forragem de alta qualidade para alimentação das vacas e a utilização de genética compatível com o manejo de cada propriedade. Sem essas bases, será difícil garantir a viabilidade econômica da atividade, especialmente para os pequenos produtores, que precisam se manter no campo. Não vemos mais espaço para o produtor de leite preso a práticas ultrapassadas, como o extrativismo, pastagens de baixa qualidade, suplementação insuficiente na seca e genética deficiente. Esse cenário de transformação é possível. Por meio do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em Bovinocultura de Leite do Sistema Faemg Senar, produtores que antes alcançavam 50, 60 ou 70 litros de leite por dia estão rapidamente evoluindo para produções de 200 ou 300 litros, garantindo maior viabilidade econômica para suas propriedades. Tecnologia e inovação são, portanto, ferramentas indispensáveis para fortalecer a pecuária leiteira e manter os produtores no campo, assegurando o desenvolvimento sustentável do setor.”


César Lacerda
Vice-Presidente da CCPR

“Olhando para o passado recente e o presente, acredito que 2025 será marcado por três grandes tendências para o setor leiteiro. A primeira é a intensificação e regionalização da produção. A busca por produtividade e eficiência está concentrando a produção em regiões mais tecnificadas, o que desafia as bacias leiteiras tradicionais a se adaptarem. Essa mudança reflete a profissionalização crescente no setor, impulsionada por tecnologias e estratégias de gestão. A segunda tendência é a valorização do produtor e a busca por estabilidade. Após um período de dificuldades com custos elevados e baixos preços, o cenário atual é de recuperação. Com custos de produção mais previsíveis, especialmente de milho e soja, e a crescente demanda interna e externa, espera-se que 2025 traga maior estabilidade e melhores margens para os produtores. A terceira tendência é a inovação e diversificação de produtos. As empresas lácteas têm investido em atender às novas demandas dos consumidores, como a Geração Z, que valoriza produtos diferenciados e de maior valor agregado. Minha mensagem aos produtores é que aproveitem esse momento de oportunidades investindo em profissionalização, planejamento estratégico e tecnologias. As cooperativas, como a CCPR, são parceiras essenciais nesse processo, oferecendo suporte financeiro e técnico para garantir o desenvolvimento sustentável. Estou confiante de que o mercado brasileiro continuará a crescer, com maior participação no mercado internacional e valorização do trabalho dos produtores. A intensificação da produção, a inovação constante e a união do setor serão pilares para um futuro promissor da cadeia leiteira.”


Fernando Afonso Machado
Sócio-proprietário da Fazenda Retiro

“Olhando para o cenário atual e projetando o futuro, estamos muito esperançosos com a pecuária leiteira. Observamos uma transformação significativa no setor: enquanto muitos produtores têm deixado a atividade por falta de profissionalização, aqueles que permanecem estão investindo em intensificação e capacitação das equipes. Isso tem contribuído para o crescimento de fazendas maiores e mais eficientes, sinalizando o potencial do Brasil para se tornar um grande exportador de leite nos próximos anos. O Brasil possui vantagens únicas: terra, água, energia e espaço disponível, sem a necessidade de desmatamento. Somos exemplo mundial em preservação ambiental, algo que precisa ser mais divulgado. Os produtores estão comprometidos, trabalhando com regularidade ambiental e estruturados para mitigar impactos ambientais, como a redução de emissões de carbono e o tratamento de dejetos. Estamos nos preparando para uma posição de liderança global, e acredito que esse objetivo será alcançado na próxima década. Entretanto, o setor enfrenta desafios, especialmente na área de mão de obra. Apesar dos esforços para melhorar as condições de trabalho, como redução de carga horária, incentivos e investimentos em qualidade de vida para os colaboradores, a contratação ainda é difícil. Muitos brasileiros resistem às exigências de um trabalho que não pode ser pausado nos finais de semana, como o leite. Em médio e longo prazo, acredito que a robotização será inevitável para superar essas barreiras e avançar na tecnificação do setor. Na Fazenda Retiro, estamos crescendo de forma sólida, com aumento médio de 7% ao ano. Trabalhamos com baixo nível de endividamento, sempre atentos ao planejamento para atravessar crises sem comprometer a saúde financeira. É um progresso gradual, construído com precaução e dentro das possibilidades de quem vive exclusivamente da produção de leite.”


Evandro do Carmo Guimarães
Proprietário das Fazendas do Basa e presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL)

“Esta excelente publicação voltada para a excelência da produção leiteira pede nossa opinião sobre perspectivas para o ano de 2025. Na verdade, muita coisa tem ficado pior no que mais me importa: o desenvolvimento sustentável para o povo brasileiro. Não acredito que o quadro geral deste país tão desigual vá melhorar, pois ainda vivemos uma desunião tremenda na política ou pseudopolítica. Cada vez mais, percebo o avanço de pessoas que deveriam se preocupar em servir, mas que estão voltadas para interesses próprios. Insisto na oportunidade que está aberta para apoiarmos os pequenos produtores de leite do Brasil, que necessitam de gado de leite rústico e mais produtivo. A oportunidade é real: financiamento através do Pronaf, com 8 anos de prazo para pagamento para transferência de embriões. Espero que pessoas de importância setorial se interessem pelo assunto para que, pelo menos, uma parte dos pequenos produtores tenha luz ao final do túnel e saia da cruel situação de trabalhar com pequenos rebanhos sem a genética adequada. Se a mídia se dedicar ao assunto, pode demonstrar que tem consciência social, e a Nação vai agradecer.”

Diego Souza
Head da Unidade de Negócios de Grandes Animais, Boehringer Ingelheim

“O setor de pecuária de leite encerrou 2024 com desempenho positivo, mesmo diante de desafios significativos, como as adversidades climáticas no Rio Grande do Sul e as oscilações no preço do leite. Para 2025, as perspectivas são otimistas, com a expectativa de maior consumo de leite impulsionado pelo crescimento econômico do Brasil e tendência de ampliação das margens dos produtores. Contudo, para que esse crescimento seja sustentável, é essencial estar atento aos movimentos do mercado. Entre os destaques, o aumento do uso de tecnologia para controle das informações e gestão da produtividade tem se consolidado como estratégia indispensável. A tecnologia não apenas melhora os indicadores de eficiência, mas também auxilia na redução de custos, otimizando recursos em propriedades de diferentes portes. Além disso, o desafio da gestão da mão de obra continua a ser questão central, exigindo capacitação e boas práticas para o dia a dia das fazendas. A adoção de protocolos de biosseguridade também desponta como tendência relevante. Esses protocolos são essenciais para controlar a entrada de doenças nas propriedades, promover o uso racional de antibióticos, garantir o bem-estar animal e reduzir resíduos no leite. Como resultado, oferecem ao mercado um produto nutritivo e seguro para o consumidor. Por fim, é importante observar os novos hábitos dos consumidores, que vão além da qualidade do produto final. Os consumidores de hoje desejam entender todo o processo de produção, valorizando práticas que garantam o bem-estar animal, a sustentabilidade e a segurança alimentar. Para se manterem competitivos e alinhados às demandas de mercado, os produtores precisam adaptar seus processos para atender a esses critérios, garantindo produtividade e responsabilidade social e ambiental.”


Virgilio Santos Filho
Diretor Comercial, Bravet

Para 2025, nós, do laboratório Bravet, acreditamos que o mercado lácteo brasileiro será fortemente influenciado por três fatores principais: os incentivos governamentais à produção nacional e internacional, a manutenção de programas sociais que estimulam o consumo entre as classes menos favorecidas, e o desenvolvimento de iniciativas regionais que agreguem valor à comercialização de leite e derivados. A cadeia do leite enfrenta desafios que vão além da produção. É essencial investir na industrialização, melhorar a gestão dos custos logísticos e reduzir a dependência de intermediários, fatores que afetam diretamente a rentabilidade do setor. Acreditamos no crescimento do setor em 2025.”


Leonardo Seyboth
Diretor Comercial, Prado Saúde & Nutrição Animal, Eurotec Group

“A pecuária leiteira enfrenta o desafio de equilibrar produtividade e sustentabilidade para garantir a lucratividade. Produzir em maior volume, com eficiência e qualidade, é indispensável para competir no mercado. Essa busca deve incluir práticas sustentáveis, como manejo de dejetos e uso de adubos orgânicos, que melhoram a fertilidade e a estrutura dos solos, além da redução de emissões de gases do efeito estufa e combate à desinformação sobre o setor. A maximização da produtividade animal é essencial e exige melhoramento genético buscando animais de alta produtividade, nutrição de precisão e uso eficiente de recursos como água, alimentos e energia. No transporte, eficiência nas rotas e preservação do leite desde a ordenha até a entrega são fundamentais para garantir qualidade e reduzir custos, impactando positivamente a cadeia produtiva. As tendências de nutrição para gado de leite e corte incluem o uso de dietas balanceadas com aditivos que promovam a saúde ruminal e reduzam as emissões de metano, contribuindo para a sustentabilidade. Além disso, há um crescente interesse em fontes alternativas de proteína, como subprodutos da agroindústria, que reduzem custos sem comprometer o desempenho dos animais. O monitoramento do consumo e da digestibilidade também tem ganhado espaço, com ferramentas tecnológicas que auxiliam na formulação de dietas mais precisas. O uso de medicamentos em gado de leite e corte tem passado por uma evolução significativa, com foco na redução do uso indiscriminado de antimicrobianos, evitando o desenvolvimento de resistência microbiana. Alternativas como vacinas e terapias preventivas vão continuar em destaque, assim como a implementação de protocolos sanitários rigorosos. A adoção de boas práticas de manejo contribui para minimizar a necessidade de intervenções medicamentosas, promovendo a saúde e o bem-estar animal de forma sustentável. Outro grande desafio é a formação e retenção de mão de obra qualificada. A escassez de profissionais capacitados reforça a necessidade de treinamento contínuo e valorização de habilidades técnicas e interpessoais. O avanço da mecanização e da robótica, com ordenhadeiras automáticas e equipamentos de alta performance, já é uma realidade e demanda profissionais preparados para operar estas tecnologias. A diversificação de mercados, com produtos de nicho como queijos artesanais e laticínios diferenciados, atrai consumidores de maior poder aquisitivo. Ao mesmo tempo o apelo dos consumidores por uma produção natural e sustentável, reforça a importância da redução do uso de antimicrobianos e os investimentos em saúde e bem-estar animal, bem como o emprego de técnicas como IATF, sêmen sexado e transferência de embriões. A abordagem de Saúde Única, que integra saúde animal, humana e ambiental, consolida-se como uma prioridade. Todos os esforços mencionados refletem a contínua transformação do setor leiteiro, que precisa equilibrar eficiência, inovação e sustentabilidade para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades de 2025.”


Bruno Mezzomo Pasqual
Gerente de Produto Active Tag, Datamars

“Com o fim de 2024, é hora de refletir sobre os desafios enfrentados e as tendências que moldarão a pecuária leiteira em 2025. Um dos focos centrais será o investimento em gestão, essencial para lidar com um mercado cada vez mais competitivo e de margens apertadas. A profissionalização dos produtores e o uso de indicadores financeiros serão vitais para controlar custos e manter a rentabilidade, especialmente em um cenário onde fatores externos, como a variação cambial e as importações de leite, influenciam diretamente o preço pago ao produtor. A tecnologia também se destaca como uma das tendências mais transformadoras. O futuro do setor está nos dados e na capacidade de utilizá-los para otimizar manejos, processos produtivos e o bem-estar animal, ao mesmo tempo que reduz a dependência de mão de obra e melhora a qualidade de vida dos produtores. Tecnologias que geram informações precisas serão fundamentais para atrair novas gerações e garantir a sucessão familiar no campo. Por fim, a interpretação e aplicação desses dados exigirão consultores cada vez mais especializados. O papel da assistência técnica está evoluindo para atender à complexidade crescente do setor, com ajustes minuciosos de manejo e planejamento. Consultores com alto nível de especialização serão essenciais para maximizar a eficiência produtiva e financeira das propriedades, alinhando tecnologia, conhecimento e resultados.”



 


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Equipe Revista Leite Integral

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