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Pastagens

Uso de herbicidas em pastagens

Uso de herbicidas em pastagens

Texto: Marco A. Factori, Paulo R. L. Meirelles, Marina G. Berchiol

Apesar do Brasil apresentar o maior rebanho comercial do planeta, e a maior parte do leite e carne produzidos basear-se na utilização de pastagens, os índices de produtividade ainda são considerados baixos na maioria das propriedades. Dentre os fatores que contribuem para esta realidade estão a inexistência de práticas de manejo, degradação de grandes áreas de pastagens, e animais de baixo potencial produtivo. Entretanto, grande parte do conflito de competição das pastagens tropicais está ao redor das plantas daninhas, um grande mal gerador de infelicidade entre os produtores e quedas acentuadas da produtividade das pastagens.

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Introdução

As principais causas da degradação das pastgens envolvem desde a escolha errada da espécie ou cultivar de forrageira para determinada região e sistema de produção, passando pelo estabelecimento deficiente com preparo inadequado do solo, ausência de calagem e adubação, baixa qualidade da semente e baixa densidade de semeadura, até os erros de manejo da espécie forrageira, principalmente o superpastejo. Como todo empreendimento, a implantação de pasto também deve ser planejada.

Considerando o uso de produtos químicos para controle de plantas indesejáveis, algumas dificuldades acabam despontando. O preço elevado dos herbicidas, asssociado ao uso indevido dos mesmos, têm causado grande prejuízos para o setor, ocasionando aumento de custos, em função das doses aplicadas por hectare, preocupação que vem se acentuando nas pastagens tropicais comumente utilizadas na produção de carne e leite. O uso intenso que se faz dos herbicidas em pastagens, as doses dos ingredientes ativos indicados e a provável existência de resistência das plantas infestantes às moléculas existentes no mercado, bem como a indiferença dos pecuaristas em receber consultoria técnica para planejar o manejo dos agrotóxicos em pastagens, justificam pesquisas nesta área.

 

Fatores a serem considerados na utilização dos herbicidas

A eficácia de um herbicida aplicado às folhas das plantas daninhas está estreitamente relacionada à magnitude do processo de absorção. Estudos feitos com vários herbicidas mostram que a absorção é limitada pela quantidade do produto que atravessa a cutícula da folha, sendo influenciada pelas condições ambientais onde a planta daninha está se desenvolvendo. A umidade do solo, a temperatura e a umidade relativa do ar interferem no comportamento dos herbicidas nas plantas.

Alguns herbicidas são aplicados no solo, se movendo dentro da planta, das raízes para as folhas. Aqueles que são aplicados nas folhas, chamados de contato, reagem rapidamente no ponto aplicado. Existem ainda os sistêmicos, que movimentam-se das folhas para os pontos de crescimento.

Considerando a formação ou reforma de uma pastagem, geralmente ocorre a germinação da sementeira ou rebrote das plantas invasoras, como também da gramínea forrageira. Não se pode permitir que plantas daninhas atrasem a formação da pastagem, impedindo que seja atingida sua plena capacidade de suporte.

Alguns autores recomendam que a aplicação de herbicidas seja feita entre 30 e 40 dias após a germinação ou ocorrência de rebrote das invasoras de folha larga (atingido por herbicidas específicos). Essa prática é econômica e viável, levando-se em conta as pequenas doses de produtos utilizados e a eficiência do controle nessa fase de desenvolvimento da maioria das invasoras. Nos casos de pastagens estabelecidas, e com boa cobertura de solo, a aplicação pode ser feita em área total ou de forma dirigida, em função do índice de infestação.

Ainda, segundo alguns autores, se as invasoras atingirem porte muito elevado ou plantas próximas à florada, recomenda-se o controle mecânico associado, efetuando uma roçada, cerca de 40 a 60 dias antes da aplicação do herbicida. Essa prática garante eficiência e economia com a redução na quantidade do produto utilizado, em função do rebrote ter maior atividade de circulação de fotoassimilados ou ainda substratos, acelerando e aumentando a eficiência dos herbicidas.

 

Escolha dos herbicidas

Plantas invasoras competem com as gramíneas forrageiras por alguns fatores essenciais como água, luz, nutriente, e espaço, sendo mais eficientes no uso desses fatores. Isso se deve à melhor adaptação daquelas espécies ao ambiente, já que são naturais da região onde se encontram, além de apresentarem um sistema radicular mais profundo e arquitetura mais eficiente das folhas.

A escolha dos herbicidas depende das espécies de plantas daninhas existentes na área, bem como de seus estágios de desenvolvimento e época de aplicação. O efeito de um herbicida ocorre em função da absorção, translocação, suscetibilidade e metabolismo da planta em relação ao mesmo. Dessa forma, a dose requerida, bem como a formulação química adequada, varia de acordo com cada espécie, seu estágio de desenvolvimento, e atividade. Para tanto, o planejamento do controle químico de uma pastagem,  incluindo o herbicida a ser utilizado, dose e forma de aplicação, depende de vários fatores, quais sejam: condição da pastagem, identificação das plantas invasoras, tipo de folhagem, estágio de desenvolvimento e índice de infestação.

São vários os produtos existentes no mercado, merecendo cautela e acompanhamento de um técnico para que a escolha seja estudada caso a caso. O produtor deve estar atento ainda ao momento certo da aplicação, reforçando a necessidade da presença de um técnico, o que resultará em maior eficácia da aplicação.

Dentre os herbicidas mais utilizados em pastagens cultivadas no Brasil está o 2,4-D (conhecido para folha larga), do grupo químico dos fenoxiacéticos, que  é  absorvido pelas folhas, raizes e caules. Esse tipo de herbicida combate plantas daninhas dicotiledôneas herbáceas e semiarbustivas, em torno de 20 a 40 dias após emergência, quando elas estiverem em pleno crescimento vegetativo.

Existem ainda alguns herbicidas que são chamados de seletivos, sendo que algumas gramíneas forrageiras são tolerantes e podem ser aplicados na totalidade da área.

Outra categoria de herbicidas são os que chamamos de mata mato (Glyphosate ®) ou dessecantes, utilizados para dessecação das áreas de modo geral, matando a vegetação, tanto de folha estreita quanto larga, sendo sua absorção foliar. É utilizado para exterminar toda a vegetação de uma área, ou ainda utilizado em reboleiras para combate a invasoras que invadem a pastagem. Assim, considera-se que o uso destes herbicidas deve ser feito de forma localizada, ou nas entrelinhas.

De modo geral, existem no mercado produtos eficazes e fabricantes idôneos para quase todo tipo de situação. No entanto, a dosagem, forma e momento de aplicação deve seguir critérios específicos. Somente assim, a eficiência do processo aparecerá.

 

 

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