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Vai beber?

A água é a coisa mais importante ? que as vacas consomem e também com a qual os produtores menos se importam.

Vai beber?

Edição #95 - Fevereiro/2017

VAI BEBER?

A água é a coisa mais importante ? que as vacas consomem e também com a qual os produtores menos se importam.

Há uma versão, nas fazendas leiteiras, do velho ditado “Você pode levar um cavalo até a água, mas você não pode fazê-lo beber.” Seria mais ou menos assim: você pode dizer aos produtores de leite todas as formas pelas quais a água impacta a saúde e o desempenho das vacas, mas não significa que eles vão te ouvir.

Ninguém nos Estados Unidos sabe mais sobre os efeitos da qualidade e da quantidade de água para vacas do que o professor da Michigan State University, David Beede. É um tema que ele tem pesquisado e compartilhado com os produtores durante 45 anos. No entanto, a nossa impressão é de que poucas fazendas entenderam a mensagem.

Beede foi o palestrante de um seminário na World Dairy Expo, em Madison, Wisconsin, em outubro do ano passado. Seu tópico era “Nutrição e qualidade da água potável: são elas restrições em seu rebanho?”

A água é um tema complexo, com efeitos extensos, que poderiam facilmente preencher grande parte de um dia de discussão, mas ele tinha apenas uma hora.

MENSAGENS PARA LEVAR PARA CASA

Mesmo com tempo restrito, ele apresentou várias mensagens-chave para levarmos para casa:

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A palestra de Beede abordou três questões principais:
• As vacas estão recebendo água suficiente?
• O que há na água?
• O que você pode fazer se essa água está ruim?

Segundo ele, medir a ingestão de água potável é difícil, sem ter medidores em cada grupo de vacas e sem manter o controle do número de animais, mas ela é importante para tomar decisões acertadas de gerenciamento.

A ingestão média de água por vaca/dia pode ser bastante variável, dependendo da raça, clima, fazenda e qualidade da água. Sua regra de ouro é: de 150 a 190 litros por vaca/dia. Ingestões inferiores podem limitar o consumo de ração e a produção de leite, e afetar negativamente a saúde, a reprodução e a função imune. A baixa ingestão de água pode ser o resultado de muitos fatores, incluindo cochos muito pequenos, em número insuficiente, sujos, ou com fluxo inadequado. Muitas vezes, porém, o que ocorre é que a água está com um sabor ruim. “A minha primeira pergunta aos produtores é sempre: você beberia a água daquele cocho?”, afirmou Beede. “Se você não bebe, então não deve esperar que suas vacas bebam.” “Um declínio súbito na qualidade da água pode fazer com que a ingestão caia cerca de 30% dentro de uma semana, reduzindo tanto a ingestão de alimentos, quanto a produção de leite em 20 a 30%”, afirma Beede.

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Foto: A baixa ingestão de água pode ser o resultado de muitos fatores, incluindo cochos muito pequenos, em número insuficiente, sujos, ou com fluxo inadequado.

Muitas vezes, identificar a causa é, simplesmente, uma questão de fazer um teste barato (normalmente US$ 40 a US$ 60) na água das vacas. Ele recomenda fazer uma nova análise a cada três a quatro meses.

De todos os materiais orgânicos que compõem os sólidos dissolvidos totais (SDT) na água, os que Beede vê mais frequentemente são sulfato, cloreto, ferro, manganês e nitrato. ”Normalmente, se a SDT é baixa (Beede recomenda 500 ppm ou menos), eu não fico muito animado. A única exceção é o teor de ferro (ele recomenda 0,3 ppm ou menos), porque é uma quantidade relativamente pequena, que pode causar problemas para os animais, mas não aumenta muito seu SDT”, afirma ele.

Segundo Beede, é comum o nitrato estar elevado (ele recomenda 10 ppm ou menos), especialmente em áreas com muita fertilização de terras de cultivo. “E não há dúvidas de que isso afeta o desempenho reprodutivo de alguns rebanhos”, afirma ele.

CUIDADO COM O SULFATO

“Então, eu olho o sulfato e o cloreto (ele recomenda 250 ppm ou menos para cada um). O sulfato é o mais importante. Para qualquer nível acima de 250 ppm eu ficaria preocupado, porque pode afetar minhas vacas”, explica Beede.

Níveis entre 250 a 500 ppm causarão diarreia, perda de fluidos e desidratação, particularmente em bezerros jovens e vacas recém-paridas. “Para as vacas leiteiras, o nível combinado de sulfato e cloreto, acima de 1.000 ppm, aumentará a ocorrência de diarreia, retenção de placenta, deslocamento de abomaso e reduzirá a ingestão de água, de matéria seca e a produção de leite”, afirma ele.

“Com qualquer nível acima de 500 ppm de sulfato, você tem que pensar seriamente em fazer algum tratamento da água”, alerta. “Existem vários métodos, mas, no que me diz respeito, há apenas uma maneira de fazê-lo nos EUA.”

A primeira opção é encontrar outra fonte de água que tenha um baixo nível de sulfato. A osmose reversa, já utilizada por algumas grandes fazendas, embora cara, é muito eficaz, removendo até 95% de todos os contaminantes na água. “Para mim, com o sulfato alto, essa é realmente a única maneira econômica e lógica de fazê-lo, se você não conseguir encontrar uma nova fonte de água limpa”, disse Beede.

“A MINHA PRIMEIRA PERGUNTA AOS PRODUTORES É SEMPRE: VOCÊ BEBERIA A ÁGUA DAQUELE COCHO? SE VOCÊ NÃO BEBE, ENTÃO NÃO DEVE ESPERAR QUE AS SUAS VACAS BEBAM”

O tratamento de ferro pode ser feito de forma relativamente fácil e barata, utilizando os sistemas de aeração (“cortina de ferro”). O mesmo acontece com a cloração.

“Neste momento, peróxido de hidrogênio é o meu método de tratamento de escolha”, disse ele. Além de microrganismos, ele também mata algas e lodo, ficando ao final, apenas água e oxigênio. A meia-vida do peróxido de hidrogênio na água é de apenas duas horas; ele faz o seu trabalho e depois desaparece. E, ao contrário do cloro não vai matar os microrganismos ruminais.”

Republicação autorizada da edição de 14 de novembro de 2016 da Hoard’s Dairyman. Copyright by the W.D. Hoard and Sons Company, Fort Atkinson, Wisconsin, USA.

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