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Prejuízo certo

Ratos são sinônimo de problema e prejuízo, tanto nas cidades quanto no meio rural

Prejuízo certo

Edição #96 - Março/2017

PREJUIZO CERTO

Ratos são sinônimo de problema e prejuízo, tanto nas cidades quanto no meio rural

INTRODUÇÃO

A luta contra os roedores é um desafio permanente e histórico na humanidade.

Os métodos de exploração da natureza, desenvolvidos pelo homem, favorecem a instalação e proliferação desses animais. Embora a maioria das espécies de roedores viva em ambientes silvestres, em um perfeito equilíbrio com a natureza e fazendo parte da cadeia alimentar de muitos predadores (aves de rapina, cobras, lagartos), algumas se adaptaram melhor às condições ambientais criadas pelo homem, sendo considerados roedores sinantrópicos comensais. Estas espécies, diferente dos roedores silvestres, vivem próximas ao homem - principalmente os murídeos (Rattus e Mus) - onde encontram água, abrigo e alimento para sobreviver.

Os roedores são mamíferos da ordem Rodentia, cujo nome deriva da palavra latina rodere, que significa roer. A principal característica que os une é a presença de dentes incisivos proeminentes, que crescem continuamente, além do fato de serem animais terrestres e fossórios (fuça, abre túneis na terra).

Os roedores são dotados de uma extraordinária adaptabilidade, sobrevivem e proliferam em condições adversas nos mais variados ambientes. São extremamente habilidosos e resistentes, tornandose necessário um conhecimento aprofundado de sua biologia e comportamento, a fim de serem controlados de uma forma efetiva.

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SANITÁRIA

A Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou nada menos que 200 doenças que podem ser transmitidas por roedores e provocar perdas econômicas. Estima-se que, de 4% a 8% da produção nacional de cereais, raízes e sementes, é consumida por esses roedores. Enquanto os países desenvolvidos aceitam uma média de 3 a 5 ratos por habitante, a média brasileira é de 18 a 20.

Os ratos são responsáveis pela destruição de 10% a 40% do total de alimentos produzidos pelo homem. Danificam sacarias e depósitos de alimentos e podem provocar incêndios, ao roer a capa de proteção de fios e cabos elétricos, ocasionando curto-circuito.

O controle de ratos representa uma grande importância do ponto de vista da saúde animal e saúde pública, já que eles transmitem várias doenças como a leptospirose, salmonelose, hantavirose e peste bubônica, seja direta ou indiretamente, por meio da mordedura, urina, fezes ou pulgas. Existem várias espécies de ratos, sendo o Rattus norvegicus (ratazana, rato de esgoto, rato da Noruega), o Rattus rattus (rato de paiol, rato de telhado, gabiru, rato), e o Mus musculus (camundongo), os mais importantes na exploração pecuária.

ASPECTOS DA BIOLOGIA E COMPORTAMENTO DOS ROEDORES

O hábito de roer é necessário para desgastar seus dentes incisivos, que são de crescimento contínuo. Eles roem, também, para vencer obstáculos colocados em seu caminho, geralmente na busca de alimento ou de sítios de instalação da colônia.

São animais de hábito noturno, necessitando de habilidades sensoriais para se locomover livremente, sair em busca de alimento e fugir de predadores no escuro. Enxergam mal, mas apresentam alta sensibilidade à luz, percebendo variações de claro e escuro. Entretanto, sua habilidade olfativa é muito desenvolvida. Mexendo continuamente o seu focinho e cheirando todo o ambiente, os ratos localizam determinado alimento preferido, dentre outros de menor interesse, e detectam odores atrativos ou repelentes. Seu paladar apurado e sua memória para sabores permitem que detecte pequenas quantidades de substâncias tóxicas no alimento, uma vez experimentado tal gosto. A audição do rato é um de seus sentidos mais desenvolvidos, pois reage a qualquer barulho repentino e também ao ultrassom, ajudando a detectar e escapar do perigo com muita antecedência. Entretanto, o tato é o sentido mais aguçado; suas vibrissas (bigodes) estão em contínuo movimento, em contato com o chão, muros ou objetos próprios, auxiliando a orientação do animal. Longos pêlos tácteis ou sensitivos espalhados por seu corpo, quando em contato com superfícies verticais, auxiliam, também, na sua orientação.

Em caso de perigo iminente, o comportamento de fuga se alastra em cadeia na colônia, sem que a causa real da ameaça seja percebida por todos, bastando que um primeiro animal perceba o perigo e inicie o movimento de fuga, sendo, em seguida, imitado pelos demais.

Os roedores vivem em colônias ou agrupamentos, cujo número varia conforme as condições ambientais do território.

O raio de ação da ratazana e do rato de telhado é de 30 a 45 metros, e do camundongo de 3 a 10 metros. Estas três espécies apresentam características bastante semelhantes quanto ao nascimento, desenvolvimento e comportamento.

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Foto: Os roedores são dotados de uma extraordinária adaptabilidade, sobrevivem e proliferam em condições adversas nos mais variados ambientes.

TABELA 1. Características biológicas dos roedores

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ESPÉCIES DE ROEDORES DE INTERESSE SANITÁRIO

As espécies sinantrópicas comensais, a ratazana (Rattus norvegicus), o rato de telhado (Rattus rattus) e o camundongo (Mus musculus), são, particularmente, importantes do ponto de vista sanitário.

A identificação da espécie de roedor infestante é fundamental para o sucesso das ações de controle. Mas, deve-se considerar, também, que mais de uma espécie podem estar presentes no local de infestação, embora isso seja relativamente raro.

CARACTERÍSTICAS DE ROEDORES DE INTERESSE SANITÁRIO

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SINAIS INDICATIVOS DA PRESENÇA DE ROEDORES

Por apresentarem hábitos noturnos, a presença de roedores muitas vezes não é notada; porém, há sinais ou indícios que evidenciam a infestação por esses animais, tais como a presença de fezes, tocas, ninhos, trilhas de roedores, manchas de gordura nas trilhas, odor característico da urina, presença de ratos vivos ou mortos. 

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE INFESTAÇÃO POR ROEDORES

Diferentes métodos permitem avaliar, com certa precisão, a quantidade de roedores existentes em determinado ambiente. Um deles, baseia-se na presença de sinais de atividade, e consiste em se verificar os principais sinais indicadores, em recintos fechados ou ao ar livre.

TABELA 2. Características para a avaliação do nível de infestação de roedores

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Foto: Os ratos são responsáveis pela destruição de 10% a 40% do total de alimentos produzidos pelo homem.

CONTROLE DE ROEDORES

O controle de roedores sinantrópicos se baseia, atualmente, no manejo integrado, isto é, na determinação da biologia, hábitos comportamentais, habilidades e capacidades físicas do roedor, associado ao conhecimento do meio ambiente onde estão instalados. Desta forma, o controle compreende um conjunto de ações voltadas ao roedor a ser combatido mas, também, ao meio ambiente que o cerca, praticadas de forma simultânea.

AS DIFERENTES FASES DO MANEJO INTEGRADO DE ROEDORES SÃO:

1. Inspeção: consiste na inspeção da área a ser controlada, buscando-se levantar informações e dados a respeito da situação encontrada, para melhor conhecer e orientar as medidas de controle.
2. Identificação: consiste na identificação da(s) espécie(s) infestante(s), o que fornecerá, por meio do conhecimento de sua biologia e comportamento, orientações a respeito do controle a ser estabelecido. 
3. Medidas Corretivas e Preventivas (Antirratização): é o conjunto de medidas que visam dificultar, ou até mesmo impedir, a penetração, instalação e a proliferação de roedores. Basicamente, compreende a eliminação dos meios que propiciem aos roedores o acesso ao alimento, abrigo e água. Compreende, também, as ações de informação, educação e comunicação social às pessoas envolvidas.

Para que as ações de antirratização sejam viabilizadas, é necessário realizar os serviços de coleta de lixo, aprimorar a utilização de aterros sanitários, promover o envolvimento e participação da comunidade nas atividades de prevenção e controle, melhorando, deste modo, as condições de vida e moradia da população.

4. Medidas de Eliminação (Desratização): a desratização compreende todas as medidas empregadas para a eliminação dos roedores, por meio de métodos mecânicos (ratoeiras e gaiolas), biológicos (gatos e cães, ou outros animais predadores) e químicos (uso de raticidas). Essas ações de combate deverão ser acompanhadas de medidas de saneamento e controle ambiental. Para maior eficiência, a desratização deve ser realizada, paralelamente, aos trabalhos de limpeza e saneamento, a fim de se evitar a disseminação da população de roedores.

•Métodos Mecânicos: por meio do uso de armadilhas que capturam o animal vivo (incruentas), como as gaiolas, e as que produzem a morte do animal durante a captura (cruentas). Estas últimas, mais conhecidas como ratoeiras “quebra-costas”, são de ótimos resultados contra camundongos, mas limitadas contra ratazanas ou rato de telhado. O uso de ultrassom e aparelhos eletromagnéticos são também considerados métodos mecânicos.

•Métodos Biológicos: o uso de cães e gatos como predadores parece não representar grande perigo aos roedores, pois estes convivem com os mesmos, alimentando-se de seus restos de comida. Em área rural, predadores naturais de roedores, como algumas aves, carnívoros e ofídios exercem certa atuação no controle de pequenos roedores.

•Métodos Químicos: raticidas são compostos químicos especialmente estudados, desenvolvidos e preparados para causar a morte do animal. Quanto à rapidez de efeito, os raticidas podem ser classificados em agudos e crônicos.

a) Raticidas Agudos: são aqueles que causam a morte do roedor nas primeiras 24 horas após a sua ingestão. Foram proibidos no Brasil, pois são inespecíficos, alguns deles não possuiam antídoto e podiam induzir a tolerância, no caso de ingestão de subdoses pelos roedores. São raticidas agudos a estricnina, o arsênico, o 1080 (monofluoracetato de sódio), 1081 (fluoracetamida), sulfato de tálio, piridinil uréia, sila vermelha, fosfeto de zinco, norbomida, castrix e antú.

b) Raticidas Crônicos: são os que provocam a morte do roedor alguns dias após a ingestão do mesmo. São largamente utilizados no mundo devido à sua grande margem de segurança e à existência de antídoto altamente confiável, a vitamina K1 injetável. Estes raticidas anticoagulantes podem pertencer a dois grupos: 
- os derivados da indandiona: pindona, isovaleril indandiona, difacinona e clorofacinona. 
- os derivados da cumarina (hidroxicumarínicos): que são os mais utilizados no Brasil e no mundo. Os hidroxicumarínicos são divididos em dois subgrupos, segundo sua forma de ação e sua forma de apresentação.

QUANTO À SUA FORMA DE AÇÃO:

  • Raticidas de Dose Múltipla (ou de 1ª Geração): são aqueles com baixa toxicidade, apresentam efeito cumulativo no organismo, necessitando ser ingeridos mais de uma vez para que os sintomas de envenenamento apareçam. O efeito destes raticidas nos roedores é retardado, ocorrendo o óbito em um período de dois a cinco dias após a ingestão da dose letal, o que impede que os demais membros da colônia percebam o que os está eliminando, principal fator de sucesso desses compostos. 
    O cumafeno (warfarina) constituiu-se no composto raticida mais empregado em todo o mundo. Apesar de ser bem tolerado por aves e ovelhas, exige-se cuidados em sua utilização em locais de acesso por cães e gatos, animais altamente sensíveis ao composto. São também comercializados raticidas à base de cumatetralil e cumacloro, com as mesmas vantagens e limitações do cumafeno.
  • Raticidas de Dose Única (ou de 2ª Geração): são aqueles que, com apenas uma dose, causam a morte do roedor, entre três a dez dias após sua ingestão. Recomenda-se uma nova aplicação após oito dias da primeira, com o objetivo de atingir os roedores que, eventualmente, não tenham ingerido o raticida da primeira vez. 
    Os raticidas de dose única surgiram após o aparecimento dos casos de resistência aos raticidas de dose múltipla, sendo eles o bromadiolone e o brodifacoun. Posteriormente, surgiram outros compostos como o flocoumafen e a difetialona, com características muito próximas aos dos dois compostos já mencionados. 
    Por serem mais concentrados, esses raticidas são mais tóxicos que os anticoagulantes de dose múltipla, devendo ser empregados com bastante cuidado, crité- rio e técnica, para se evitar acidentes de intoxicação.

QUANTO ÀS FORMAS DE APRESENTAÇÃO, OS RATICIDAS, PODEM SER CLASSIFICADOS EM:

  • Iscas: geralmente constituídas por uma mistura de, pelo menos, dois cereais, dentre os mais apreciados pelo roedor (milho, arroz, cevada, centeio, etc). Essas iscas podem ser moídas na forma de um farináceo, peletizada formando pequenos grânulos, ou integrais, contendo apenas grãos quebrados. Alguns fabricantes adicionam substâncias atrativas às iscas como óleo de côco e açúcar. Essas iscas devem ser colocadas de tal modo a serem facilmente encontradas pelos roedores.
  • Pós de contato: raticida formulado em pó finíssimo, para ser empregado nas trilhas e ninhos. O pó adere aos pêlos do roedor, que lambe o corpo ao realizar sua higiene, ingerindo, assim, o raticida. São mais eficazes e concentrados que as iscas, devendo ser utilizados com cuidado e atenção, a fim de se evitar contaminação de gêneros alimentícios e intoxicações acidentais em animais domésticos.
  • Blocos impermeáveis: são constituídos por cereais granulados ou integrais, envoltos por uma substância impermeabilizante, formando um bloco único; geralmente, emprega-se a parafina para este fim. São utilizados em galerias subterrâneas de esgoto, de águas pluviais, canais de irrigação, canalizações fluviais, fiações elétricas, na orla marítima ou ribeirinha, e nas áreas inundáveis, onde a disponibilidade de alimento não seja muito grande. Em condições adversas, esses blocos também sofrem a ação do mofo, deteriorando-se ao longo do tempo, porém sua vida é bem maior do que a das iscas comuns. Apresentam várias formas e, geralmente, contêm um orifício que permite sua amarração.

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Os ratos dominantes da colônia são os machos e as fêmeas mais fortes, em idade de reprodução, enquanto os dominados são os ratos jovens ou muito velhos. Porém, ao identificar uma nova fonte de alimento (iscas) no território, o dominante espera o dominado ingerir parte deste novo alimento, na espera de sinais que indiquem que este alimento é seguro. Por isso, raticidas que têm efeito imediato demonstram resultado insatisfatório no controle. Após um período, reaparece a infestação com os ratos sobreviventes, ou seja, os dominantes que não ingeriram a isca passam a rejeitá-la, assim como, o local em que se encontravam.

Os roedores controlam a quantidade de indivíduos de acordo com a disponibilidade de recursos. Havendo a morte de alguns indivíduos, a colônia, rapidamente, se organiza para repor os que morreram. Esta reposição geralmente é muito superior à necessidade da colônia, o que ocasiona a criação de outras novas colônias. Isso é denominado efeito “bumerangue”.

Pode ocorrer o fenômeno de resistência, que surge de uma série de fatores naturais e artificiais associados e mantidos por vários anos consecutivos, como o aparecimento de linhagens de roedores geneticamente resistentes aos raticidas anticoagulantes de dose múltipla. Essa resistência ocorre quando os raticidas são mal utilizados. 

A falta de êxito no controle dos roedores, pode ser devida às seguintes situações:

ISCAS SÃO BEM ACEITAS, MAS NÃO CONSEGUEM CONTROLAR OS ROEDORES:

• A iscagem não foi mantida e renovada por tempo suficiente, considerando-se um tratamento de período curto;

• Iscagem insuficiente, pela existência de mais ratos do que iscas na área;

• A reposição de iscas ocorre em intervalos longos, provavelmente, mais que dois dias;

• As iscas estão sendo colocadas muito juntas, não permitindo o acesso de muitos animais da colônia.

ISCAS NÃO FORAM ACEITAS:

Talvez pela escolha imprópria da mesma, ou presença, na área, de outras fontes de alimento, ou os pontos de colocação das iscas não foram adequados à espécie ou espécies em questão. Pode ter ocorrido ainda a sua deterioração pela fermentação ou pela má qualidade da isca, ou ainda porque os roedores detectaram o gosto da substância.

É importante a verificação de todos os itens mencionados para justificar o insucesso no controle, ou seja, o motivo que levou à resistência dos roedores.

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Foto: Enquanto os países desenvolvidos aceitam uma média de 3 a 5 ratos por habitante, a média brasileira é de 18 a 20.

OS ROEDORES SÃO EXTREMAMENTE HABILIDOSOS E RESISTENTES, TORNANDO-SE NECESSÁRIO UM CONHECIMENTO APROFUNDADO DE SUA BIOLOGIA E COMPORTAMENTO, A FIM DE SEREM CONTROLADOS DE UMA FORMA EFETIVA 

5. Avaliação e monitoramento

Revisões e recolocação de raticidas:

• de 7 a 10 dias: com sinais e consumo de raticidas

• de 15 a 20 dias: com sinais e pontos de consumo

• a cada 25 dias: sem sinais aparentes de consumo

6. Acidentes com Raticidas

Raticidas são tóxicos; porém os anticoagulantes registrados no Brasil têm antídoto confiável e seguro. Portanto, intoxicações acidentais, envolvendo homens ou animais, podem ser revertidas, se atendidas a tempo e de forma adequada. Ainda assim, os raticidas devem ser, cuidadosamente, empregados, para que sejam evitados acidentes desagradáveis e irrecuperáveis.

No caso de ingestão acidental de raticidas anticoagulantes, deve-se encaminhar o paciente, prontamente, a um médico (ou veterinário, se for um animal), sempre que possível, levando a embalagem do raticida para orientar melhor a assistência. Ao manusear raticidas utilizar Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I.), como botas, máscaras, luvas, etc.

PAULO FRANCISCO DOMINGUES
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP, Campus de Botucatu

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