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Começar tendo o fim em mente

Começar tendo o fim em mente

Texto: James K. Drackley

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Nas minhas visitas a fazendas leiteiras ao redor do mundo, é comum observar que novilhas e bezerras são consideradas como negócios separados nas propriedades. Novilhas em crescimento são, frequentemente, o grupo mais negligenciado, em função de seus requisitos nutricionais serem relativamente simples e fáceis de ignorar ou comprometer. Da mesma forma, as bezerras recém-nascidas são geralmente consideradas apenas como mais trabalho e incômodo, em função do manejo extra e da alta frequência de doenças. As vacas em lactação, frequentemente, recebem mais atenção, porque, claro, são responsáveis pela maior parte da receita da fazenda.

Porém, aí está o ponto – precisamos continuamente incorporar ao rebanho novas novilhas de primeira lactação, que devem ser superiores às vacas mais velhas que elas substituirão. Muitas fazendas gastam um bom tempo e dinheiro em genética e seleção de reprodutores para tentar tornar cada geração de vacas melhor do que a última. Esse potencial genético está presente nas bezerras assim que elas nascem, mas cabe ao nosso manejo garantir que esses animais expressem todo o seu potencial quando se tornarem vacas. Cada passo do manejo que falhamos em executar, à medida que a bezerra cresce, tem potencial para limitar a capacidade da vaca de expressar sua capacidade genética.

Na realidade, então, nossa operação de criação de bezerras e novilhas é realmente a “linha de montagem” para construir uma futura vaca melhor. Assim como em uma fábrica de montagem de automóveis, cada passo a partir do ponto inicial tem que ser feito na sequência certa e de forma correta, com a meta final de produzir uma máquina uniforme e de alto desempenho. As bezerras e novilhas devem ser manejadas com um fim em mente – produzir vacas leiteiras de alto desempenho. Preservar a capacidade genética para produzir leite requer que nosso manejo seja excelente desde o nascimento até o momento em que as novilhas têm sua primeira cria.

Um conceito simples é que precisamos pensar em todos os passos na criação de uma novilha como partes de um sistema. Em outras palavras, não temos “bezerras” e “novilhas em crescimento” nem “novilhas de cria” na fazenda – temos vários estágios de um sistema de produção de novas vacas leiteiras. Cada estágio precisa ser manejado adequadamente e o sucesso ou fracasso de cada etapa afeta a próxima parte do processo.

Por exemplo, se as bezerras não recebem colostragem adequada logo após o nascimento, têm mais chances de ficar doentes. Bezerras que estão doentes no começo da vida não crescem tão bem e podem parir mais velhas, produzindo menos leite. Além disso, pesquisas demonstraram que as bezerras que não recebem colostragem adequada não são capazes de crescer tão rápido quanto as bem colostradas, mesmo se não ficarem doentes, pois o colostro contém muitos fatores de crescimento que ativam ou modulam o sistema digestivo e o crescimento muscular e ósseo. Um estudo feito no Arizona mostrou que as bezerras que receberam 4 litros de colostro ao nascimento cresceram mais rapidamente e produziram mais leite durante as primeiras duas lactações do que aquelas que receberam somente 2 litros na primeira alimentação.  Ou seja, pequenas atitudes fazem grandes diferenças futuras – precisamos prestar atenção aos detalhes!

Um outro exemplo, relacionado às taxas adequadas de crescimento durante as primeiras semanas de vida é, atualmente, tópico de consideráveis debates em todo o mundo. Entretanto, se pensarmos nas bezerras e novilhas como um sistema, é mais lógico imaginar a bezerra crescendo assim que possível após o nascimento e mantendo essa taxa de crescimento alta e relativamente constante durante todo o período de desenvolvimento da novilha.

Começar tendo o fim em mente ajuda a alcançar nosso produto final, que é uma vaca em lactação de alta qualidade, independentemente do tipo de sistema de produção. Para sistemas sazonais de partos, as novilhas devem crescer para obter um tamanho adequado de estrutura corporal, sem engordar durante 22-24 meses do período de crescimento. Para sistemas mais intensivos, é uma meta alcançável tentar reduzir a idade da primeira parição para 22 meses ou menos (para Holandesas). Essa meta é difícil de conseguir se qualquer estágio de crescimento não estiver ocorrendo uniformemente.

Se estamos trabalhando com uma pequena fazenda familiar ou uma grande instalação intensiva, todos os administradores e empregados precisam entender seu papel dentro do sistema de produção. Ou seja, pensar em como seu trabalho se encaixa na linha de montagem de uma vaca melhor. Assim, a importância de cada detalhe de gerenciamento frequentemente se torna mais clara. O que pode parecer o mais simples e mais rotineiro passo – como fornecer água adequada ou garantir que os utensílios de alimentação estejam cuidadosamente limpos – pode ser um detalhe limitante na produção de uma vaca melhor. Lembre, o potencial genético para uma vaca melhor está presente desde o nascimento, mas nosso manejo no começo da vida e durante o crescimento da novilha pode impedir que o mesmo seja expresso.

 

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