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Gestão

A gestão eficaz da mão de obra é o segredo do sucesso na atividade leiteira

A gestão eficaz da mão de obra pode ser a chave para impulsionar a produtividade e rentabilidade das fazendas leiteiras

A gestão eficaz da mão de obra é o segredo do sucesso na atividade leiteira

A mão de obra representa o terceiro maior componente nos custos de produção de leite. Dada essa importância, alcançar eficiência tanto técnica quanto econômica na atividade leiteira exige monitoramento cuidadoso da produtividade da mão de obra, independentemente de ser de origem familiar ou contratada.

Para dimensionar a eficiência da mão de obra é recomendável avaliar alguns indicadores-chave, como a quantidade de leite produzido por trabalhador envolvido diariamente na produção. A eficiência é maior quando a quantidade de leite produzido por trabalhador é alta, resultando em maior renda gerada por pessoa e menor impacto da mão de obra no custo total do leite, pois o custo laboral é proporcionalmente diluído.

Entre os principais indicadores para a avaliação da mão de obra, destaca-se que, para propriedades com produtividade média do rebanho de até 15 litros/dia, o indicador prioritário é a quantidade de litros por trabalhador/dia. Os valores de referência começam em, no mínimo, 350 litros por trabalhador por dia. Para cada incremento de 5 litros na média de produção do rebanho, o valor de referência para a produção por trabalhador aumenta cerca de 100 litros.

A relação entre o número de vacas em lactação e o número de trabalhador por dia também é um indicador crítico. O ideal é que haja, no mínimo, 20 vacas em lactação para cada trabalhador atuante na atividade leiteira.

Análises realizadas pelo Departamento de Inteligência da Labor Rural, no período entre novembro de 2022 e outubro de 2023, indicam que propriedades com baixa eficiência na gestão da mão de obra podem comprometer até 13% da renda bruta da atividade leiteira devido aos custos laborais. Em contraste, propriedades que alcançam maior sucesso técnico e econômico dedicam, em média, 10% da renda bruta para esse fim. Essa diferença leva muitos produtores a se questionarem sobre estratégias para atrair e reter bons trabalhadores. Seria a remuneração da mão de obra fator com impacto direto na produtividade?

A chave são os indicadores 

Na análise das propriedades registradas no banco de dados da Labor Rural, foi determinado o custo médio por trabalhador na atividade leiteira, incluindo tanto a mão de obra familiar quanto a contratada. Identificou-se a mediana de R$3.132 por trabalhador/mês, com produtividade média de 358 litros por trabalhador/dia (Gráfico 1). Com base nesses indicadores, as propriedades foram classificadas em quatro grupos distintos, seguindo os critérios de custo por trabalhador e produtividade:

Grupo 1 (G1) - Alto custo e alta produtividade: Abrange propriedades com custo superior a R$3.132 por trabalhador/mês e obtêm produtividade acima da média de 358 litros por trabalhador/dia;

Grupo 2 (G2) - Alto custo e baixa produtividade: Engloba propriedades com custo superior a R$3.132 por trabalhador/mês, cuja produtividade é inferior à média;

Grupo 3 (G3) - Baixo custo e baixa produtividade: Inclui propriedades que mantêm o custo por trabalhador abaixo de R$3.132 mensais, porém com produtividade também abaixo da média;

Grupo 4 (G4) - Baixo custo e alta produtividade: Consiste em propriedades que logram manter os custos abaixo de R$3.132 por trabalhador/mês e ainda assim superam a produtividade média de 358 litros/dia.



Conforme indicado na Tabela 1, observa-se menor prevalência de propriedades que apresentam alta remuneração para colaboradores com baixa produtividade (G2) e propriedades que oferecem remuneração baixa para colaboradores com alta produtividade (G4).



Análise por grupos de propriedades

A fim de responder à questão inicial proposta, a discussão será concentrada nos resultados dos grupos com a maior quantidade de propriedades, isso é, G1 e G3. Esses grupos representam, respectivamente, as propriedades que alcançam os melhores e os piores resultados tanto técnicos quanto econômicos em relação à mão de obra (Tabela 2).



Os resultados destacam a maior eficiência técnica e econômica das propriedades do G1, caracterizadas por custo de mão de obra superior a R$3.132 por trabalhador/mês e produtividade acima de 358 litros por trabalhador/dia.

A análise revelou que a produtividade da mão de obra no G1 é 61% maior em comparação ao G3. Esse aumento significativo pode ser atribuído a fatores como a maior produtividade dos animais e o número expressivo de vacas em lactação por funcionário nas propriedades do G1, que é quase 40% maior do que no G3.

Além disso, a eficiência técnica na administração da mão de obra resultou em custo de mão de obra por litro de leite produzido significativamente menor no G1, de R$0,24 por litro, em contraste com R$0,35 por litro no G3. A motivação e o treinamento adequado da mão de obra são essenciais, permitindo que as tarefas se realizem com máxima eficiência. Essa combinação chave contribui para a otimização do rebanho, o que impulsiona a produção de leite e aumenta a lucratividade do produtor.

Importante resposta



O gerenciamento da mão de obra está diretamente relacionado ao sucesso econômico da atividade leiteira, e para mensurar a sua eficiência na gestão desse recurso produtivo é preciso acompanhar indicadores como a quantidade de leite produzido por trabalhador e a quantidade de vacas em lactação para cada colaborador envolvido diariamente na atividade leiteira, além do custo com mão de obra por litro de leite.

No entanto, seria uma simplificação excessiva creditar o insucesso de uma operação unicamente à equipe. O gestor tem papel fundamental no gerenciamento da mão de obra, na definição de metas e na realização de investimentos em treinamentos, tecnologias e estruturas que possibilitem aumentar a eficiência da mão de obra e, consequentemente, a rentabilidade do negócio.

A MOTIVAÇÃO E O TREINAMENTO ADEQUADO DA MÃO DE OBRA SÃO ESSENCIAIS, PERMITINDO QUE AS TAREFAS SE REALIZEM COM MÁXIMA EFICIÊNCIA




TALITA OLIVEIRA MACIEL FONTES - Médica Veterinária e Consultora da Labor Rural
LILIAM FONTES GROSSI LINO - Zootecnista e Gerente de Marketing da Labor Rural

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