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Fazendas, Geral

300 motivos para produzir leite

A produção leiteira inaugurada com a chegada de 300 novilhas Holandês de excelente origem genética prospera com a gestão competente da família que investe em nutrição e infraestrutura, sem perder de vista o valor das pessoas envolvidas em cada etapa do processo.

300 motivos para produzir leite

300 motivos para produzir leite

A produção leiteira inaugurada com a chegada de 300 novilhas Holandês de excelente origem genética prospera com a gestão competente da família que investe em nutrição e infraestrutura, sem perder de vista o valor das pessoas envolvidas em cada etapa do processo.

Sorte sua se estiver “do mesmo lado da mesa” em uma negociação com o proprietário da Fazenda Chapadão das Guaritas (São Gotardo/MG),Washington Silva. Caso contrário, prepare seus melhores argumentos. Uma rápida conversa é capaz de revelar sua perspicácia e racionalidade na tomada de decisão. Os bons resultados alcançados na Fazenda, que se aproxima dos cinco anos de atividade leiteira, são justificados: o produtor é bom de negócio. Isso não quer dizer que ele anda sozinho – Washington conta com o filho Anderson para cuidar da revenda de insumos agropecuários, com a filha Bruna, gestora da Fazenda, e com o Médico Veterinário Clovis Henrique Ladeira, chamado por todos de Rique. A escolha dos aliados comerciais e dos colaboradores no negócio leiteiro passa pelo alinhamento de valores e trabalho árduo – bons motivos para garantir a longevidade das parcerias.

Foto 1. Washington Silva, proprietário da Fazenda Chapadão das Guaritas (São Gotardo/MG); Bruna Silva, filha do proprietário e gestora da Fazenda; Rique, Médico Veterinário responsável pelo rebanho e Flávio Almeida, Gerente Regional da Trouw Nutrition.

Foto 2. Entre o rebanho em lactação, a vaca Brama, número 300, primeira bezerra nascida na Fazenda Chapadão das Guaritas (São Gotardo/MG).


BONS MOTIVOS

A área mapeada da Fazenda Chapadão das Guaritas abrange 55,10 hectares, com aproximadamente 8.000 m² construídos com o propósito de produzir leite, o que afastou a primeira vocação do proprietário, a produção de café. Sobre isso, Bruna revela: “Meu pai sempre trabalhou na área agrícola e já tinha vontade de se dedicar à pecuária leiteira há algum tempo. Já era um sonho que colocou em prática após uma divisão de propriedades entre os irmãos. Com a área que tínhamos, o projeto mais viável seria o leite. Começamos em 2018 e seguimos investindo em animais, instalações, consultoria e mão de obra eficiente. Hoje, temos 600 animais no total, sendo 261 em lactação”.

A chegada das 300 novilhas Holandês, todas da mesma procedência, inaugurou a atividade leiteira na Fazenda. Essa origem genética é apontada por Washington como o ponto forte da propriedade. “A primeira etapa para a garantia de um resultado econômico-financeiro na pecuária leiteira é o investimento em genética. Animais com boa genética expressam seu potencial e, em decorrência, devolvem em produção todos os investimentos em infraestrutura, nutrição e gestão”.

A ORIGEM GENÉTICA DAS 300 NOVILHAS HOLANDÊS QUE INAUGURARAM A ATIVIDADE LEITEIRA É APONTADA COMO PONTO FORTE NA FAZENDA CHAPADÃO DAS GUARITAS



A primeira bezerra nascida na propriedade, em maio de 2018, recebeu o nome de Brama. No brinco, ela carrega o número 300, equivalente ao "Número 1” – uma forma de deixar a marca dos primeiros animais que transformaram a realidade daquele espaço. A partir do número 300, todo o rebanho recebe número e nome diretamente de Bruna. “Brama é um animal sadio, de muitos resultados. Já nos deu duas crias e é extremamente rentável”, comemora Washington. “Acompanho o projeto desde o início e percebo que o grande diferencial está na escolha dos animais e no investimento em tecnologia. Começar com um rebanho de qualidade, de ótima procedência, e aliar o planejamento em infraestrutura, com equipamentos que asseguram o bem-estar animal, resultaram em muito sucesso”, destaca Flávio Almeida, Gerente Regional da Trouw Nutrition e responsável pela nutrição do rebanho.

E o sucesso vem ganhando reconhecimento. No mês de novembro de 2022, Bruna foi responsável por representar o pai no evento que reuniu criadores mineiros de Gado Holandês. Para orgulho de todos da Fazenda Chapadão das Guaritas, a sucessora voltou para casa com os destaques nas categorias “Menores médias de CCS por rebanho” e “Terceira melhor média de leite para rebanho em três ordenhas. Embora a gestão seja direcionada pelos números e resultados, sempre focada na relação entre custos e benefícios dos investimentos, há algo intangível e facilmente perceptível na Fazenda Chapadão das Guaritas – o bom relacionamento entre as pessoas que fazem parte do dia a dia da atividade leiteira ali desenvolvida.  Washington e a filha Bruna compartilham a visão sobre esse assunto. “As pessoas devem estar envolvidas e comprometidas com o projeto. Não em teoria, mas na preocupação em fazer o melhor todos os dias. É impossível tocar um negócio como esse sozinho e, para dar certo, tem que ter reciprocidade. Por isso, procuro estar junto com a equipe”, afirma Washington, e Bruna completa: “É muito importante e gratificante estar em um projeto como esse. Conseguimos gerar emprego para várias famílias, desempenhamos um papel não só econômico, mas também social”.

Foto 4. Recordação da participação da Fazenda Chapadão das Guaritas no Prêmio Melhores de Minas – Gado Holandês.

ESTRATÉGIA NA ORIGEM

Ao nascer, as bezerras recebem colostro e são acomodadas em baias individuais dotadas de cobertura e camas de capim seco, diariamente trocadas. Até o terceiro dia, consomem leite de transição; do quarto dia em diante recebem seis litros de sucedâneo por dia, divididos em duas refeições; a partir do 15º dia são alojadas no bezerreiro do tipo tropical, onde passam a ser alimentadas com oito litros diários, também divididos em dois fornecimentos. O protocolo de aleitamento é finalizado quando as bezerras completam 75 dias. Depois disso, passam a receber quatro litros por dia e se preparam para o desaleitamento, que acontece por volta dos 90 dias. A diluição do sucedâneo garante a ingestão diária de 1,120 Kg de matéria seca, quando fornecidos oito litros.

Foto 5. Baias individuais abrigam as bezerras até os 15 dias de vida.

A opção de Rique, Médico Veterinário responsável pelas atividades da Fazenda, de fornecer alta concentração de sólidos, está atrelada à meta de desenvolvimento dos animais: o objetivo de alcançar 120 kg em 90 dias foi superado, pois, atualmente, as bezerras pesam 130 kg quando são desaleitadas. Do sistema tropical, as bezerras seguem para os lotes de transição, nos quais ficam agrupadas por, aproximadamente, 10 dias. Depois disso, são acomodadas nos piquetes de recria – nove lotes divididos por idades. Após os seis meses, recebem dieta elaborada com concentrado proteico e silagem de milho. “Este ano vamos plantar uma forrageira de menor qualidade, como o sorgo boliviano. Temos a necessidade de produzir volume, em virtude da restrição de área, o que é um grande desafio”, explica Flávio Almeida, Gerente Regional da Trouw Nutrition.

Foto 6. Bezerreiro em sistema tropical aloja as bezerras a partir do 15º dia de vida.


Em consequência dos investimentos na categoria, desde a infraestrutura até a nutrição, as novilhas crescem sadias e são inseminadas aos 13 meses, com pesos superiores a 400 kg. O manejo reprodutivo, liderado por Rique, gera um dos pontos fortes da fazenda: “Queremos uma primípara com boa estrutura corporal no primeiro parto, para que a produção de leite seja impactada positivamente. Depois que passamos a inseminar aos 400 kg, nunca mais tivemos um lote de primíparas com média de produção abaixo de 40 litros, o que significa três a quatro litros a mais na média, quando comparado com primíparas inseminadas com menor peso”. A evolução da taxa de prenhez também é destaque na Fazenda. “Quando iniciamos as atividades, a taxa de prenhez das vacas era 18%; em 2019 atingimos 20%; atualmente, é de 25%. A taxa de prenhez das novilhas é de 55%. O ajuste dos manejos, o engajamento da equipe e a garantia de conforto aos animais foram os fatores mais  importantes para alcançarmos esses resultados”, explica Rique.


Foto 7. A recria é conduzida em nove lotes divididos pelas idades dos animais.

CASA PLANEJADA

Assegurada a melhor genética, o outro importante investimento foi no sistema de confinamento. Com o Compost Barn bem estruturado e manejado, os gestores garantem a ambiência e o conforto fundamentais para que o potencial genético do rebanho seja revelado. No galpão, as vacas recebem aspersão de água e ventilação. As camas, constituídas por palha de café, são revolvidas três vezes ao dia, para que a temperatura média de 45 a 50 °C seja mantida na superfície. Os lotes das vacas em lactação são divididos em Pré-parto, Vip, Alta, Alta novilha e Primíparas. Grande parte dos animais usa colar de detecção de estro que, a partir do comportamento captado, disponibiliza informações rápidas ao sistema de monitoramento. O plano nutricional do rebanho é colocado em prática com muita atenção e dedicação dos funcionários: duas ou três fontes de volumosos (silagem de milho, pré-secado de alfafa e feno) são adicionadas aos ingredientes proteicos e energéticos (milho moído, grão úmido de milho, farelo de soja, caroço de algodão, polpa cítrica, núcleo mineral e, em algum lotes, ureia). “Monitoramos toda a alimentação – tudo que é fornecido, assim como o que sobra. Se os dados mostram um resultado diferente do esperado, fazemos alguns ajustes”, conta Flávio.

Foto 8 . Destaque de novilha que acessa o cocho no qual a dieta fechada é fornecida.


NUTRIÇÃO DE QUALIDADE E CONFORTO NAS INSTALAÇÕES REVELAM O POTENCIAL PRODUTIVO DO REBANHO DE GENÉTICA COMPROVADA

QUANDO OS RESULTADOS ACONTECEM

Todos os envolvidos na atividade leiteira protagonizada na Fazenda Chapadão das Guaritas estão atentos aos números. É na ordenha que os resultados de todos os processos são mensurados e comemorados “Dois casais de funcionários se dedicam às três ordenhas diariamente realizadas, às 7 horas, às 15 horas e, por fim, às 23 horas”, conta Rique, quem está à frente dos manejos executados na propriedade. Sem dúvidas, a média de 40 L/vaca/dia é resultante da genética, da ambiência e da nutrição fornecidas, mas, sobretudo, é mérito das pessoas que conduzem os animais e as decisões estratégicas na propriedade.


Foto 10. Os resultados nas três ordenhas realizadas ao dia revelam os esforços aplicados em todos os processos que compõem a produção de leite na Fazenda Chapadão das Guaritas (São Gotardo/MG).

PARA ONDE OS NÚMEROS APONTAM?

Os resultados da Fazenda Chapadão das Guaritas estão na “ponta do lápis”. Para quem é bom de negócio e trabalha de forma profissional no setor, trata-se de um exemplo positivo. A cada investimento, Washington e a filha Bruna, em conjunto com os parceiros e colaboradores, pensam nos ganhos. Pai e filha são Engenheiros – ele, Agrônomo; ela, Civil. É fácil notar que os pontos de convergência entre os raciocínios da dupla os lançarão, cada vez mais, ao sucesso. Muito além dos números, Washington confia em sua equipe e na liderança positiva da filha – dois bons motivos para que o negócio do leite se perpetue e seja motivo de orgulho na família.


FAZENDA CHAPADÃO DAS GUARITAS EM NÚMEROS

Total de animais: 600

Vacas em lactação: 261

Produção diária média: 10.450 L/dia

Produtividade média: 40 L/vaca/dia

Taxa de prenhez: 25 %

Taxa de concepção: 33,2 %

CCS: 220 cél./ml x 1000

CBT: 2 UFC/ml x 1000

Proteína: 3,25 %

Gordura: 3,81 %
































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