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Conheça o sistema de criação de bezerras da Fazenda Santa Luzia - “Bezerreiro tropical”

Conheça o sistema de criação de bezerras da Fazenda Santa Luzia - “Bezerreiro tropical”

Como parte da programação do I Simpósio Internacional Leite Integral, foi realizada, no dia 30/04, uma visita ao sistema de criação de bezerras da Fazenda Santa Luzia, em Passos/MG.

Com uma produção média diária de 16.500 litros de leite, a Fazenda Santa Luzia destaca-se como um modelo de eficiência para produção de leite em clima tropical. O rebanho é composto por animais da raça Girolando, com predominância de vacas ½ e ¾ Holandês-Zebu, com produções de 4.700kg de leite por lactação.

O sistema de produção baseia-se em pastejo rotacionado e suplementação concentrada no período das águas. Na seca, os animais recebem concentrado, silagem de milho, cana de açúcar, silagem de grão úmido e capim napier, em dietas balanceadas de acordo com a produção de leite.

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Sistema de criação de bezerras

Perfeitamente adaptado às condições climáticas da região, o bezerreiro “argentino” rebatizado por Maurício Silveira Coelho, médico veterinário e um dos proprietários da fazenda, de “bezerreiro tropical”, é um verdadeiro cartão postal da fazenda, e nos faz entender porque a Santa Luzia tornou-se uma das maiores referências em produção de leite e genética do Brasil. Alí, todos sabem que o futuro da produção de leite, em qualquer fazenda, começa e é determinado pela criação das bezerras.

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Cuidados iniciais com o recém-nascido e colostragem

Na Santa Luzia, todos os partos são assistidos e as intervenções são feitas somente quando necessárias. Logo após o nascimento as membranas fetais são removidas e os movimentos respiratórios são estimulados esfregando-se o tórax da bezerra. A cura do umbigo, com iodo a 10%, é feita imediatamente, e por mais 2 vezes ao longo das primeiras 24 horas de vida. Esse procedimento é mantido uma vez ao dia durante os primeiros 5 dias de vida das bezerras, utilizando-se copo de iodo sem retorno.

Como a bezerra permanece com a mãe por 24 horas, faz-se o monitoramento da ingestão inicial de colostro (3 litros), que ocorre obrigatoriamente nas  primeiras 2 horas de vida.

A eficiência da colostragem é mensurada por meio do teste do refratômetro, tendo como meta que 95% das bezerras apresentem valores superiores a 5,5g proteína total/dl de sangue.

Outros procedimentos como pesagem, colocação de brinco e tatuagem também são feitos o mais rápido possível após o nascimento.

Bezerras filhas de vacas ½ sangue são ensacadas e permanecem com as mães por 5 dias. Após esse período, o saco é transferido para um bezerro macho, que será utilizado durante a ordenha (troca de bezerro).

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Período de aleitamento

O período de aleitamento dura, no mínimo, 70 dias, sendo fornecidos 6 litros de leite de descarte pasteurizado, divididos em duas alimentações diárias (manhã e tarde). Após os 35 dias, as bezerras passam a receber a-penas 3 litros de sucedâneo pela manhã.

O fornecimento de concentrado inicia-se a partir do 3º dia de vida, e água fresca, em volume adequado (16 litros), está disponível para as bezerras ao longo das 24 horas do dia.

Todos os animais são avaliados clinicamente pela manhã e, aqueles com algum problema de saúde, têm seus postos identificados com uma placa indicativa. Todas as bezerras em tratamento recebem hidratação oral (solução hidroeletrolítica), duas vezes ao dia, e têm todos os dados (doença, tratamento, evolução, etc) anotados em planilha própria. 

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Critérios para o desaleitamento

O parâmetro utilizado para o desaleitamento é o peso, que deve ser de, pelo menos, 70kg. Se a bezerra não atingir esse peso na data prevista para o desaleitamento, será aleitada por mais uma semana. As bezerras desmamadas permanecem no bezerreiro por mais uma semana para evitar a sobreposição de fatores estressantes (retirada do leite e mudança de ambiente).

 

Lote de transição

O primeiro lote pós-desaleitamento é criado em piquete coletivo, com um máximo de 12 animais. A dieta, até os 120 dias de idade, é composta por 50% do mesmo concentrado fornecido no bezerreiro e 50% de uma dieta completa (TMR).

 

Mortalidade

Segundo dados do Rehagro, responsável pela assistência técnica da fazenda, de janeiro a setembro de 2010, a mortalidade de 0 a 6 meses de vida foi menor que 3%, para um total de 823 bezerras nascidas vivas.

 

Objetivos

Nada melhor que uma frase do próprio Maurício para resumir o sistema de criação de bezerras da Fazenda Santa Luzia e para finalizar essa matéria:

“Um sistema eficiente de recria significa a garantia de manutenção do sistema de produção de leite, possibilidade de crescimento e aumento da receita, agregando faturamento pela venda de animais. Tudo depende dos objetivos da propriedade e onde se quer chegar”. •

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Comentários

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    13/03/2024 09:49:06 - Carolina Garcia da costa:

    Aprender e compartilhar idéias.

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