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Nutrição

Desempenho através da saúde do trato gastrointestinal

Muito foco se dá à nutrição ruminal de bezerros, porém, pouco se fala da nutrição do trato gastrointestinal - TGI - (abomaso e intestino delgado).

Desempenho através da saúde  do trato gastrointestinal

Muito foco se dá à nutrição ruminal de bezerros, porém, pouco se fala da nutrição do trato gastrointestinal - TGI - (abomaso e intestino delgado). O trato gastrointestinal (TGI) se desenvolve antes do rúmen e as primeiras semanas de um bezerro são reconhecidas como um período de extenso desenvolvimento da função pancreática (Biernat et al., 1999; Zabielski et al., 2002), sendo que o desenvolvimento e a maturação do abomaso, intestino delgado e pâncreas têm importante função na digestão de alimentos sólidos e líquidos (leite e sucedâneos). Trabalhos mostram que o desenvolvimento do TGI afeta o consumo de matéria seca (CMS), a eficiência na digestão e a resistência do TGI a desordens. Dessa forma, qualquer estratégia de manejo e nutrição que otimize esses processos, são desejáveis. `

Na literatura científica, vários estudos mostraram os benefícios da suplementação com butirato no desenvolvimento e na maturação do TGI de bezerros, os quais foram compilados pelo artigo de revisão de Górka et al., 2018 e discutidos nesse artigo.

O butirato é um ácido graxo de cadeia curta (AGCC), sendo um dos principais produtos da fermentação dos carboidratos pelas bactérias no Suplementação de butirato de sódio para bezerros rúmen e TGI. O butirato é o ácido graxo menos abundante no TGI, entre os principais produzidos (propionato, acetato e butirato). Dependendo da composição da dieta, a proporção molar oriunda da fermentação pode variar de 5 a 20% (Ploger et al., 2012). Outra fonte natural de butirato é o leite, principal fonte para os bezerros no período de aleitamento, quando grande parte da dieta é constituída por fontes líquidas. É importante ressaltar que o leite integral contém butirato ligado à gordura do leite (2 a 4% de butirato). Os sucedâneos compostos por fontes de gorduras vegetais podem ser muito pobres ou isentos de butirato, por isso a importância de conhecer a composição do sucedâneo utilizado na fazenda. Estudos demostraram que bezerros que ingerem 8 litros de leite integral estão consumindo, aproximadamente, 10 g de butirato ao dia.

► FIGURA 1: Efeito da suplementação de butirato no desenvolvimento do trato gastrointestinal (TGI) em bezerros. A linha pontilhada vermelha indica o possível efeito indireto da suplementação de butirato em alimentos líquidos no desenvolvimento em nível ruminal, e alimentos sólidos no abomaso e intestino. A linha pontilhada azul indica o possível efeito direto da suplementação de butirato em alimentos sólidos sobre o abomaso e intestino delgado, devido à utilização incompleta de butirato no rúmen, chegando ao TGI via taxa de passagem com alimentos, particularmente quando formas protegidas de butirato são utilizadas em alimentos sólidos

Hoje existem fontes de butirato sintéticas, que podem ser diluídas no leite e/ou sucedâneo, bem como há fontes protegidas da degradação ruminal, cujo objetivo é chegar ao TGI, sendo a principal o sal de butirato de sódio. Nas primeiras semanas de vida do bezerro (fase de pré-ruminantes), o alimento sólido entra no rúmen, enquanto o alimento líquido (leite ou sucedâneo) atravessa a goteira esofágica e passa diretamente ao omaso, chegando ao abomaso rapidamente, para depois seguir para o intestino delgado. A suplementação de butirato via alimento sólido ou líquido, ou ambos, pode ser considerada para essa fase de desenvolvimento do animal, visando melhorar o desempenho zootécnico e diminuir os casos de enfermidades, principalmente as associadas às diarreias e doenças intestinais.

Quando suplementado via alimentos sólidos, é esperado que o butirato afete, predominantemente, o rúmen. Já quando adicionado a alimentos líquidos ou usadas fontes protegidas, o efeito será observado no abomaso e no intestino. O intestino tem sido grande foco de pesquisas, já que é considerado o "segundo cérebro" do animal, por controlar diversas funções endócrinas e imunes. A melhora na saúde intestinal, portanto, irá resultar em benefícios na produção e na saúde animal.

Sendo considerado fonte de energia para as células, o butirato pode atuar de forma direta e indireta, conforme ilustrado na Figura 1 (adaptada da revisão de Górka et al., 2018). Quando o butirato é liberado no abomaso, ele pode desempenhar importante função fisiológica (Drackley, 2008), o que já foi comprovado em trabalhos anteriores, nos quais os bezerros foram alimentados com sucedâneo enriquecido com butirato e observou-se o desenvolvimento do rúmen, abomaso, intestino delgado e pâncreas (Gorka et al., 2011b, 2014). Guilloteau et al. (2009b) concluíram que o consumo de 0,3% de butirato como % da MS seria o suficiente para modular as secreções do TGI de reguladores de peptídeos e hormônios relacionados às funções do estômago.

A linha de butirato de sódio da Adisseo é composta por um produto não protegido (Adimix Easy), ideal para ser diluído no leite e/ou sucedâneo durante o período de aleitamento, e por butirato protegido da degradação ruminal (Adimix® Precision), que atinge precisamente o TGI.

No próximo artigo, iremos discutir com mais detalhes os resultados dos trabalhos com a linha Adimix®. Entretanto, já adiantamos aqui a prévia dos resultados:

Suplementação com Adimix® Easy e Adimix® Precision, comparada com grupo Controle (média de alguns trabalhos científicos):

• Ganho Médio Diário (GMD): aumento de 120 g;

• Comprimento das papilas ruminais: aumento de 13%;

• Mortalidade por diarreia: redução de 20%;

• Recidiva de diarreia: redução de 23%. Para bezerros, a suplementação com butirato via alimentos líquidos (leite e/ou sucedâneo) e sólidos (concentrado) pode ser considerada excelente meio para promover o desenvolvimento e saúde do TGI. •

A suplementação de butirato via alimento sólido ou líquido, ou ambos, pode ser considerada para essa fase de desenvolvimento do animal, visando melhorar o desempenho zootécnico e diminuir os casos de enfermidades, principalmente as associadas às diarreias e doenças intestinais


FERNANDA LOPES Gerente de Negócios Ruminantes Adisseo América Latina

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