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Fazendas, Geral

Fazenda Campo Redondo - Araxá/MG

A Fazenda Campo Redondo, localizada em Araxá/MG, tem do seu gestor um olhar amoroso, capaz de tornar leve e orgânica a implementação das tendências e inovações do mercado junto à sua equipe.

Fazenda Campo Redondo - Araxá/MG

O produtor de leite e Administrador Alexandre Renato Ribeiro tem um olhar jovial, destacado pelos cabelos brancos. A força para fazer a gestão da Fazenda Campo Redondo vem da evidente paixão pelos animais, pelo negócio leiteiro e pelas pessoas. É a partir dessa tríade que a propriedade, localizada em Araxá/MG, conquista resultados e reconhecimento dos seus pares. 

A passos largos 

A aposentadoria de Alexandre Ribeiro, depois de 37 anos de árduo trabalho, trouxe muito mais do que o merecido descanso da rotina: a oportunidade de adquirir a parte dos irmãos na Fazenda Campo Redondo, uma herança dos seus pais. “Faz 34 anos que na propriedade há produção de leite. Para se ter ideia, quando a fazenda começou, a produção era de 35 litros de leite por dia. Assim que a comprei, resolvi investir e mudar os resultados”, conta ele. Um dos principais investimentos foi a melhoria genética do rebanho Holandês. “Nunca compramos animal algum, todos foram produzidos aqui, via inseminação artificial”. Os animais, no início, não encontravam a infraestrutura necessária para a produção com excelência. Esse foi o segundo grande investimento: a construção do Composto, com capacidade para 100 animais, em 2020. 

O somatório da infraestrutura adequada à nobreza do rebanho não poderia levar a outro resultado: a média da produtividade, antes de 19 litros de leite, passou para a máxima de 39,5 litros de leite, sem a utilização de bST. Embora pareça fácil e imediato, os resultados foram, também, fruto da parceria com o consultor técnico João Victor Rocha, do Grupo Apoiar e do Educampo. Alexandre garante que “com a presença do consultor, aprimoramos a dieta e maximizamos a utilização do Composto”.


“Desde a minha primeira visita, realizada em 2010, percebo as características empreendedoras do Alexandre e sua grande capacidade de gestão”, comenta João Victor. “Sua gestão é baseada nos números da fazenda e isso é algo que facilita a minha atuação. Sempre mostro a relação custo-benefício das ações propostas para o negócio. A confiança que sentimos um pelo outro é fundamental para a tomada de decisão mais precisa e, em decorrência, tanto eu quanto a equipe de colaboradores seguimos muito envolvidos no projeto”, completa.

OS INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA E GENÉTICA PERMITIRAM QUE A PRODUTIVIDADE MÉDIA DO REBANHO SALTASSE DE 19 PARA 39,5 LITROS DE LEITE

 Na ponta do lápis

 O trabalho em conjunto com o especialista gerou a definição das metas e, a partir do planejamento detalhado, foi possível acompanhar, bem de perto, os resultados das ações realizadas. O controle dos custos, a identificação dos gargalos da lucratividade, as melhores compras de insumos e medicamentos, bem como a escolha estratégica dos fornecedores são exemplos das melhorias adotadas. 

“As demandas do produtor, em termos de tecnologias e inovação, são atendidas quando bem sinalizadas para os parceiros”, explica Brunner Araújo, Coordenador Regional da JA Saúde Animal. E continua: “Quando a Equipe Técnica Comercial da JA Saúde Animal atende uma fazenda como a Campo Redondo, apresenta soluções eficazes, seguras e inovadoras para a resolução dos desafios sanitários, aliadas à melhoria da eficiência produtiva do rebanho. Isso é essencial para a conquista dos resultados almejados”. João Victor reforça a importância do trabalho conjunto entre o produtor e os parceiros: “Desde o início do nosso trabalho na fazenda, tomamos as decisões a partir de planejamentos. Consideramos um horizonte macro de dez anos e outro que possibilitou a construção do Composto, seguido de planejamentos anuais. Identificamos os pontos de melhoria a partir desses planejamentos, que se tornaram uma bússola para o desenvolvimento do negócio. Monitoramos as metas, identificamos pontos de desenvolvimento junto aos funcionários e, a partir daí, montamos os planos de ação”. 

A gestão das variáveis econômicas, financeiras, ambientais, sociais e nutricionais acabaram elevando rapidamente os números da fazenda. A taxa de retorno do capital, há cinco anos, era negativa. “Eu tirava dinheiro do bolso para manter a fazenda. Atualmente, temos 38,2% de taxa de retorno. Qual investimento tem isso?”, questiona Alexandre. Esse indicador faz com que a Campo Redondo figure entre as propriedades atendidas pelo Educampo que detêm as cinco melhores taxas de retorno do capital com terra.  “As novas tecnologias e inovações estão no mercado para fazer o negócio do leite viável. Uma vaca que produz 15 a 20 litros por dia paga apenas o que come. Precisamos manter a média de produtividade acima de 30 litros de leite. Só a alimentação compromete 15 a 20 litros, fora os outros custos do negócio e os constantes investimentos que a atividade exige”, explica Alexandre. Pensando estrategicamente, quando as vacas alcançaram a média de 28 litros de leite produzido, o produtor e o consultor decidiram adotar a terceira ordenha diária – sempre com os custos na ponta do lápis. Embora seja uma propriedade pequena, as vacas de alto rendimento geram cerca de 30.000 litros/ha/ano, um número que expressa a competência dos envolvidos na atividade. Outro grande trunfo da Fazenda Campo Redondo é a nutrição do rebanho. Alexandre conta que, além de ter um ótimo consultor, é preciso saber comprar: “Toda a silagem de milho é produzida na propriedade. Apenas ingredientes do concentrado, baseado em farelo de soja e núcleo, são eventualmente comprados”. 

Gente do bem 

Engana-se quem pensa que só “o olho do dono engorda o gado”. O dia a dia na propriedade se desenrola com organização, fruto do planejamento e do olhar atento dedicado por um conjunto de pessoas. A equipe da Fazenda Campo Redondo é composta de gente do bem, treinada e comprometida com os resultados. E o Alexandre se orgulha disso: “Carrego a minha experiência de vários anos em cargos de gestão e aplico tudo o que aprendi na atividade leiteira. Entendo que uma equipe motivada e treinada é fundamental para o crescimento da produção e desenvolvimento do negócio”. Com as ações e incentivos adotados, a rotatividade dos funcionários na fazenda é muito pequena. A liderança confiável e amorosa do Alexandre se manifesta na valorização de cada colaborador, na remuneração justa, na evolução das equipes nos setores do sistema produtivo, no equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e nas relações verdadeiramente amistosas. Nesse ambiente, as rotinas são cumpridas e os desafios são enfrentados com mais objetividade, já que toda a equipe se alinha para o alcance dos objetivos propostos.

 

 “ENTENDO QUE UMA EQUIPE MOTIVADA E TREINADA É FUNDAMENTAL PARA O CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO NEGÓCIO”, RELATA O PRODUTOR 


Trabalho reconhecido

 O relacionamento de longa data com a Nestlé, que recebe integralmente a produção, somado aos resultados alcançados com as práticas produtivas, geraram as condições para a propriedade receber a certificação “Nature por Ninho Ouro”. O selo simboliza que a Fazenda Campo Redondo segue o programa de boas práticas direcionado às fazendas leiteiras, assim como assume os compromissos ambientais, como o desenvolvimento da agricultura regenerativa.

 Foto 6. A saúde das bezerras é reflexo do conjunto das boas práticas iniciais, com destaque para o manejo do colostro.


“Acreditamos no pilar de agricultura e pecuária sustentáveis. Todos os nossos esforços convergem no atendimento do bem-estar animal e no controle das emissões dos gases do efeito estufa e do uso da água na propriedade”, explica Alexandre. Além disso, a Fazenda Campo Redondo foi pioneira ao compor as oito propriedades escolhidas para participar do Programa Net Zero da Nestlé. Nele, as propriedades de leite recebem suporte técnico e recomendações para iniciarem a jornada de redução de carbono. Desde o diagnóstico de pegada de carbono até o processo de adequação Net Zero, a fazenda recebe planejamento individualizado e acompanhamento periódico.

Do bezerreiro à ordenha 

Para chegar aos 3 mil litros de leite, o caminho percorrido é longo – e tudo começa no bezerreiro. “Se as bezerras foram bem colostradas e tratadas, o retorno é percebido no tanque, já que elas tornam-se novilhas e vacas saudáveis”, afirma Alexandre. É com esse olhar que as bezerras da Fazenda Campo Redondo são criadas. “Depois que recebemos uma consultoria especializada, alguns protocolos se ajustaram”, relata o produtor. Atualmente, as bezerras recém-nascidas seguem para o local onde recebem os manejos iniciais. O colostro da vaca é analisado e, se estiver dentro dos padrões de qualidade (24 graus Brix), é oferecido às bezerras; caso contrário, é utilizado o  colostro armazenado no banco. “É muito importante destacar que o colostro é a principal fonte de anticorpos para bezerras. Para mim, é um dos pilares da saúde dos animais", reforça Alexandre. “As bezerras que nascem na fazenda são a expressão da melhor genética do rebanho”, explica o consultor João Victor. “Com isso, os manejos, além dos cuidados iniciais, recebem olhar atento, como a dieta equilibrada de acordo com as exigências da bezerra que está em processo de desenvolvimento de rúmem”.


 Foto 7. Sistema individual suspenso foi adotado para a criação das bezerras em aleitamento.


 Foto 8. Bezerreiro do tipo tropical abriga as bezerras que deixaram o sistema individual suspenso.

 
Alexandre conta que optou pelo sistema individual suspenso para abrigar as bezerras nos primeiros meses de vida e garantir a melhor visualização do comportamento dos animais. Dessa instalação, seguem para o bezerreiro do tipo tropical. Nos primeiros 30 dias de vida, recebem 8 litros de leite, divididos em duas refeições no dia. Após 30 dias, passam a receber 6 litros diários. Desde o primeiro dia de vida, recebem água e concentrado à vontade. Ao atingirem peso próximo a 100 kg, inicia-se o desaleitamento, com redução gradativa do volume de leite fornecido e adição de volumoso na dieta. O processo de adaptação à exclusão da dieta líquida dura, pelo menos, 15 dias, quando as bezerras são transferidas aos piquetes coletivos, loteadas por idade e peso.

Quando se tornam primíparas, seguem para o Composto, construído para abrigar 100 animais, divididos em quatro lotes: Primíparas, Alta produção, Baixa produção e Pós-parto. A categoria em préparto também é alojada nessa instalação. A cama do Composto é feita de maravalha, a qual é manejada conforme exemplo: se a troca é feita em julho, a reposição se faz em janeiro e a nova troca é realizada em julho. Na sala de resfriamento, as vacas recebem aspersão de água e ventilação antes da ordenha, que acontece três vezes ao dia (a mesma estratégia de aclimatação é adotada para as categorias de vacas em pré-parto e secas). Na ordenha de cinco conjuntos, o esforço e a dedicação se materializam na qualidade e quantidade de leite.  


Foto 9. Piquetes coletivos destinados aos lotes de recria, separados por idade e peso dos animais.


Para melhorar a rotina, foram instalados extratores com balanças automáticas, uma das últimas aquisições do produtor. “Esse investimento facilita a vida dos colaboradores e viabiliza as medições online dos litros de leite. Mudou para melhor a rotina da fazenda. O próprio funcionário consegue identificar se há algo errado com algum animal, de forma muito rápida e eficiente”, explica Alexandre.

Feito com amor

A produção na Fazenda Campo Redondo é permeada de afeto, tanto pelas pessoas quanto pelos animais. “Os resultados alcançados são fruto desse esforço”, confirma Alexandre. “Conseguimos obter uma CCS inferior a 100 mil células/ml. Melhoramos muito em termos de qualidade do leite e aumento de sólidos, mas não estamos satisfeitos ainda. Buscamos os melhores sêmens do Brasil para melhorar esses parâmetros”, continua ele.

  A PRODUÇÃO NA FAZENDA CAMPO REDONDO É PERMEADA DE AFETO, TANTO PELAS PESSOAS QUANTO PELOS ANIMAIS 

Foto 10. O produtor Alexandre Renato Ribeiro conduz a atividade leiteira com amor aos animais e comprometimento com a sustentabilidade ambiental.


Como desafio, afirma buscar mais conforto aos animais, por meio do resfriamento na pista de trato, além da produção 100% consonante aos padrões da agricultura regenerativa. Para que tanto esforço? “Em primeiro lugar, porque gosto muito do que faço. Penso, também, nas minhas filhas, nos meus netos, na minha esposa. Gosto das coisas bem feitas, que acompanham a melhor tecnologia, sem esquecer das pessoas. As pessoas envolvidas no negócio me enchem de orgulho. Os animais, também”. Esse é Alexandre.



ADRIANA VIEIRA FERREIRA  - Equipe Revista Leite Integral

 


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