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Manejo

Influência do manejo da vaca seca na qualidade do colostro e saúde das bezerras

Influência do manejo da vaca seca na qualidade do colostro e saúde das bezerras

Introdução

Evidências recentes sugerem que a baixa capacidade de absorção de imunoglobulinas, e a conseqüente falha na transferência de imunidade passiva, observadas em um número considerável de bezerras, podem estar relacionadas ao manejo da vaca no pré-parto.

O manejo no período de transição pode afetar o feto e o neonato de várias maneiras,  que vão muito além dos  efeitos na qualidade (concentração de imunoglobulinas) e composição do colostro, incluindo o ganho de massa corporal e a organização tecidual, estímulo do sistema imune, e alterações genéticas de importantes padrões metabólicos.

 

Efeitos do manejo pré-parto na qualidade do colostro

 

Efeitos da nutrição

Mudanças nutricionais ou de manejo que possam beneficiar o sistema imune da vaca seca ou a colostrogênese (formação do colostro) têm o potencial de aumentar o volume e a qualidade do colostro. Entretanto, a manipulação nutricional da dieta, em termos de proteína bruta e energia metabolizável, parece ter pouco efeito na concentração de imunoglobulinas e na produção total de colostro. Por outro lado, o fornecimento de minerais e vitaminas pode afetar a qualidade do colostro por meio do estímulo da resposta imune, ou de receptores neonatais, conhecidos como FcRn, que são responsáves pela secreção de IgG1 durante a colostrogênese. No caso específico do selênio, as pesquisas apontam maiores benefícios da suplementação de selênio orgânico em relação ao selenito de sódio.

Outras manipulações dietéticas que melhorem a resposta imune das vacas secas, como o fornecimento de ácidos graxos poliinsaturados, também podem aumentar a qualidade do colostro.

Embora não seja fácil aumentar a quantidade de imunoglo-bulinas do colostro por meio da nutrição, é possível alterar sua composição nutricional por meio da manipulação dos nutrientes da dieta. Muitos estudos mostram que o conteúdo de nutrientes específicos do colostro (selênio, vitamina E e ácidos graxos) pode ser aumentado por mudanças na alimentação das vacas secas.

 

Imuno-estimulantes

Embora mais trabalhos de pesquisa sejam necessários para melhor elucidar seus efeitos, parece que a suplementação da dieta de vacas secas com aditivos imuno-estimulantes pode melhorar a qualidade do colostro e a absorção de imunoglo-bulinas das bezerras.

Apesar de não serem observados efeitos na qua-lidade do colostro e absorção de imunoglobulinas, a adição de mananoligossacarídeos (MOS) na dieta de vacas secas parece aumentar a concentração de anticorpos anti-rotavírus no soro de vacas vacinadas e de suas crias. Por outro lado, a suplementação com β-glucanos tem o potencial de aumentar a concentração de IgG e IgM no colostro.

 

Condições metabólicas

Existem evidências de que alguns distúrbios metabólicos como mastite e retenção de placenta podem reduzir a qualidade e vo-lume de colostro produzido.

 

Estresse calórico

Os efeitos do estresse calórico sobre a composição do colostro parecem estar relacionados com a extensão do estresse e o grau de impacto do THI (Índice de Temperatura e Umidade) sobre a imunidade da vaca.

A concentração de IgG no colostro de vacas em estresse calórico é significativamente reduzida. Nessa mesma condição, os teores de proteína e energia do colostro sofrem queda média de 17% e 12%, respectivamente.

 

Duração do período seco

A redução da duração do período seco, de 60 para 30 dias, parece não ter efeitos significativos sobre a concentração de IgG e volume de colostro produzido. Entretanto, a produção contínua (ausência de período seco) pode afetar negativamente a qualidade do colostro por efeito de diluição com o leite.

 

Efeitos do manejo pré e pós-parto na absorção de imunoglobulinas

 

Efeitos da nutrição

Deficiências de proteina na dieta das vacas secas reduz a habilidade das bezerras em absorver IgG do colostro e, consequentemente, sua resistência futura às doenças.

Com relação à suplementação mineral, trabalhos de pesquisa têm mostrado que o excesso de iodo na dieta de vacas secas, embora não tenha ne-nhum efeito sobre a qualidade do colostro, reduz a absorção de IgG. Esse efeito parece ocorrer no útero, durante a gestação, pois as crias de animais submetidos a dietas com alto iodo, mesmo recebendo colostro de animais alimentados com níveis normais desse mi-neral, apresentaram redução na absorção de IgG. Um estudo recente apontou o valor de 9,9mg/kg de MS como o limite superior para inclusão de iodo na dieta de vacas secas à fim de se evitar redução na absorção de imunoglobulinas.

 

Efeitos do ambiente

Um importante aspecto, embora frequentemente negligenciado, em relação à absorção de imunoglobulinas do colostro é o ambiente. A termo-regulação (manutenção de uma adequada temperatura corporal) é essencial para a sobrevivência das bezerras recém- nascidas. O aquecimento do organismo demanda a utilização de energia e, em condições mais adversas, as proteínas podem ser utilizadas como substrato energético. Embora não existam trabalhos científicos que comprovem essa hipótese, é possível que o suprimento deficiente de nutrientes nas primeiras horas de vida (quantidade insuficiente de colostro) leve a bezerra a utilizar parte das imunoglobulinas ingeridas para manter sua temperatura corporal.•

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