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Nutrição

Tecnologias nutricionais promovem rentabilidade e produção sustentável

A projeção de crescimento da população mundial para 2050 é de que sejamos cerca de 9,7 bilhões de habitantes e, com isso, emergem questões sobre a eficiência na produção de alimentos.

Tecnologias nutricionais promovem rentabilidade e produção sustentável

A projeção de crescimento da população mundial para 2050 é de que sejamos cerca de 9,7 bilhões de habitantes e, com isso, emergem questões sobre a eficiência na produção de alimentos. Neste contexto, para suprir as necessidades humanas, especial atenção tem sido dedicada à produção de proteínas de alto valor biológico, que são as de origem animal. Por esse motivo, os sistemas de produção vêm se intensificando cada vez mais, o que torna mais evidente a importância de se melhorar a eficiência com a qual os animais utilizam os nutrientes de sua dieta para produzir carne e leite.

Melhorar a utilização dos nutrientes da dieta significa produzir mais com menos e, para isso, cada vez mais se tem utilizado e desenvolvido aditivos nutricionais, pois, em geral, têm capacidade de modular a fermentação ruminal e melhorar o aproveitamento das proteínas, energia e fibras da dieta. Sob aspectos econômicos, em sistemas de produção de leite intensivos, cerca de 40 a 60% do custo total de produção é com a alimentação, o que significa que a melhora na eficiência alimentar pode fazer diferença também no bolso do produtor.

Importância das enzimas

As enzimas têm grande potencial de aumentar a digestibilidade da parede celular vegetal e dos carboidratos não estruturais, os quais apresentam grande valor energético. Em rebanhos de leite, a energia da dieta é fator determinante para o aumento na produção e o amido é uma das fontes mais utilizadas para gerar essa energia. Para melhorar a utilização desse amido, surgiu a amilase, capaz de aumentar a hidrolise do amido a oligossacarídeos no rúmen, otimizando a sua digestão e, consequentemente, aumentando a atividade dos microrganismos ruminais.

Estudos como o de Klingerman et al. (2009) demonstraram aumento na produção de leite (+3,4 kg / vaca /dia) e aumento na eficiência alimentar. Outro estudo de grande relevância - e realizado no Brasil - demonstrou aumento na produção de leite de 700 g /vaca /dia e redução no consumo de alimentos de 1 kg (na matéria seca), o que resultou em aumento na eficiência alimentar (Andreazzi et al., 2018). Além dos estudos científicos, também é possível verificar resultados da utilização de enzima amilase, o Rumistar da DSM, a campo. A exemplo, uma fazenda do Alto Paranaíba/MG, cliente da DSM, composta por 250 vacas em lactação e com produção média de 35,5 L /cab / dia no ano, incrementou a produtividade em 15 % ou 5,32 L durante o verão de 2019 e, até hoje, utiliza o produto em 100 % de seus animais. Os dados sobre qualidade do leite da mesma fazenda, no ano de 2020, no qual foi utilizada a tecnologia, revelam: CCS média de 111.000 células/mL (-8% em relação à 2019); 4,42% de Gordura (8% a mais que 2019) e 3,47% de Proteína (6% a mais que 2019, sendo 81% a média de caseína). Os animais da propriedade produziram, aproximadamente, 1147 g de proteína pura por dia ou 400 iogurtes pequenos. Outra propriedade referência no país, em Goiás, com 600 vacas em lactação, relatou acréscimo produtivo de aproximadamente 1 L, com dieta 100% em silagem de grão úmido de milho, de alta fermentabilidade ruminal do amido.

Importância dos óleos essenciais

Além da amilase, outro aditivo que merece especial atenção na pecuária leiteira são os óleos essenciais, compostos bioativos extraídos de plantas que têm efeito flavorizante, são estimulantes da secreção enzimática e apresentam atividade antioxidante, antifúngica e antimicrobiana. No rúmen, os óleos essenciais atuam modulando a fermentação ruminal. Com isso, há melhora no aproveitamento da proteína e energia da dieta para produção de leite com composição nutricional superior. Cabe ressaltar que o fornecimento de compostos bioativos de plantas na dieta dos animais tem sido cada vez mais utilizado como alternativa ao uso dos antibióticos.

Em estudo realizado com o Crina, blend de óleos essenciais da DSM, Kung et al. (2008) observaram aumento na produção de leite, com a mesma eficiência alimentar. Tassoul e Shaver (2008), por meio de metanálise, demonstraram aumento na produção de leite de 900 g /vaca /dia e maior produção de gordura e proteína, com o uso de óleos essenciais. Os óleos essenciais aumentam a produção de propionato, enquanto a biotina atua no processo de transformação do propionato em glicose no fígado, melhorando o metabolismo energético. Partindo desse princípio, Hausmann et al. (2018) realizaram estudos associando os óleos essenciais e a biotina para vacas no período de transição e observaram maior produção de propionato, redução na perda de peso pós parto e maior produção de leite corrigida para gordura, com o uso da combinação de óleos essenciais e biotina.

À exemplo de campo, duas propriedades, uma no sul de Minas Gerais, composta por 350 vacas Holandês preto e branco em lactação e outra no noroeste mineiro, com 400 vacas Girolandas, perceberam acréscimo médio de 2,2 L e 0,6 L, respectivamente, na produtividades das vacas, ao utilizarem na dieta a solução nutricional contendo Crina (óleos essenciais), o que melhorou também o consumo de matéria seca. A eficiência alimentar verificada na primeira fazenda, mensurada em leite corrigido para energia, chegou a ser até 10% superior ao ano anterior.

Os desafios da cadeia de alimentos são cada vez maiores para suprir a demanda populacional crescente. As tecnologias nutricionais já são parte da realidade de muitos produtores que estão obtendo resultados produtivos e financeiros superiores e, ainda, colaborando para a maior disponibilidade de alimentos no mundo, por meio da maior eficiência de utilização dos recursos naturais e redução do uso de antibiótico nas dietas, ou seja, promovendo o crescimento da produção de leite de forma sustentável.

Óleos essenciais são:

Referências Andreazzi et al., 2018. Effect of exogenous amylase on lactation performance of dairy cows fed a high-starch diet. J. Dairy Sci. 101:7199-7207. Klingerman et al., 2009. An evaluation of exogenous enzymes with amylolytic activity for dairy cows. J. Dairy Sci. 92:1050–1059. Kung et al., 2008. A blend of essential plant oils used as an additive to alter silage fermentation or used as a feed additive for lactating dairy cows. J. Dairy Sci. 91, 4793–4800. Hausmann et al., 2018. Effects of a combination of plant bioactive lipid compounds and biotin compared with monensin on body condition, energy metabolism and milk performance in transition dairy cows. PLoS One 13:e0193685. Tassoul et al., 2008. Efficacy of Essential Oils as Dietary Supplements for Dairy Cows. In Proc. 6th Mid-Atlantic Nutrition Conf. Timonium, MD. N. G. Zimmermann, ed., Univ. Maryland, College Park.


CRISTINA CORTINHAS

Sup. Ruminantes LATAM

MARCELO MACHADO

Ger. Técnico Gado de leite

VERÔNICA SCHVARTZAID

Sup. Marketing Gado de leite

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