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Clínica do Leite, Qualidade do Leite

FAQ MAIS LEITE: BOAS PRÁTICAS AGROPECUÁRIAS

A consultoria Mais Leite responde às perguntas mais comuns sobre as Boas Práticas Agropecuárias, a fim de difundir o conhecimento sobre os padrões de qualidade na atividade leiteira.

FAQ MAIS LEITE: BOAS PRÁTICAS AGROPECUÁRIAS

1. Em que consistem as Boas Práticas Agropecuárias na pecuária leiteira? 

As Boas Práticas Agropecuárias (BPA) consistem em um conjunto de diretrizes e procedimentos adotados nas fazendas leiteiras com o objetivo de promover a produção de leite de forma sustentável, segura e de alta qualidade. Essas práticas envolvem diversas áreas, como manejo animal, alimentação, saúde e sanidade, qualidade do leite, gestão ambiental e rastreabilidade. Ao adotar as BPA, os produtores e colaboradores são estimulados a se capacitarem continuamente, o que resulta em melhores resultados econômicos e no reconhecimento das fazendas por meio de certificações por parte dos laticínios e empresas. 

2. Quais são os pilares das BPA? 

As BPA são fundamentadas em diversos pilares que podem ser adaptados de acordo com as necessidades específicas de cada fazenda ou laticínio. São eles:
a) Bem-estar animal: promover o manejo adequado e respeitoso dos animais, garantindo que suas necessidades básicas sejam atendidas.
b) Alimentação e nutrição: fornecer dieta balanceada e adequada aos animais, levando em conta a qualidade dos ingredientes e as necessidades de cada etapa de vida.
c) Saúde e sanidade: implementar práticas para a prevenção de doenças e realizar os registros necessários para o monitoramento da saúde dos animais.
d) Qualidade do leite: adotar medidas para garantir a produção de leite de qualidade, incluindo o controle da higiene durante a ordenha, a redução do risco de resíduos de antimicrobianos e o monitoramento dos indicadores de qualidade.
e) Gestão ambiental: promover práticas que minimizem o impacto ambiental da produção de leite, como o correto manejo de resíduos, o uso eficiente dos recursos naturais e a preservação da biodiversidade.
f) Rastreabilidade: estabelecer sistemas de rastreabilidade que permitam acompanhar o histórico de produção do leite, identificando corretamente os animais e facilitando a solução de problemas de forma mais ágil. 

3. Como a gestão à vista auxilia nas BPA? 

A gestão à vista desempenha papel fundamental nas BPA, pois visa facilitar a comunicação interna (ao reduzir os ruídos de comunicação) e aumentar a motivação da equipe por meio da visualização clara dos indicadores e metas da fazenda. Ao implementar a gestão à vista, os colaboradores e gestores podem acompanhar de forma transparente e atualizada o progresso e desempenho em relação aos objetivos estabelecidos pelo programa.

Por meio desse tipo de gestão, é possível visualizar de forma clara e acessível as metas específicas e a pontuação relacionada ao trabalho de cada colaborador ao longo do mês. Isso permite que a equipe tenha uma compreensão clara do que precisa ser realizado para alcançar os objetivos propostos. Além disso, a gestão à vista proporciona um ambiente de trabalho mais participativo, no qual os colaboradores podem contribuir com ideias e soluções, sabendo exatamente como sua contribuição impacta nos resultados globais. 

4. Quais são as principais medidas para evitar a presença de resíduos de antibióticos? 

A presença de resíduos de antibióticos é um problema significativo tanto para a indústria quanto para os produtores de leite, resultando em grandes prejuízos financeiros. A prevenção desses resíduos é baseada em medidas simples, porém eficazes, que requerem constância e organização para serem implementadas. As principais medidas para evitar a presença de resíduos de antibióticos são:
a) Identificação correta dos animais: é importante adotar um sistema de identificação visível e padronizado na fazenda. Existem diversas opções, como tintas marcadoras de animais, pulseiras, bastões, spray, fitas adesivas coloridas, cordas coloridas, entre outras. A criatividade pode ser utilizada, desde que os métodos sejam padronizados dentro da fazenda e não causem danos aos animais.
b) Registro completo do tratamento: manter um caderno de registros ou sistema eletrônico para anotar o uso de medicamentos é essencial. É necessário registrar a data das aplicações, o período de carência do antibiótico, a via de aplicação, o motivo da aplicação, entre outras informações relevantes. É importante ter atenção especial ao controle do período seco, pois antibióticos utilizados nesse período têm alta concentração, e se o animal parir antes do período previsto, é necessário respeitar o período mínimo de carência do medicamento.

O painel de gestão à vista, mesmo organizado de forma simples, contribui para facilitar a organização e otimizar os processos da equipe.

c) Separação dos animais: os animais tratados com antibióticos devem ser separados em lote específico que seja ordenhado por último, após os animais saudáveis. Isso evita a contaminação do leite com resíduos de medicamentos.
d) Atenção ao período de carência: é fundamental seguir as orientações da bula do medicamento ou do Médico Veterinário em relação ao tratamento do animal. Qualquer alteração no uso dos antibióticos interfere no período de carência. Para um controle ainda maior e redução do risco, pode-se realizar o teste rápido para detectar a presença de resíduos de antibióticos no leite antes de entregá-lo ao laticínio. 

5. Quais são as formas de marcação dos animais em tratamento? 

A marcação dos animais em tratamento, período de carência, vacas secas ou vacas recém-paridas é de extrema importância para evitar erros e o envio de leite com resíduos de antibióticos para o tanque. Existem diversas maneiras de realizar essa marcação, tais como:
a) Pulseiras coloridas nas patas, associadas à pata correspondente ao teto afetado no caso de mastite.
b) Fita no pescoço do animal.
c) Bastão marcando o quarto mamário e na região do coxal do animal.
d) Spray colorido.
e) Fita na cauda do animal.

É importante utilizar pelo menos duas formas de marcação diferentes para garantir a segurança em caso de perda ou remoção acidental de uma delas.

 Animais em tratamento devem ser identifi cados com marcações, como as pulseiras nas pernas, com o intuito de atrair a atenção do ordenhador e garantir a segurança do leite no tanque

6. Como as falhas das anotações sobre o manejo do rebanho prejudicam a tomada de decisão dos gestores e a saúde dos animais? 

Uma das maiores falhas é a falta de registros, seja por descuido, falta de tempo ou falta de conscientização sobre a importância das anotações. Isso dificulta o acompanhamento do histórico de cada animal e compromete a tomada de decisões baseadas em dados confiáveis.
Outra falha recorrente é a realização de anotações incompletas, especialmente quando se trata de informações relevantes para a saúde e o manejo do rebanho. Por exemplo, anotar apenas a ocorrência de mastite clínica sem mencionar detalhes como o tratamento realizado, a data do último tratamento e a data de liberação do leite para o tanque. Além disso, também é comum encontrar anotações incompletas de outros tratamentos, como infecções de casco, metrite e pneumonia.
Essas falhas nas anotações prejudicam a precisão dos dados e dificultam o monitoramento adequado da saúde do rebanho, a identificação de tendências e a implementação de medidas preventivas. É fundamental enfatizar a importância de anotações completas e precisas para garantir um bom gerenciamento do rebanho e tomar decisões embasadas em informações confiáveis. 

7. Como otimizar a organização da farmácia para facilitar os tratamentos na fazenda leiteira? 

Para otimizar a organização da farmácia e facilitar os tratamentos é importante seguir algumas medidas. Primeiramente, os medicamentos devem ser devidamente organizados e etiquetados de acordo com sua classe farmacológica, como anti-inflamatórios, antibióticos, selantes, entre outros. Isso facilita a identificação e acesso rápido aos medicamentos necessários durante os tratamentos. Além disso, é essencial estabelecer rotina de verificação regular do prazo de validade dos medicamentos e remover aqueles que já expiraram.

 As anotações devem ser atualizadas de forma dinâmica e clara para todos que tenham acesso à informação

A utilização de medicamentos vencidos pode comprometer sua eficácia, portanto, manter a farmácia livre de produtos vencidos é fundamental para garantir o sucesso dos tratamentos. Outro aspecto importante é separar os medicamentos específicos para vacas em lactação dos destinados a outros grupos de animais, como vacas secas, uma vez que o período de carência dos produtos para secagem é muito maior que os demais. 

8.De forma geral, as fazendas têm se preocupado mais com o Bem-Estar Animal (BEA)? 

Sim, tem havido um aumento significativo da preocupação das fazendas em relação ao BEA. Essa preocupação está diretamente relacionada tanto com a produtividade quanto com a saúde dos animais. O impacto dessa atenção ao BEA reflete positivamente na saúde financeira da fazenda, uma vez que resulta em maior produção de leite, redução do uso de medicamentos e diminuição do descarte de leite. 

9. Qual a relação do BEA com a saúde? 

O BEA está diretamente relacionado à saúde dos animais, conforme comprovado e destacado na literatura especializada. É importante ressaltar que o BEA não trata de humanizar os animais, mas sim de respeitar sua natureza e oferecer condições que promovam bem-estar. Quando um animal tem seus cinco aspectos do BEA atendidos: 1) livre de fome e sede; 2) livre de desconforto; 3) livre de dor, ferimentos e doenças; 4) livre para expressar comportamento natural; e 5) livre de medo e angústia - sua produção é maximizada e a incidência de doenças é reduzida.
Situações de desconforto afetam negativamente o sistema imune do animal, tornando-o mais suscetível a patógenos que podem causar doenças. À medida que o tamanho do rebanho aumenta, a densidade de animais também cresce, o que naturalmente aumenta o risco de doenças. Portanto, medidas que garantam o conforto dos animais devem ser ajustadas de acordo com o tipo de sistema utilizado.

A organização adequada da farmácia desempenha um papel fundamental ao proporcionar acesso ágil aos medicamentos e prevenir erros durante os tratamentos 

10. Quais são os principais pontos de adequação em relação à sanidade animal?

 A sanidade animal continua sendo uma questão central na atividade leiteira no Brasil, especialmente para atender aos requisitos exigidos para exportação de leite. Os principais pontos de adequação são:
a) Controle de Brucelose e Tuberculose: é essencial implementar medidas de controle, como a vacinação contra a Brucelose e a realização de testes de rebanho para monitorar ambas as doenças.
b) Vacinação: é importante seguir rigorosamente o calendário sanitário da fazenda, garantindo a vacinação adequada contra as doenças para todas as categorias animais.
c) Controle da mastite: além do tratamento adequado dos casos de mastite clínica, é necessário implementar o controle do Staphylococcus aureus e erradicar o Streptococcus agalactiae dentro da fazenda, por meio de culturas microbiológicas sequenciais.

 A manutenção do conforto e bem-estar das vacas resulta em maior produção de leite e em menor incidência de doenças


d) Compra de animais: ao adquirir novos animais, é fundamental isolá-los em quarentena dentro da fazenda e realizar exames básicos para evitar colocar em risco a saúde do rebanho como um todo. Ao priorizar esses pontos de adequação, é possível melhorar significativamente a sanidade do rebanho leiteiro e garantir a qualidade do leite produzido. 




MARIANA BRANT DRUMOND MAGALHÃES DORNAS - Médica Veterinária, Consultora e Sócia-Fundadora da Mais Leite
PÂMELA MICHELI FURINI - Médica Veterinária, Consultora e Sócia-Fundadora da Mais Leite
MARINA FERREIRA BORGES - Médica Veterinária e Consultora Júnior da Mais Leite
ISADORA MARUGEIRO DE PAULA TEODORO - Médica Veterinária e Trainee da Mais Leite
LUIZA DELMONDES - Graduanda em Medicina Veterinária e Estagiária da Mais Leite

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