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GRANJA STEIN: A INOVAÇÃO É O CAMINHO

A Granja Stein, localizada em São Carlos/SC, é exemplo de como a inovação pode ser inspirada na tradição familiar.

GRANJA STEIN: A INOVAÇÃO É O CAMINHO

Histórias que começam com a trajetória dos trisavós, mudanças de continente e guerras normalmente remetem à tradição. Na família Stein, no entanto, a inovação é a protagonista da história, sem que se rompa com os conhecimentos passados entre as gerações. Pelo contrário, tradição e inovação caminham juntas em celebração à ascendência alemã, garantindo o sucesso da Granja Stein. 

Raiz do sucesso 

A chegada da família Stein, mais precisamente no Rio Grande do Sul, remonta ao início do século XX, quando o trisavô de Éverton Stein desembarcou no Brasil. A migração para o oeste catarinense ocorreu por volta de 1920, com a compra de propriedades nas comunidades que ainda hoje cercam a cidade de São Carlos/SC. O casal Éverton e Marlei Stein mantém viva a tradição familiar. A propriedade foi assumida pelo Sr. Darci Stein, pai de Éverton, em 1989. Na época, nos 12 hectares de área, poucas vacas produziam cerca de 30 L/dia. A partir desse cenário, surgiu a paixão pela pecuária leiteira e o entendimento da atividade como negócio viável. “Meu pai tirava leite de duas vacas da raça Holandês dia sim, dia não. Foi aí que começamos a prestar mais atenção nessa raça e a nos apaixonar por ela, tornando-a o foco dos nossos negócios”, comenta Éverton.

 A partir do alicerce genético estabelecido com a introdução da raça Holandês, a Granja Stein construiu seu rebanho e obteve reconhecimento em feiras e exposições, evidenciado pelos prêmios que adornam as paredes da propriedade. Todo os animais são registrados na Associação Brasileira de Criadores Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH) e a reprodução é feita exclusivamente por meio de inseminação artificial (IA).

 Enquanto o filho e as sobrinhas aproveitam a vida no campo, Éverton e os demais membros da família (pais, irmão, cunhada e esposa) se dedicam diariamente ao trabalho na fazenda. Desde a produção de alimentos volumosos, passando pelas tarefas diretamente ligadas à atividade leiteira, até a produção do almoço - incumbência especial da matriarca da família, todas as atividades levam a marca dos Stein.

“Quem produz leite são as vacas. Nós garantimos saúde, conforto e comida de qualidade a elas. Temos grande preocupação com a qualidade e quantidade de alimentos produzidos para os animais. Entendemos ser essa a nossa função”, explica Éverton. Conduzidos por essa certeza, as áreas perenes da fazenda são direcionadas ao cultivo de milho para a produção de silagem e ao capim Tífton para a produção de feno e pré-secado. 

QUEM PRODUZ LEITE SÃO AS VACAS. NÓS GARANTIMOS SAÚDE, CONFORTO E COMIDA DE QUALIDADE A ELAS. TEMOS GRANDE PREOCUPAÇÃO COM A QUALIDADE E QUANTIDADE DE ALIMENTOS PRODUZIDOS PARA OS ANIMAIS. ENTENDEMOS SER ESSA A NOSSA FUNÇÃO


 

 

 Garantir conforto, saúde e alimento de qualidade: esses são os compromissos da família Stein

Ainda que a Granja Stein produza alimentos para os animais com a mais alta tecnologia, integrando-se à perspectiva da agricultura 4.0, a herança familiar se faz presente na condução respeitosa da lavoura e da atividade leiteira em relação ao meio ambiente e aos animais. “Nossos antepassados dedicaram-se fundamentalmente à lavoura e continuamos o legado produzindo alimento para o mundo”, comenta Éverton. Mudaram as gerações, mas o propósito permanece inabalável. 

A inovação move a pecuária leiteira 

Investir em tecnologia foi o caminho encontrado pelos Stein para perpetuar a característica familiar da atividade. "As famílias estão cada vez menores e o trabalho na fazenda exige dedicação diária. Para garantir qualidade de vida para todos nós e para os animais, investimos na ordenha robotizada", afirma Marlei. E completa: "A genética de qualidade também é um grande incentivo para a automação. O rebanho, quando bem alimentado e confortável, responde com alta produção. A melhor solução foi a utilização de robôs, já que alguns animais são ordenhados até cinco vezes por dia e, para atender a essa demanda, não teríamos mão de obra suficiente".

 A precisão no deslocamento dos animais é assegurada pelos portões inteligentes

Das 190 vacas, 164 estão em produção. Esses números foram alcançados depois da inovação, conforme explica Marlei: "Tínhamos que evoluir, nossa intenção nunca foi ficar parados no tempo. Se tivéssemos mantido o modelo anterior, o número total de vacas não passaria de 100, exigindo o trabalho de cinco pessoas na ordenha. Atualmente, aumentamos em mais de 60% o número de animais em produção e precisamos apenas de duas pessoas responsáveis." A automação da ordenha, no entanto, não significou a exclusão do olhar humano na gestão do rebanho. Exemplo disso são as teteiras: mesmo que sejam colocadas pelo braço mecânico, a otimização do processo exige a atenção das pessoas envolvidas na produção, caso o robô não consiga acoplá-las de forma autônoma.

TÍNHAMOS QUE EVOLUIR, NOSSA INTENÇÃO NUNCA FOI FICAR PARADOS NO TEMPO

 Os animais têm acesso aos três boxes de ordenha robotizada, localizados no galpão de Compost Barn, durante 24 horas por dia, exceto em dois momentos destinados à limpeza. Uma porteira eletrônica de pré-seleção identifica as vacas e as conduz pelo fluxo definido pelo sistema. As vacas aptas à ordenha são direcionadas para a sala de espera, enquanto as não aptas são direcionadas diretamente para a pista de alimentação, garantindo assim, que apenas as vacas com permissão de ordenha sejam direcionadas para o robô de ordenha. Essa permissão é pré-definida pelo técnico responsável através da inserção de dados no software do sistema.

 Os colares abastecem o sistema de informações precisas sobre o comportamento dos animais

 

 

Outra importante função da ordenha robotizada é a geração de informações. Consumo de alimentos, temperatura do leite e produção total por vaca/lactação são exemplos de parâmetros gerados pelo software da ordenha robotizada que se transformam em ferramentas de gestão. "Os parâmetros gerados nos mostram os caminhos que podemos investir para garantir ainda mais produtividade e qualidade na produção leiteira", afirma Éverton.
A opção pelo sistema de ordenha robotizada gerou as condições para que a família Stein conquistasse mais liberdade para alcançar seus objetivos pessoais, graças a maior independência dos horários exigidos nessa etapa produtiva. Além disso, a saúde do úbere e a produtividade das vacas aumentaram, com impactos positivos sentidos na reprodução, como o aumento da taxa de serviço. “Percebemos aumento signifi cativo na produção durante o pico da lactação, e algumas vacas chegaram a produzir mais de 80 L/dia. Antes da adoção da ordenha robotizada, o potencial de produção dos animais não era alcançado em duas ordenhas, o que foi corrigido com a automação”, explica Éverton. Atualmente, a média diária de produção de leite é de 39 L/dia/vaca, totalizando 6.400 L/dia.


 Marlei confere na tela as informações sobre os animais ordenhados

De onde vem a força? 

Cada semente plantada nas terras da propriedade tem um só objetivo: contribuir para que os animais recebam o alimento de melhor qualidade. Nesse sentido, à medida que se busca aumentar a produtividade, garantir a saúde e melhorar a reprodução do rebanho, é crucial que os alimentos volumosos (pré-secado, silagem e feno) tenham qualidade bromatológica excelente. Adicionalmente, é necessário fornecer concentrados que complementem os níveis proteicos e energéticos, juntamente com minerais, vitaminas e aditivos nutricionais que maximizem a digestibilidade e o aproveitamento dos alimentos, visando garantir a saúde e a alta produção do rebanho.

 

 

Quem explica uma das estratégias utilizadas na propriedade é Diego Airton Magro, Consultor Técnico da DSM e responsável pela nutrição dos animais da Granja Stein: “Nosso maior objetivo é garantir a saúde do rebanho e proporcionar adequada transição pré e pós-parto, o que permite iniciar nova lactação com sucesso. Isso resulta em alta taxa de serviço e, consequentemente, em ótima taxa de prenhez. Acreditamos que saúde e reprodução são fundamentais para alcançar alta produção, por isso são os nossos pilares. Uma das formas de alcançar esses propósitos é inserir a enzima alfa-amilase pura, desenvolvida pela DSM com o intuito de atuar no ambiente ruminal”. Por ser uma enzima estável no rúmen, a hidrólise do amido é otimizada, transformando-o em oligossacarídeos, sem afetar o pH do ambiente. A ação dos oligossacarídeos como fonte de energia para os microrganismos ruminais contribui para a melhora do metabolismo energético do animal. 

Além da nutrição, o aumento do desempenho dos animais depende fundamentalmente do planejamento das instalações e do investimento na infraestrutura. Na propriedade, os animais são acomodados em quatro galpões de Compost Barn, que oferecem conforto e bem-estar para as vacas nas diferentes etapas do ciclo produtivo. Um dos galpões é destinado às vacas em produção, enquanto outro é destinado às vacas secas. Há também um galpão específi co para as vacas em pré-parto e outro para as bezerras e novilhas. Essa divisão possibilita que cada grupo de animais tenha suas necessidades atendidas.

 Qualidade vem de berço 

O brilho nos olhos de Marlei, assim como o tom alegre de sua voz tornam evidente sua dedicação ao bezerreiro. Desde a fase da colostragem até a cura do umbigo, as bezerras recebem todo o cuidado necessário. Acomodadas em gaiolas individuais, após 10 dias do nascimento, começam a receber 6 litros de sucedâneo em dois tratos diários, até completarem 35 dias de vida. Após esse período, as bezerras são transferidas para o Compost Barn, onde são distribuídas em lotes de cinco animais e recebem ração e feno, enquanto a quantidade de sucedâneo é gradualmente reduzida. Marlei destaca os benefícios trazidos pela IA com sêmen sexado. “Em um sistema de produção leiteiro, é fundamental gerenciar bem os custos e aumentar a efi ciência produtiva para evitar prejuízos, especialmente porque os preços do leite podem variar bastante”.

EM UM SISTEMA DE PRODUÇÃO LEITEIRO, É FUNDAMENTAL GERENCIAR BEM OS CUSTOS E AUMENTAR A EFICIÊNCIA PRODUTIVA PARA EVITAR PREJUÍZOS, ESPECIALMENTE PORQUE OS PREÇOS DO LEITE PODEM VARIAR BASTANTE

Ao receberem nutrição adequada, as bezerras crescem de forma saudável, o que tem impacto positivo na produção de leite futura 

Para as próximas gerações 

A Granja Stein é conhecida por sua constante busca pela inovação. Atualmente, o sistema de ordenha robotizada comporta, no máximo, 190 vacas em lactação. Por isso, a venda de novilhas e bezerras se fará necessária até que outro galpão de Compost Barn seja construído, capaz de comportar mais estações com essa tecnologia. Éverton ressalta que, no futuro, além da ampliação da ordenha robotizada, uma opção seria a adoção de um sistema de ventilação cruzada. Contudo, esses projetos dependerão do cenário econômico e político do país.

 

A mais nova geração da família Stein cresce imersa nesse ambiente de alta tecnologia onde robôs e vacas interagem com as pessoas. Para Marlei e Éverton, a liberdade é um valor que norteia a educação das crianças da família, desde os primeiros passos na fazenda. "Podemos levar a vaca até o cocho, mas não obrigá-la a beber água", afirmam, reescrevendo a máxima de que os filhos são criados para o mundo. E o mundo, como lição deixada pelos primeiros alemães que assinaram o sobrenome Stein em terras brasileiras, vai ser sempre onde eles desejarem estar. 

  







ADRIANA VIEIRA FERREIRA - EQUIPE REVISTA LEITE INTEGRAL


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