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Fazendas, Nutrição, Sanidade

Micotoxinas: riscos para a pecuária leiteira?

Micotoxinas: riscos para a pecuária leiteira?

A busca crescente por maior eficiência produtiva aumentou o uso de alimentos conservados (como silagens e fenos), diferentes subprodutos e alimentos energéticos. No entanto, o aparecimento de micotoxinas nesses alimentos pode representar riscos à saúde dos animais. Estudo realizado pelos pesquisadores da DSM, em 2021, apontou que, na América Latina, 62% dos alimentos destinados à alimentação animal estão contaminados por micotoxinas – metabólitos secundários produzidos por fungos filamentosos dos gêneros Aspergillus, Fusarium e Penicillium, os quais podem causar respostas tóxicas quando ingeridos.

A contaminação dos animais por micotoxinas pode causar imunossupressão, aumento na prevalência de doenças, redução na eficiência produtiva e problemas reprodutivos. Mais de 500 tipos de micotoxinas já foram identificados, porém, somente seis são de relevância para a pecuária leiteira: deoxinivalenol (DON), fumonisina (FUM), aflatoxina (AFLA), zearalenona (ZEN), Toxina T2 (T2) e ocratoxina (OTA). A fumonisina, por exemplo, é a mais encontrada (80%) no milho, enquanto a ocratoxina é a mais identificada (100%) nas forragens (Figura 1).


As micotoxinas tornam-se preocupação ainda maior quando observado o fato de que sua ocorrência raramente se dá de forma isolada. Na pratica, é muito comum a multicontaminação e seus efeitos são sinérgicos. Existem grupos de bactérias ruminais com a capacidade de degradar micotoxinas, contudo, altos níveis de consumo da dieta representam aumento na taxa de passagem, o que reduz o tempo de detoxificação no rúmen e, por consequência, a degradação das micotoxinas.  



Além do maior consumo alimentar, uma vaca mais produtiva, muitas vezes, recebe dieta mais “desafiadora”, com altos níveis energéticos, o que acarreta redução do pH e alteração da microbiota ruminal, impactando ainda mais a detoxificação no rúmen. Dessa forma, torna-se evidente que o nível de contaminação da dieta não é o único fator determinante para a ocorrência de uma micotoxicose – doença causada pela ingestão de alimentos contaminados por micotoxinas. A quantidade e o tipo de dieta consumida, os tipos de micotoxinas e as interações entre elas também são decisivos. 

Para auxiliar no combate às micotoxinas, foram desenvolvidos os adsorventes e, entre os mais populares no mercado, estão os inorgânicos (minerais), os orgânicos (paredes de leveduras) e as argilas organofílicas (alumínio silicato e bentonita). Diversos testes in vitro demonstraram que os adsorventes mais comuns têm boa eficácia contra AFLA, mas baixa eficácia contra DON, ZEA e FUM. 

Focando na biotransformação das micotoxinas, a Biomin desenvolveu uma combinação de enzimas específicas e componentes biológicos que converte micotoxinas em metabólitos não tóxicos. Esse arranjo é composto por Biomin® BBSH 797, eubactéria que inativa os Tricotecenos (DON e T2); Biomin® MTV, levedura viva que desintoxica a ZEA no trato intestinal dos animais; e FUMzyme®, enzima exclusiva que inativa a FUM. 

Ainda pensando na saúde animal, a Biomin uniu ingredientes naturais que dão suporte aos sistemas imunológico e hepático, além de auxiliarem a barreira intestinal, neutralizando os efeitos negativos das micotoxinas. Tudo isso combinado em um único produto: o Mycofix® 5.0 Plus. Em estudo realizado durante 84 dias, com vacas em lactação que receberam dieta contaminada naturalmente com DON, AFLA B1, ZEA e OTA, Kiyothong et al. (2012) avaliaram os efeitos do Mycofix® 5.0 Plus sobre a função imune, bem como os parâmetros ruminais e o desempenho produtivo dos animais. Como principais resultados, os autores observaram aumento na produção de leite (+ 2,1 kg /dia) e na concentração da fração proteica dos sólidos do leite; aumento no consumo, na digestibilidade, na contagem de bactérias ruminais, na produção de ácidos graxos voláteis e, por fim, melhora dos parâmetros imunológicos (aumento da imunoglubulina IgA e redução da CCS). 

Considerando o custo atual do produto (custo mínimo inferior ao de um copo de leite de 150 mL), o retorno do investimento é de cerca de 5:1. Mycofix® 5.0 Plus é vantajoso porque, além da convencional adsorção, auxilia na biotransformação e bioproteção, o que reduz os efeitos deletérios das micotoxinas e oferece mais saúde e maiores eficiências reprodutiva e produtiva à vaca. Tudo isso só poderia representar maior rentabilidade na atividade leiteira.


REFERÊNCIA 

Kiyothong et al., 2012. Effect of mycotoxin deactivator product supplementation on dairy cows. Anim. Prod. Sci. 52: 832-841.  




CRISTINA CORTINHAS - Supervisora de Inovação e Ciência Aplicada LATAM 

MARCELO GROSSI MACHADO - Gerente Técnico Nacional de Gado de Leite LATAM



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