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FAZENDA SÃO SEBASTIÃO DA VARGEM/Marcelo Siqueira/São Gonçalo do Sapucaí/MG

Marcelo Siqueira, Sócio-proprietário da Fazenda São Sebastião da Vargem, em São Gonçalo do Sapucaí/MG, mantém viva a tradição e a determinação da família em seu estilo de gestão nos negócios e na paixão que nutre pelos animais.

FAZENDA SÃO SEBASTIÃO DA VARGEM/Marcelo Siqueira/São Gonçalo do Sapucaí/MG

Situada entre os cafezais e abençoada pelos santos, a Fazenda São Sebastião da Vargem, em São Gonçalo do Sapucaí/MG, vai além de sua sólida reputação na atividade leiteira. Ela personifica a tenacidade e visão empreendedora que atravessam várias gerações. Essas características notáveis levaram a fazenda a ocupar as páginas da 14ª edição da Revista Leite Integral, no ano de 2008. Naquela época, sob a direção do saudoso Sr. Ciro Villela de Siqueira, a propriedade já se destacava pelas conquistas em termos de produção e bem-estar animal. Seu filho, Marcelo Siqueira, cresceu imerso na rotina da fazenda, herdando do pai a paixão pelos animais e os segredos da gestão eficiente. Agora, Marcelo marca sua trajetória própria com inovação e coragem. A presença da fazenda na Revista Leite Integral, mais uma vez, não apenas homenageia a história pregressa, mas também testemunha novo capítulo, sob a liderança de Marcelo. O momento retratado é digno do lema da família: “tradição e raça”.

Clique aqui e acesse a primeira matéria sobre a Fazenda São Sebastião da Vargem

De longa data

As paredes da Fazenda São Sebastião da Vargem são decoradas pelas memórias que narram a longa jornada de progresso. Marcelo Siqueira, representante da quinta geração da família envolvida na produção leiteira, compartilha: “Desde 1876, nossa família é proprietária da fazenda, mas naquela época, a prioridade era a produção de café. Pouco a pouco, perceberam o potencial do leite como recurso para sustentar a fazenda e seus colaboradores. Foi um começo modesto, mas o negócio logo se tornou uma paixão. Até hoje trabalhamos com a cafeicultura e a bovinocultura de corte, mas o nosso foco é o leite”.
Uma vez apaixonadas pela atividade leiteira, as gerações subsequentes elevaram a fazenda a patamares admiráveis. Exemplos de inovações não faltam: há mais de sete décadas, a fazenda importou touros da Holanda; em 1966, iniciou pioneiramente o congelamento de sêmen bovino, e em 1974, passou a produzir leite Tipo B. Marcelo acrescenta: “Meu avô foi um dos primeiros sócios da Associação Brasileira dos Criadores Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH), e possuímos registros de animais puros de origem (PO) datados de 1935 e 1940. Crescendo nesse ambiente, meu pai nutriu verdadeira paixão pelas vacas e deu continuidade ao trabalho de aprimorar a genética do rebanho. Essa missão continua comigo. Herdei do meu pai o respeito pelos animais e a percepção da importância da gestão para o sucesso dos negócios”.


Incluindo a construção da fábrica de rações, a fazenda passou por significativas transformações no sistema de produção a partir de 2005, quando implementou o sistema Free Stall. Marcelo continua: “Em 2018, iniciamos uma nova fase na fazenda, com o objetivo de produzir em grande escala, reduzir custos fixos e aprimorar as negociações com fornecedores e compradores, além de investir em conforto e ambiência.”

Marcelo honra a história da família na pecuária leiteira e constrói o futuro alicerçado nas tecnologias e na inovação, forças motrizes da jornada que se perpetua em suas ações.


O padrão genético do rebanho Holandês na Fazenda São Sebastião da Vargem é fruto da implementação de estratégias reprodutivas que aprimoraram as características de maior importância econômica



Investimentos que geram resultados

Marcelo se destaca por sua abordagem altamente colaborativa na gestão dos negócios. Nesse contexto, a ênfase no trabalho em equipe se torna fundamental, e o sucesso, assim como os desafios, são partilhados. Sobre isso, Marcelo comenta: “Toda a evolução da fazenda é resultado do esforço conjunto. Estamos plenamente dedicados à busca da excelência, seja na qualidade do leite, na reprodução, na sanidade ou na gestão financeira. Mantemos alto padrão em todos os aspectos da nossa operação, graças ao comprometimento dos colaboradores, que desempenham funções essenciais em cada uma dessas áreas.”


Os galpões de Free Stall na fazenda foram projetados com foco na eficiente gestão da drenagem de resíduos e água da chuva, garantindo higiene e conforto para o rebanho.


TODA A EVOLUÇÃO DA FAZENDA É RESULTADO DO ESFORÇO CONJUNTO. ESTAMOS PLENAMENTE DEDICADOS À BUSCA DA EXCELÊNCIA, SEJA NA QUALIDADE DO LEITE, NA REPRODUÇÃO, NA SANIDADE OU NA GESTÃO FINANCEIRA


Marcelo Siqueira, no centro da foto, divide com Pedro Henrique Ferreira, Gerente Administrativo, à esquerda, e Antônio Luciano Filho, Gerente Geral, à direita, a responsabilidade de tornar eficaz a comunicação entre os membros das equipes

Como resultado desse esforço, a produção de leite na Fazenda São Sebastião da Vargem aumentou de forma significativa. Inicialmente, eram produzidos 10 mil litros por dia, e em apenas quatro anos, foi atingida a marca de 30 mil litros por dia, alcançada pelo crescimento e produtividade do rebanho, totalizando 780 vacas em lactação. Atualmente, a média de produção é de 39 litros por vaca por dia. O rebanho Holandês está acomodado em sete galpões de Free Stall, cada um com capacidade máxima para 200 animais e camas de areia que contribuem para o conforto. Marcelo explica a escolha desse sistema produtivo: “No sistema Free Stall, com o número de animais que temos, a utilização de biodigestores tornou-se economicamente viável. Isso nos permitiu obter energia e biofertilizantes.” Assim, a Fazenda São Sebastião da Vargem se destaca pela produção de biogás que mantém um motor, responsável pela geração local de eletricidade. Além disso, destaca-se pela prática de reutilização da água utilizada na limpeza do piso dos galpões (flushing), direcionando-a para os biodigestores. Esse sistema contribui para a obtenção de biofertilizantes como resultado desse processo.

“Para a higienização do piso no galpão, implementamos o método de flushing, que direciona os dejetos dos animais e a areia para a área de separação designada. Nesse espaço, aproximadamente 90% da areia é retida, passa por processo de secagem e, após 90 dias, é reintegrada nas camas”, explica Marcelo. O líquido resultante desse procedimento, composto por água e resíduos orgânicos, é encaminhado para um reservatório de homogeneização, seguido da separação de sólidos, onde é filtrado e compactado.


O uso de biodigestores no tratamento de dejetos não só reduz a poluição e os riscos sanitários, mas também gera biogás como fonte de energia renovável, além de possibilitar a utilização do efluente como biofertilizante

Pilares da produção de leite 

Marcelo enfatiza que, para ser bom produtor de leite, é fundamental ser também bom agricultor. E observa: “Vivemos em um país extremamente privilegiado, com abundância de água e, apesar dos desafios climáticos, temos a capacidade de realizar duas safras por ano, conquista rara no cenário global.” Nessa perspectiva, aproveitar a produção de alimentos volumosos da fazenda passa a ser estratégia importante para contribuir com a saúde dos animais e das finanças da fazenda. “Não faz sentido formular dietas com 40% de silagem e 60% de alimentos concentrados, se isso não se traduzir em lucro”. Para Marcelo, a produção de leite se baseia em três pilares essenciais: primeiro, é fundamental garantir silagem de alta qualidade para aumentar a produção; o segundo pilar é oferecer produtos de extrema qualidade para as vacas, como minerais orgânicos, por meio de boa orientação nutricional; e o terceiro pilar é basear a gestão nos números zootécnicos. “As taxas de concepção, de serviço e de prenhez, entre outros indicadores, são altamente priorizados em nossa fazenda”.


Para que o rebanho leiteiro atinja todo o seu potencial de produção, é essencial assegurar condições ideais por meio de uma alimentação balanceada e instalações adequadas que promovam conforto e bem-estar



Com clara visão do negócio, Marcelo prioriza a saúde dos animais, sempre atento para a análise econômico-financeira. Nesse contexto, incorporou o Allmix Leite MY no protocolo nutricional dos animais. Trata-se de uma solução biotecnológica de nutrição completa, formulada com minerais proteinatos de alta biodisponibilidade, que otimizam a absorção, graças à exclusiva tecnologia TRT (Total Replacement Technology) da Alltech. O Zootecnista Daniel Lobato, Gerente de Vendas da Alltech, destaca: “O objetivo do Allmix Leite MY é otimizar o sistema imune, maximizando a produtividade. Acredito que o foco da Fazenda São Sebastião da Vargem se alinha perfeitamente com o conceito que a Alltech vem desenvolvendo - aprimorar a nutrição para garantir o desenvolvimento dos animais.

O OBJETIVO DO ALLMIX LEITE MY É OTIMIZAR O SISTEMA IMUNE, MAXIMIZANDO A PRODUTIVIDADE

E, é por isso, que já faz seis anos que trabalhamos com a substituição de minerais inorgânicos por orgânicos, levedura viva e adsorvente de micotoxinas aqui na fazenda”. Marcelo complementa: “Ao combinar forragem de alta qualidade com os minerais orgânicos, todos essenciais para a saúde das vacas e presentes no Allmix, notamos melhorias na pelagem e na saúde dos cascos, além do reforço na imunidade dos animais.” O reflexo do investimento nos pilares que orientam a produção na Fazenda São Sebastião da Vargem se traduz na qualidade e quantidade do leite. Marcelo observa: “Temos contagem padrão em placas (CPP) muito baixa, evidenciada pela alta qualidade do leite, refletida nos percentuais de gordura e proteína, além da contagem de células somáticas (CCS) que varia muito pouco, mantendo-se em torno de 130 mil CS/mL. Essa estabilidade é resultado da imunidade robusta das vacas.” Gerenciamento, administração, supervisão veterinária e até a transformação na filosofia da fazenda - os resultados desse conjunto de investimentos se tornam evidentes nas três ordenhas realizadas na fazenda.


Foco nas bezerras 

Com o intuito de reforçar a resistência das bezerras contra os patógenos que desafiam seu sistema imunológico, são disponibilizadas opções para a colostragem de alta qualidade. As bezerras podem ser alimentadas com o colostro fresco da mãe, desde que o grau Brix confirme sua qualidade; caso contrário, podem receber colostro congelado proveniente do banco. Durante os primeiros 30 dias de vida, as bezerras são acomodadas em gaiolas suspensas onde permanecem até o desaleitamento, que ocorre aos 60 dias de vida. Marcelo destaca que durante essa fase, as bezerras consomem aproximadamente três litros e meio de leite em dois períodos com leite pasteurizado, servido morno para garantir conforto.
Ele acrescenta: “Além disso, utilizamos o Actigen ® da Alltech, produto que, quando misturado ao leite, ajuda a prevenir problemas de diarreia. Passamos por essa fase sem maiores complicações, e as bezerras se desenvolvem tranquilamente”. Daniel explica o uso do Actigen ®: “Essa tecnologia é empregada principalmente para melhorar a microbiota intestinal das bezerras, maximizando o sistema imune e favorecendo seu aporte ao desempenho animal. Mesmo com todos os cuidados, como a pasteurização do leite, questões de higiene relacionadas a mamadeiras, bicos, utensílios e instalações, diversos patógenos podem representar desafibobos para a saúde dos animais.” Após o desaleitamento, os animais permanecem em gaiolas por mais uma semana e, finalmente, são transferidos para os piquetes, onde são recriados coletivamente até atingirem a idade adequada para a primeira inseminação.

“ESSA TECNOLOGIA É EMPREGADA PRINCIPALMENTE PARA MELHORAR A MICROBIOTA INTESTINAL DAS BEZERRAS, MAXIMIZANDO O SISTEMA IMUNE E FAVORECENDO SEU APORTE AO DESEMPENHO ANIMAL"





Para o futuro 

O futuro que Marcelo planeja envolve crescimento da produção e conexão com o mercado consumidor. Prova disso é o objetivo de aumentar o número de vacas em lactação, que chegará a 1.500 animais no próximo ano. Para atingir essa meta, de acordo com ele, é essencial que os indicadores zootécnicos e financeiros estejam alinhados, e o processo de expansão monitorado de perto. Marcelo explica: “Estamos finalizando a construção de um novo galpão para acomodar 200 vacas, com foco no bem-estar durante o pré-parto”. Além disso, antecipando as tendências do mercado, Marcelo tornou a fazenda pioneira na obtenção da certificação Vacas A2A2 conferida pela Fair Food.

O lema “tradição e raça” norteia a atuação de Marcelo e está presente em todas as tomadas de decisão. “Meu pai deixou o legado mais significativo da minha vida: o amor pelas vacas, a quem ele dedicou toda a sua vida. Somente por meio do respeito e carinho com que tratamos esses animais podemos crescer e compreender as complexidades do nosso negócio”, compartilha ele, com profunda emoção.

MEU PAI DEIXOU O LEGADO MAIS SIGNIFICATIVO DA MINHA VIDA: O AMOR PELAS VACAS, A QUEM ELE DEDICOU TODA A SUA VIDA. SOMENTE POR MEIO DO RESPEITO E CARINHO COM QUE TRATAMOS ESSES ANIMAIS PODEMOS CRESCER E COMPREENDER AS COMPLEXIDADES DO NOSSO NEGÓCIO


Marcelo Siqueira molda o futuro com base em seu profundo amor pelos animais, combinando-o com a integração de tecnologias avançadas e gestão eficiente dos negócios

Com essa mesma paixão, Marcelo deseja que a tradição familiar se perpetue nas próximas gerações: “Tenho três filhos, um deles está estudando Medicina Veterinária. Acredito que, em algum momento, eles assumirão os negócios, sempre com o apoio de bons gestores para auxiliá-los”. O que torna a pecuária leiteira tão única é a paixão e o entusiasmo daqueles que estão nela envolvidos. Por essa razão, a jornada da Fazenda São Sebastião da Vargem parece estar apenas começando.



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